Escórias Religiosas



A  Vida Centrada em Cristo

O apostolo Paulo em Filipenses 3:8 faz uma confissão extremamente importante: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;  pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escoria, para que possa ganhar a Cristo” a palavra “escoria” no grego é eskubalon, foi traduzida para o latim “estercus” aparece uma única vez na bíblia, e significa um refugo inútil, estrume ou resíduo sem valor. O contexto, fala sobre circuncisão e confiar na carne (Filipenses 3:4) em zelo religioso e posição espiritual integra de acordo com os princípios da lei (Filipenses 3:6), essas coisas proporcionam a Paulo, fama, aplausos, admiração, orgulho, auto-suficiência, jactância, soberba, e muitas outras coisas convenientes á sua posição religiosa dentro da religião judaica. Sua formação espiritual era de uma integridade exemplar, já que ele sustenta o ideal religioso mais elevado: Irrepreensível, segundo a lei. Isso para um fariseu era uma pedra preciosa que ele incrustava na coroa do orgulho próprio, era uma estrela que um fariseu sustentava no seu universo obscuro. Uma serie de vantagens emergiam dessa posição religiosa, Paulo era um extremista do zelo da religião judaica, sua feroz perseguição á igreja e aos cristãos foram motivados e sustentados por esse tão rigoroso zelo. Era impossível não arrancar prestigio de uma sociedade anticristã, era bem lógico que Paulo estivesse subindo os degraus da plataforma do heroísmo religioso, o cenário aterrador que ele promovia era seguido por trás de um espetáculo de perseguições aos olhos dos judeus mais conservadores. As vantagens oriundas dessa atitude extremista lhe traziam muitas vantagens pessoais, no cerne da motivação a morte aos cristãos, estava o pavor da doutrina da divindade de Cristo, de um Deus que se fez carne, habitou entre os homens morreu num cruz, pena de morte sinistra e vergonhosa “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, mas para os que são chamados, tanto judeus, como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus”(I Coríntios 1:23 e 24)  Paulo porem estava deixando para trás o prestigio e as vantagens da sua religião, e estava abandonando a justiça própria produzida por um orgulho exagerado de guardar toda a lei, e nutrir um sentimento elevado de santidade merecida por uma conduta irrepreensível com relação as obras da lei. Assim o elemento humano de justiça própria bem como o a recompensas mundanas davam toda a motivação de Paulo manter seu orgulho e a sua pompa religiosa, até que Jesus se encontra com ele no caminho de Damasco, e quando Paulo cai, com ele cai toda a sua justiça próprio, todo o seu orgulho, todo o seu futuro promissor como herói religioso, a visão religiosa de Paulo sofreu um golpe mortal com a luz do evangelho,  foi o Espírito Santo que acendeu a luz da graça divina dentro do seu coração, e assim ele notou, descobriu que seu orgulho, sua justiça própria, seu zelo religioso, suas tradições, tudo era inútil, e não somente inútil, mas também repugnantes. E Paulo se viu espiritualmente leproso, enxergou a lepra de seus próprios pecados, a sua alma estava enferma, a sua vida espiritual era uma falência total. Há um desfecho total no sistema de crenças de Paulo, era como seu castelo de justiça própria sofresse uma queda fatal depois de ficar suspenso por longos anos, sustentado por um zelo extremo, esse edifício de convicções pessoais, iria cair no caminho de Damasco, e se tornariam em meros refugos inúteis de uma religião morta.  Agora, veja você que muitos, estão indo lá no caminho de Damasco, estão tomando os refugos de  Paulo, e afirmam que são bênçãos de Deus! Paulo abandonou uma vida religiosa de conveniências e interesses pessoais, vantagens e sucesso, tudo isso e muitas mais coisas eram as normas vigentes na religião judaica, não é admirável que os fariseus eram tão orgulhosos por causa disso? Da mesma forma, vimos como muitos retornam ao caminho de Damasco para juntar a justiça própria que caiu dos lombos de Paulo, e agora tomam para si, afirmando que os méritos pessoais são as riquezas de sua religião, outros tomam a pompa da religião sofisticada, a formula básica do orgulho religioso, e vivem num formalismo calculista para construir o império religioso que pode elevar os homens ao status de semideuses. Assim também muitos tomam a escoria de Paulo, as vantagens pessoais e a conveniência que nutre a fome voraz da avareza e da concupiscência pessoal e o desejo de ser reconhecido e aplaudido. Todo o monturo de Paulo parece ser um tesouro para a igreja pós moderna, pois tantos querem garimpar a salvação pessoal, revolvendo a escoria das próprias boas obras, crendo que as mais sofisticadas obras do pobre pecador têm valor espiritual para comprar nossa redenção. Revolvem as escorias dos ritos e tradições caducadas da velha aliança, para tentar receber créditos espirituais e ser aceitável diante de Deus.  Paulo deixou as vanglórias da religião para sofrer as aflições do evangelho, deixou a fama para sofrer a rejeição, deixou os aplausos para sofrer os açoites, trocou as vantagens pessoais por privações, tudo por causa da fé. Mas o que motiva muita gente hoje a seguir a religião cristã não é a mensagem da cruz, mas o monturo que Paulo abandonou.  Acontece que a riqueza de Paulo era Cristo (Colossenses 2:3) ele então confessa: “ Foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, mas também padecer por ele” (Filipenses 1:29).  Antes do caminho de Damas co Paulo tinha uma religião que dava garantias de segurança e muita fama e status social, depois do caminho de Damasco foi lhe dito: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (Atos 9:16) A ênfase de Paulo era totalmente centrada na riqueza espiritual e no mundo vindouro, tornou-se completamente desapegado da vida materialista, não ênfase as conveniências pessoais, por isso deixou de focalizar os interesses pessoais, para servir e se sacrificar completamente por Cristo e pelos irmãos. É lamentável que o caminho de Paulo. Que sinaliza um verdadeiro cristão, que traz consigo as marcas de um homem que realmente foi regenerado e transformado pelo evangelho, não seja um caminho popular em nossos dias, pois a maior parte daqueles que querem seguir a Cristo depois de uma suposta conversão, voltam-se para o caminho de Damasco para resgatar as escorias que Paulo deixou lá.


Clavio J. Jacinto

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