Depois que as horas da manhã se
desprenderam de meu sono, despertei-me do barulho causado pelos ventos nas
folhas secas e os pássaros que cantavam. Tal susto eu tomei. Uma sombra que percorria lentamente a terra devastada
por trás de meu rosto, que sustentava a minha alma na vida, entre as palhas
quebradas e meu corpo estendido, como um tronco sonâmbulo ás margens da
caudalosa noite que feneceu para sempre. E que sombra nauseante, que invadia
meus olhos, como neblinas que vestem colinas, varrendo o verde da face da
relva. Eu fui enganado pela conspiração de meus sentimentos, como um insensato insensível,
imerso nas formas frontais de tais sombras que invadiam meu rosto e penetravam
em meus olhos. Eu que na fome me contorcia, nas dores que por dentro se
erguiam, no sufoco da falta de pão. Cedo percebi que as sombras eram meus
argueiros, pois na minha frente, no aroma elegante, na frescura da abundancia,
no gotejar de belo, cheio de frutos adocicados, frente ao sol, estavam alguns
pessegueiros.
C. J. Jacinto
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