O orgulho é um sentimento
egocêntrico, um pecado que se aloja no nosso coração. Embora nem sempre seja
abordado de forma profunda, trata-se de um dos pecados mais abomináveis. O
orgulhoso se acha em posição de superior aos demais. Assim Cristo conta a
historia de um fariseu e um publicano que vão orar no templo. O fariseu está
cheio de justiça própria. O que seu coração contempla são suas próprias
qualidades. Seu modelo de aferição é o seu próximo. Assim o fariseu
olha para uma pessoa bem pior do que ele, era publicano, homem de pouca
piedade, enquanto ele, tinha um zelo extraordinário pelas coisas religiosas.
Assim a sua comparação passa a ser de suas supostas virtudes religiosas
contrastadas com as dos publicanos. Nesse caso, ele se considerava muito
melhor. Era dizimista, freqüentador assíduo do templo, homem de oração, etc.
São qualidades que nutriam seu orgulho. Sua vida era colocar-se ao lado dos
outros, e por ter uma religião sofisticada cheia de pormenores, cujo o zelo,
sem duvida nenhuma era superior a qualquer outra filosofia judaica. Mas isso
lhe trazia orgulho! Então achava-se muito melhor do que os outros. Deus teria
que aceita-lo, porque era merecedor desses méritos. Não há espaço para a
dependência de Deus, não há espaço para a graça e nem para a misericórdia.
Aliás o fariseu sempre tinha um olhar atento para as coisas exteriores, e era
completamente descuidado para pecados abomináveis como o orgulho e outros
pecados interiores, que ficam alojados dentro do coração humano. Assim ele
consegui ver enormes pecados exteriores no publicano, sérios agravos naquele
homem, mas era incapaz de enxergar o seu próprio orgulho, ou melhor: seus
próprios pecados.
O orgulho é aquele
sentimento de que e estamos em uma posição melhor, porque somos capazes de
fazer o melhor. Essa tendência de centralizar o nosso eu, de energizar nossos
sentimentos pessoais para nutrir a nossa auto-satisfação e receber a admiração
alheia. Assim nosso eu se intoxica, fica inebriado com a admiração dos outros,
dos elogios, aplausos, e porque não dizer, nosso próprio coração aplaude a nós
mesmos. Pois que lá dentro elogiamos a nós mesmos, quando vimos supostamente
tanta gente pior do que nós. A Única direção certa para um homem transformado,
é compara-se a Cristo. Nessa visão comparativa, então é destituída a nossa
glória pessoal. Cristo nos convida a tomar uma cruz, e o ego não gosta dessa
coisa vergonha, e nos incita a negar-se a si mesmo, e o ego odeia essa pratica.
Somos chamados para a vida de humildade, a sermos pobres de espírito. Nosso
orgulho precisa morrer, se quisermos ser verdadeiros seguidores de Cristo. Não
há espaço para o nosso "eu" no caminho do evangelho, porque ele nunca
está de acordo com os valores do Reino de Deus. Podemos ser bons religiosos,
abraçarmos uma variedades de crenças e liturgias, e então classificar o que
achamos que é pecado e o que não é, de acordo com nossos pontos de vista ou do
ponto de vista da nossa denominação. Mas aquele que tem a mente de Cristo e
segue os passos do Mestre não é cativado pelo orgulho, porque o caminho da vida
espiritual não permite que venhamos carregar o fardo sujo do orgulho humano. A
humildade nos coloca em ultimo lugar e na presença de Deus, o orgulho nos
posiciona frente dos demais, mas fora da presença de Deus. Que o Senhor abra os
nosso olhos, porque olhando para a realidade do que somos, só podemos baixar a
nossa cabeça e bater no nosso peito para pedir a misericórdia de um Deus santo
e Todo-Poderoso.
"A cruz de Cristo mostra que
a misericórdia de Deus foi a causa da nossa redenção, e não nossas atitudes
pessoais. Um coração que conserva essa dependência da graça de Deus, não dá
qualquer lugar para a soberba morar na sua alma"
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