O MISTERIO DO MAL E O APOCALIPSE





Li ainda recente o livro de John Stanford: “Mal, o lado Sombrio da Realidade” (Edições Paulinas Edição de 1988) o livro aborda a questão da teodiceia pela visão da psicologia junguiana. Uma abordagem liberal sobre o conceito que envolve toda essa polemica em torno da existência do mal. John Stanford parece propor em primeiro plano a concepção monistica do mal, que é a teoria de que o mal procede da própria natureza divina, e que Deus tendo um lado sombrio, a maldade procede dele mesmo. Essa é uma visão muito parecida com o panenteismo, e talvez seja uma influencia indireta dessa visão da divindade, que foi de alguma forma um conceito teológico defendida por Spinoza e flertada por Einstein. Mas o que mais me chamou a atenção, é que o autor fez uma abordagem sobre o livro de Apocalipse que me chamou muito a atenção, primeiro ele quase que denuncia que Lutero e Zuiglio tiveram ressalvas contra o livro de Apocalipse (Lutero teve conflitos com o livro de Tiago também) e isso ocorreu porque o livro de Apocalipse é diferente dos escritos de Paulo, a teologia do ultimo livro da bíblia é diferente, porque não aborda salvação pela graça, mas pelas obras, o autor parece que não encontrou a mensagem da cruz no livro de Apocalipse, e como outros, cedendo terreno ao liberalismo, acabam concluindo que há nesse ultimo livro da bíblia um dualismo notório e que isso é uma influencia direta do zoroastrismo e das idéias de Mani, fundador do maniqueísmo, se não me falha a memória, Agostinho de Hipona passou por essa escola herética e depois se converteu a fé cristã. Não vem ao caso, pois a noção geral de que existe um dualismo no livro de Apocalipse, onde as forças divinas estão em um confronto de forças iguais com os poderes das trevas é falsa e falaciosa.
No livro de Apocalipse o mal ganha proporções inimagináveis, embora o novo Testamento ensine que o diabo já tenha sidfo derrotado (Hebreus 2:14) vemos esses conflitos cósmicos envolvendo as forças das trevas, uma luta cósmica, onde o universo sofre os abalos desses confrontos, mas em nenhuma hipótese, desde que se faça uma exegese correta do livro, vamos encontrar esse dualismo, não há forças iguais em uma luta pelo domínio do universo. Há apenas a consumação geral da rebelião dos espíritos caídos e de homens impenitentes que juntos desejam confrontar DEUS, porém a narrativa de Apocalipse revela que o Poder pertence unicamente a Deus. Por exemplo, cerca de quatro vezes, encontramos a declaração exclusiva do Senhor em identificar-se a si mesmo como Alfa e Omega, principio e fim (Apocalipse 1:8 e 11 21:6 e 22:13) essa identificação da atributos nunca é atribuída a satanás. Ele é apenas uma oposição e nada mais. Da mesma forma, vimos que o livro de Apocalipse aponta exclusivamente o Senhor como Deus Todo-Poderoso, e tão somente á Ele é atribuído ter todo o poder (Apocalipse 1:8, 4:8, 11:17, 15:3, 16:14, 19:6 e 15 e 21:22) a consumação da revelação da natureza de Cristo é descrita em uma expressão sumaria de todos os seus atributos divinos, pois então Ele mesmo é chamado de Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16). O controle Soberano pertence a Deus, ele é único, não há um dualismo no livro de Apocalipse, embora o livro expresse de forma contundente um conflito de ordem moral, espiritual e universal, as forças contrarias não estão no mesmo nível de competência, embora tentem usurpar tal posição, todavia será uma derrocada irreversível seguida de um juízo eterno. Ainda assim devo acrescentar que há um Trono de majestade e ele pertence a Deus e ao Cordeiro (Apocalipse 22:1 a 3 veja também 12:5) Assim a revelação procede em todos os momentos, onde se fala da magnitude soberana do Altíssimo Deus e seu dominio cósmico e atemporal sobre todas as coisas (Apocalipse 7:12) ao ponto culminante da declaração de Cristo ter as chaves da morte e do inferno (Apocalipse 1:18) ou seja, um domínio completo e total sobre todas as coisas, até mesmo aquelas nos recônditos mais secretos de âmbito espiritual estão sob o domínio de Cristo. Em nada disso encontramos sinais evidentes de um dualismo.
Poderia seguir em frente e falar mais sobre as grandezas do Senhor, pois a bíblia atesta que assim Ele é (Lucas 3:8 Romanos 4:16 a 21  Filipenses 3:21) Sabemos que o mal sofrera completa aniquilação (II Tessalonicenses 2:8) e por fim, terá conquistado irreversivelmente o cosmos “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre”(Apocalipse 11:15)


CLAVIO J. JACINTO

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