O Perigo do Misticismo em Uma Igreja Sem Discernimento





Precisamos entender que existe um mundo espiritual caído, onde o engano é o propósito fundamental, primeiro, veja que Paulo adverte que satanás se transfigura em anjo de luz (II Coríntios 11:14) segundo, assim o mundo seria infestado por muito engano (Apocalipse 12:9) surgiriam no cenário mundial, demônios e  espíritos imundos que usariam homens como instrumentos para promover doutrinas e ensinos provenientes dessa fonte cheia de disfarces (I Timóteo 4:1) note que os demônios são crédulos, possuem crenças (Tiago 2:19) e o próprio diabo, na sua astucia, na tentação no deserto fez uso das Escrituras (Mateus 4:1 a 11) então é louvável que os espíritos precisam ser testados (I João 4:1 a 6) de outra forma, aquele que não tem um bom discernimento bíblico, ficará completamente aberto ao engano do fim dos tempos (Atos 17:11) viver nesses últimos dias sem ter o sentido exercitados para discernir tanto o bem como o mal (Hebreus 5:13 e 14) é caminhar em campo minado. Há evidencias de que Paulo tem sido preciso em suas declarações, pois nessas ultimas décadas, .temos presenciado um reavivamento de doutrinas gnósticas e ocultistas, embora a mística medieval tenha relatos sobre “elocuções internas” e a movimento nova Era tenha explorado muito os conceitos de novas revelações e contatos paranormais através de vozes interiores, a verdade é que nosso mundo está cheio de místicos vinculados a experiências metafísicas pessoais e emocionais, transes extáticos, visões, viagens astrais e bilocação de consciência bem como experiências extracorpóreas e diálogos com entidades suprafisicas encontradas no fundo do eu ou em submundos mentais provocados por estados alterados de consciência e provocados por beberagens ou consumos de drogas psicoativas.
Olhe a sua volta,  veja o histórico do espiritualismo em suas mais variadas modalidades, desde encontros com “ETs” até contato com entidades  “intratrerrenas” , pesquise sobre a origens de livros como “O livro de Urantia” ou “Um Curso em Milagres”. Veja quantas pessoas alegam receber mensagens de alienígenas das Plêiades, ou recebem novas revelações vindas supostamente do “espírito santo”, mas que são acréscimos, subtrações e negações das Escrituras. O mundo está cheio disso. Revelações vinculadas a experiências místicas não podem derrubar ou remover nem mesmo uma vírgula das Escrituras “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Salmos 11:3) O Senhor Jesus disse “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar” (Lucas 21:33) assim, fica firme a declaração do Espirito Santo “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Isaias 8:20)
Ora, o Senhor nos deu seu Santo Espírito, para que Ele nos guie para a verdade, portanto para dentro das Escrituras, porque as Escrituras são a verdade( João 16:13 com 17:17) a nova aliança é o evangelho revelado, a obra consumada e perfeita de Cristo bem como os ensinos do Novo Testamento constitui-se do que é chamado de Evangelho, e então Paulo adverte que mesmo que um ser sobrenatural angelical desça para proclamar mensagens que não estão de acordo com a sã doutrina, deve ser rejeitado, pois é anátema (Gálatas 1:8 com Tito 2:1)
O paganismo antigo e moderno está cheio de experiências razoavelmente agradáveis, os adeptos da nova era com seu espiritualismo eclético tem dado testemunho constante de contato com anjos, alienígenas, fadas, duendes, espíritos desencarnados, mestres ascencionados, espíritos da natureza e até de entidades que se apresentam como “Jesus Cristo” no meio dessa pluralidade de fenômenos paranormais, dentro e fora das igrejas deve ser visto como um sinal dos tempos. Outro dia vi um artigo, onde alguém narrava  visitações angelicais em uma igreja evangélica, um anjo chamado  “Emma”, distribuindo “pó de ouro” na congregação. Alguns desses fenômenos espirituais conduzem as pessoas a se sentirem especiais e escolhidas para uma missão no mundo, outras consideram-se “profetas messiânicos” cujo propósito é preparar a humanidade para um “salto de consciência” ou um “salto evolutivo”.  Devemos atentar para certas características que denunciam as origens demoníacas e a trapaça de certos fenômenos espirituais. Por meios sutis e usando o sentimento místico religioso do homem satanás, o enganador , consegue persuadir muitos a  acreditarem em seus encantamentos espirituais. Meu desejo é apresentar certas características que definem o campo de ação do inimigo, e como muitas vezes, aquelas experiências espirituais tão comum no paganismo, pode se repetir também em nosso meio, e assim, arruinar com as almas de muitos.
Primeiro: Elocuções interiores vindas de pessoas em transe extático. Note aqui que a passividade e a perda de identidade, a despersonificação seguida de passividade da vontade e da razão. Isso parecia comum em muitos experiências  de místicos católicos, mas parece que no paganismo e no espiritualismo da nova era, também é comum as elocuções interiores.
Segundo: Encorajamento a passividade, esse é o sinal principal, um chamado a passividade ou esvaziamento da mente, quando li “O Guia Espiritual” de Miguel de Molinos, notei essa tendência, em certa medida os escritos de Madame Guyon parece levar a essa direção, embora os Escritos dela não tenham o mesmo teor de passividade como no caso de Molinos. O quietismo infelizmente tem essa tendência a passividade, de qualquer forma, a ênfase sobre o silencio e a busca da divindade dentro do eu profundo é um caminho valido para encontrar Deus, quando na verdade só existe um caminho e é através de Cristo (João 14:6)
