Por mais que se tente,
é impossível estudar seriamente o livro de apocalipse e concluir que a mensagem
de salvação apresentada nele seja diferente do resto do Novo Testamento. Já de
início entendemos isso quando lemos Apocalipse 1:5 anunciando á Cristo como
aquele que nos amou e com seu sangue nos lavou dos nossos pecados. Mas a frente
em Apocalipse 5:9 lemos: “Porque fostes morto, e com o teu sangue nos
comprastes para Deus” e então chegamos a Apocalipse 12:11: “E eles o venceram
pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho” em Apocalipse 7:14
narra aqueles que vieram da grande tribulação e tinham as vestes brancas porque
branquearam no sangue do Cordeiro. Ora, essas passagens nos remetem para a
cruz, para a obra consumada e perfeita de Cristo na Cruz. Arremessa-nos para
longe das obras e dos méritos pessoais. É claro, a cruz não esta isenta da
negação, da luta contra o ego e de tomar o céu por esforço, nesse caso, o
próprio Cristo mesmo ensinou o custo do discipulado e todas as Escrituras nos
selam com a exigência da fidelidade nos tempos de crises morais e apostasia,
esse é o cenário de Apocalipse. O distintivo do verdadeiro cristão é permanecer
em vigilância piedosa á sombra da cruz, não menos que isso. É a luta que se
trava contra todo o sistema anticristão, portanto ele tem uma posição, essa
posição compromete a sua segurança terrena, o estagio mais avançado de
apostasia será sempre dias custosos para o remanescente, desde o Antigo
Testamento encontramos essa evidencia de forma que é perfeitamente verdadeiro
que os martírios registrados no livro de Apocalipse e as exigências a
fidelidade se encaixam perfeitamente com qualquer tempo critico, e temos visto
esses exemplos em Jeremias, Elias e os amigos de Daniel. Nada pode ser tão
claro quanto a unidade das Escrituras e sua mensagem central que Jesus é o
salvador supremo para um homem completamente falido, incapaz de salvar-se a si
mesmo. Mas o cenário de Apocalipse é de total apostasia moral e espiritual, é
critico desde a situação eclesiástica até o estado de domínio das trevas do
mundo. Aqui urge afirmar que tempos perigosos e críticos, necessário se faz
tomarmos medidas radicais, a fidelidade pelo amor tem o preço do sacrifício por
aquilo que estamos dedicados em amor, aqui está a forma literal do axioma
“morrer de amor”. O livro de Apocalipse não termina com a consumação do esforço
humano, mas com a providencia divina, não termina com as obras mas sim com a
graça “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém”
(Apocalipse 22:21) aqui está a realidade verdadeira, o livro de Apocalipse
começa com juízo e termina com misericórdia, começa com o esforço do
remanescente, mas acaba na graça consumada, porque tudo o que começa pelo céu
redunda em obra perfeita nas mãos de Cristo. Nada pode ser tão certo nas
paginas do livro de Apocalipse quanto a sua unidade com as passagens até mais
remota das Escrituras, pois o fio da meada dos últimos capítulos de Apocalipse
apontam para um paraíso restaurado que perdeu-se lá nos primeiros capítulos do
livro de Genesis. Assim, é muito evidente que a obra vicaria de Cristo esteja
revelada nas paginas do livro sagrado e inspirado pelo Espírito Santo. Lemos em
Apocalipse 11:8 a menção de Jerusalém, como o local onde Cristo foi
crucificado. Há vertendo do calvário não secou-se nos 22 capítulos de
Apocalipse, nele de alguma forma o Cordeiro é exaltado, sua Obra é apontada, o
ápice do orgulho humano é reduzido a cinzas, mas a grandeza de deus é elevada
aos mais altos picos da revelação, então precisas usar de grande humildade,
pois a historia do livro de Apocalipse é o fim da estrada da rebelião, nele não
um dualismo explicito mas uma derrota definitiva da maldade, nele não há um
valor regenerador naquilo que o homem faz, mas em tudo o que Cristo fez. Por
mais que se faça malabarismo com o texto sagrado em busca de equívocos
universalistas a exegese correta, quando aplicada nos leva para a direção
oposta, e conclusões mais obvias serão mais reais, e isso incomoda liberais,
porque ali nas ultimas paginas das Escrituras, a doutrina da danação eterna
ganha força, o inferno literal é exposto nas palavras mais dotadas de sentidos
lógicos. Não há salvação explicita nos esforços humanos, no céu a grande
multidão exclama que a salvação não pertence aos méritos humanos, mas á Deus
somente (Apocalipse 19:1) deixemos que a bíblia interprete a bíblia, porque
comparando as coisas espirituais com as espirituais, estaremos aptos a discernir
a verdade e distinguir ela do erro teológico.
CLAVIO J JACINTO
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