O Espirito Santo Induz um Cristão a Embriaguez Espiritual?



Embriagados no Espírito?

Há muitos anos atrás assisti uma pregação, onde o pregador defendia uma inovação, até então presenciada recentemente naquela  igreja. Em um culto, certo pregador orava e as pessoas no final do culto, caíam, como que “embriagadas” com o Espírito Santo. As características comuns era a perda do controle do corpo, as pessoas caíam e precisavam ser carregadas, perdiam o senso d realidade, e  em estado de passividade agiam como pessoas embriagadas. Isso se deu numa igreja pentecostal “histórica” quando eu era recém convertido. Para fazer apologia á embriagues espiritual e defender essa experiência mística, o pregador citou Atos 2, tomando o versículo 13 de forma isolada, onde alguns zombavam daquela cena e diziam que os que foram cheios do Espírito Santo estavam bêbados. Desse único versículo mal interpretado foi construído toda uma argumentação para defender aquela inovação. Ora, Pedro, no versículo quinze corrige os zombadores e afirma que eles não estavam embriagados. A descrição zombeteira de um incrédulo não pode servir em hipótese alguma para defender tal experiência, tal atitude é uma péssima exegese do texto. Encontramos outras passagens nas escrituras que se forem interpretadas dessa forma, corrompem o caráter de Cristo. Por exemplo, Jesus diz que o Pai de família é chamado de Belzebu, referindo-se a Ele (Mateus 10:25” outra passagem ele é acusado de expulsar os demônios pela autoridade de Belzebu (Lucas 11:15) ainda em outra passagem, os zombadores o acusam de ter demônio (João 7:20) acaso essas passagens comprovam que Jesus agia como um endemoninhado? Tinha o nosso bendito Salvador uma postura ou comportamento de um endemoninhado? Longe de nós tal pensamento infame. Pois essa deve ser a nossa posição com relação aos que receberam o Espírito Santo no dia de pentecostes, eles não estavam se comportando como bêbados, eles estavam sóbrios e em perfeito equilíbrio emocional. Pois esse é um fruto de quem tem o Espírito Santo (Gálatas 5:22) o contrario é descrito como obra da carne: “bebedices” ou seja, estar sob o efeito da embriagues (Gálatas 5:21)
A “embriagues espiritual” é um êxtase místico, nada tem a  ver com a ação do Espírito Santo. Imitar um pecado não é algo que o Espírito Santo possa fazer, isso seria contra a sua própria natureza. Defensores dessa inovação,  precisam comer as beiradas do versículo 13 de Atos 2 para mastigar uma péssima exegese
“Cair no Espírito” e ficar “bêbado no Espírito” foi amplamente promovido com outros fenômenos como risos descontrolados ( Chamada de  gargalhada santa) e a imitação de animais como o latir como um cão ou urrar como um leão, por John Arnott  e Rodney Howard-Browne e outros pregadores envolvidos com a “benção de Toronto! E os adeptos da “Nova Reforma Apostólica” como Bill Johnson, Todd Bentley, Patricia king, Rick Joyner, C Peter Wagner, John Crowder, Benny Hinn etc.  Nesses movimentos, o culto aos anjos, o misticismo da nova era, êxtases, fenômenos de bilocações,   viagens astrais, turismo ao “terceiro céu” e toda espécie de bizarrices tem sido promovido, além de defenderem doutrinas heréticas como o dominionismo e toda a espécie de espiritualismo.  Um pouco de discernimento para ver a origem da “embriaguez” espiritual, já é evidencia suficiente para um cristão bíblico rejeitar completamente essas coisas.
Cristo associa a embriagues com descuido , despreparo e falta de discernimento  (Leia por favor Lucas 21:34) a embriagues está associada a Babilônia, mulher embriagada com o sangue dos santos (Apocalipse 17:6) está associado ao juízo de Moabe (Jeremias 48:24 e 25) a embriaguez é a característica de uma pessoa perdida (I Coríntios 6:10) Está associada ao juízo de deus (Isaias 63:61, Jeremias 13:3, Naum 3:11 etc) Paulo admoesta em Efésios 5:18 que não devemos nos embriagar com vinho onde há dissolução, mas devemos ser cheios do Espírito Santo. Então como a experiência ser cheio do Espírito Santo pode produzir numa alma piedosa o efeito de uma pessoa intoxicada com vinho dissoluto? Até onde nosso entendimento bíblico pode alcançar, somos chamados a sobriedade e ao discernimento, não a experiências de convulsões, perda de sensibilidades, desequilíbrios, perda de personalidade e uma entrega a intemperança e a passividade. O espírito Santo quer produzir em nós aquilo que caracteriza a santidade, o equilíbrio, o amor, a temperança, a paz, a sabedoria “Santifica-os na verdade, a tua Palavra é a verdade”(João 17:17) Nós encontramos uma passagem interessante em I Tessalonicenses 5: 7 e 8: “Porque os que dormem, dormem de noite, e os que embebedam, embebedam-se de noite, mas nós que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, tendo por capacete, a esperança da salvação”( Veja Também Tito 2:12 e I Pedro 4:7) essa é uma chamada a sobriedade, com relação aos últimos dias e também com relação aos cuidados que devemos ter por causa do diabo (I Pedro 5:8) Todo o cristão precisa ser nobre como os Bereanos, o Espírito Santo nunca produz experiências subjetivas, confusas, Ele é nosso Santo Consolador, nosso bendito companheiro, por isso, mesmo devemos moldar nossa mentalidade á suficiência das Escrituras. Experiências subjetivas levam ao erro, mas a Bíblia diz que o Espírito Santo nos leva para a verdade, Ele é a verdade e nos guia a toda a verdade (João 16:7) porque o Espírito é a verdade (I João 5:6) nos faz lembrar de todas as coisas verdadeiras, e isso requer sobriedade e não passividade (João 14:26) Por fim, não poderia deixar de mencionar o texto de Isaías, onde há uma profecia contra a infidelidade de Judá, nesse texto encontramos uma embriagues espiritual, porém não trata-se de uma benção, mas de um juízo sobre o povo de Judá:”Tardai, e maravilhai-vos, folgai, e clamai; bêbados estão mas não de vinho, andam titubeando, mas não de bebida forte. Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, vendou os profetas e vossos principais videntes”(Isaias 29:9 e 10)

Clavio Juvenal Jacinto

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