Terceiro: o Combate do uso da razão. De certa forma entre muitos pentecostais que conheci, a rejeição da razão e o uso da experiência e dos sentimentos como aferidores de uma verdade era o princípio que regulava a autenticação de um fenômeno espiritual. Esse abandono a razão é oposto á Romanos 12:1 e 2, notamos que o racional dessa passagem é o grego “logikos”, não devemos perder a razão, mas fazer bom uso da razão com discernimento, pois ter os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal é um caminho seguro para evitar todo e qualquer tipo de engano espiritual (Hebreus 5:14)
Quarto: Negação do eu. A despersonificação tem sido um sinal de perigo, quando se nega  a  personalidade própria ou a identidade, isso pode ser um fator á determinar que outra entidade tome controle da mente, e isso é uma abertura para  possessão demoníaca. Note por exemplo que o Espírito Santo não agiu com os escritores bíblicos de forma que eles produziram escrita automática, nenhum deles perdeu a identidade e a personalidade, note que os traços pessoais estão presentes em cada um dos escritores do Antigo e Novo Testamento
Quinto: Jornada para dentro do ego em busca de uma divindade interna. O ego humano é um labirinto escuro, só quando a Luz da Palavra ilumina,(Salmos 119:105) o Espírito do Senhor se fará presente, e o Espírito Santo se fará presente para que Cristo seja revelado pela Palavra. O homem não tem luz espiritual própria para guiar-se para dentro de si mesmo em busca da divindade porque Deus não se revela pela alma do homem, Deus se revela pelas Escrituras. “Quem crer em mim como diz as Escrituras” (João 7:38) é as Escrituras que nos torna sábio para a salvação (II Timóteo 3:14 a 16) por isso os judeus examinavam ela (João 5;39) os bereanos não faziam jornadas ao ego, mas examinavam todos os dias as Escrituras (Atos 17:11) do mesmo modo, Paulo não induziu ninguém a procurar uma divindade num viagem épica para dentro da alma humana, mas tomava a Palavra de Deus e disputava com os judeus a respeito do Evangelho (Atos 17:2) assim também vimos como Apolo era poderoso nas Escrituras e não no misticismo (Atos 18:24) essa é a razão do porque Cristo acusar alguns de não conhecerem as Escrituras (Marcos 12:24) os pagãos com suas poções mágicas mantinham contato com espíritos, outros recebiam novas revelações sob efeito de psicoativos, alguns entravam em transe através de mantras e ainda outro desenvolveram exercícios espirituais para ter contato com o mundo paranormal desde a alma humana, tomamos como exemplo a respiração holotropica que foi desenvolvida para induzir o praticante a entrar em estados alterados de consciência e manter contato com o mundo espiritual, desde a sua própria mente, ou seja encontrar uma suporta verdade desde dentro de si mesmo.
Muitas vezes essas experiências irão ser conduzidas por lideranças visionarias, ou o misticismo paranormal tende a produzir esse tipo de liderança.  Os movimentos que nasceram a partir de experiências visionarias  sempre acabam idolatrando seus lideres, pois a forma como o misticismo paranormal influencia as pessoas, os leva a crer que foram chamadas para resgatar uma verdade supostamente perdida, seriam eles incumbidos de uma missão especial, os diletos de Deus, pois foram o instrumento escolhido de forma messiânica a conduzir as almas para a correção espiritual, mesmo dentro do cristianismo, há muitos exemplos desses desastres espirituais que deram forma a seitas e ensinos bizarros e completamente e antibiblicos.
De certa forma, tudo o que vimos hoje é apenas cíclico, porque não há nada novo no esoterismo, quase sempre se dá apenas novas roupagens a antigas praticas, e as vezes se faz necessário para tornar-se mais aceitável para quem tem um teor um pouco mais elevado de ortodoxia, porem lhe falta o discernimento. Assim, vimos como técnicas de visualizações, certas formas de quietismo, exercícios espirituais desenvolvidos em monastérios católicos e praticas de exercícios de contemplação para  alcançar o transe extático, tem sido promovido pela igreja emergente e seus lideres mais proeminentes como Rick Warren, Bryan MaClaren e Richard Foster. Qual é o problema central do misticismo esotérico cristão que leva um praticante a perda de um ponto fundamental para verificar se algo é ou não verdadeiro? Sem duvida, a questão é muito simples de debater e o autor sabe muito bem do que fala, porque as experiências no campo das pesquisas foram amplas e duradouras, e de certa forma a regra geral é que a experiência espiritual sempre foi uma marca registrada de autentificação da verdade, não as Escrituras, mas os sentimentos, as emoções e por ultimo, a experiência tem sido o fator que determina se algo é verdadeiro ou não, as Escrituras, com raríssimas exceções nunca foram a autoridade final na questão das experiências místicas e  espirituais, e isso tem sido a causa do colapso de uma doutrina que deveria ser inegociável: a doutrina da suficiência e da autoridade final das Escrituras.


Clavio J. Jacinto

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