A busca do homem é viver a
felicidade, seu senso de necessidade é em torno de realizações pessoais, o
homem nascido de Adão prende o universo dentro de si, e luta para que tudo gire
em torno dele mesmo. (Apocalipse 3:17) A cruz tira o homem do centro do
universo e coloca Cristo no centro.(Romanos 6:6 Gálatas 2:20 e 6:14) Essa
remoção é dolorosa, o homem natural não aceita isso, ele não quer negar a si
mesmo, porque ao negar-se a si mesmo, precisa sair de seu centro, e isso é
emocionalmente muito doloroso (Mateus 16:24 Marcos 8:34 e Lucas 9:23) aliás, é
insuportável para o homem natural tal coisa.(II Coríntios 4:10) Quando Cristo veio ao mundo Ele se tornou Um
á parte do Pai, e um com os homens (João 1:14 e I Timóteo 3:16), mas um em
servidão, ele se desloca do homem egoísta para ser um homem servo.(Filipenses 2:7) Isso seria um golpe na teologia judaica que esperava um Messias
libertador, tal como Moisés tira o povo do Egito, o Messias esperado libertaria
a nação judaica das garras do império romano, mas Cristo vem como servo, o
servo sofredor.(Isaías 53:5) Isso foi uma afronta para a religião orgulhosa que
sustentava o vicio de colocar o homem no centro. Mas a evidencia mais concreta
de que o homem é corrupto é o fato de que ele tende sempre a divinizar a si
mesmo, ainda que de modo muito bem ocultado por sua hipocrisia em negar tal
fato.(Provérbios 16:18) Mas, todavia, pelo fato de cada um de nós sermos
propenso a ter o universo como o centro, isso significa colocar a nós mesmos
como a parte visível do universo, onde todos os demais devem contemplar. Isso
é: a centralização do nosso eu num lugar elevado, onde todas as coisas possam
estar propensas diante de nós. Isso é um vestígio claro da corrupção adâmica. Pois
o diabo sugeriu que sendo o homem divino, teria o destino em suas mãos (Gênesis 3:5) A encarnação de Cristo encerra em si essa evidência fundamental da
corrupção humana. Quando o verbo se fez carne,(João 1:1 a 14) ele veio na
perfeição da humanidade, num corpo humano, porém sem pecado,(Hebreus 4:15)
viveu dessa maneira no meio da humanidade, como o único a oferecer-se a si
mesmo como substituto na cruz, morrendo em nosso lugar.(I Pedro 2:24) Isso
seria um desprendimento total da sua glória, um negar-se a si mesmo de tal modo
que a entrega absoluta na cruz por nós, rebaixou o criador a mera criatura
sofredora, á parte de uma humanidade zombadora. Não houve centro na cruz, houve
eliminação do próprio eu, uma redução a escuridão, uma descida aos lugares
tenebrosos da vaidade humana, ema imersão num batismo de dores, vergonhas e
padecimentos, era a aniquilação do ego humano por substituição. Dessa redenção
por sofrimento, brota da vida espiritual sofredora, a semente da graça que vai
germinar na morte, pois tal padecimento extremo não aniquilou o amor, a vida
abundante recebeu a fertilidade da dor abundante, Cristo sofreu todas as dores,
para nos dar a verdadeira felicidade.(João 10:10 com 7:38) E isso não ocorre de
forma egoísta ou egocêntrica, o viver é Cristo e não nós mesmos.( Filipenses
1:21) Há uma profunda convicção dentro de mim, de que a obra da cruz, a
redenção era tudo o que eu precisava para ser feliz. A graça de Deus prevaleceu em Cristo e
removeu as minhas misérias, agora é possível a esperança da vida eterna. (João
3:15 3:36 4:14 6:27 10:28 etc.) Mas o
meu centro torna-se Cristo. A palavra
“cristão” ao meu entender então ganha um novo significado, ela significa
exatamente isso, “não sou eu quem vive Cristo vive, Cristo vive em mim” (Gálatas
2:20)
Clavio J. Jacinto
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