A vida sem Deus é uma vaidade, é verdade que por alguns
momentos ela engana com falsas alegrias, como aqueles fogos de artifícios que
explodem num milhão de cores brilhantes e logo em seguida jazem a escuridão
noturna. A vida é assim. Sem Deus ela não é nada. Tiago fala sobre as coisas perecíveis
em Tiago 1:11, o mundo passa, a vida passa. A entropia carrega nossos labores e
nossos sonhos, o coração pulsa e o respirar de cada momento um dia se acaba,
porque a vida passa. Salomão percebeu isso, da glória do seu reino, num quarto,
olhando para o espelho ele percebe que envelheceu. Sua vida seguiu o curso
normal para escoar na eternidade, mas o que tens preparado para quem será? Essa
é a questão fundamental da vida, da vida atual que nos remete paliativos
estonteantes analgésicos psicológicos ao ponto de ebulição no laboratório das
ilusões. Assim, a vida vai embora, como uma vela que é consumida pelo fogo,
como a nevoa que não resiste ao poder da luz do dia, (Tiago 4:14) o tempo consome
a todos os mortais. A vida passa, mas a bíblia diz que aquele que faz a vontade
de Deus permanece para sempre (I João 2:17)
Dedico a todos os meus diletos leitores o poema “O Velho” do
poeta grego Konstatinos Kaváfis, uma percepção da realidade tal como ela deve
ser percebida por todos nós.
O VELHO
No
meio do café ruidoso, sem ninguém,
por
companhia, está sentado um velho. Tem
à
frente um jornal e se inclina sobre a mesa.
Imerso
na velhice aviltada e sombria,
pensa
quão pouco desfrutou as alegrias
dos
anos de vigor, eloqüência, beleza.
Sabe
que envelheceu bastante. Vê, conhece.
No
entanto, o seu tempo de moço lhe parece
ser
ainda ontem: faz tão pouco, faz tão pouco.
..
Medita
no quanto a Prudência dele rira;
em
como acreditara sempre na mentira
do
“Deixa para amanhã. Há tempo.” Que louco!
Pensa
nos ímpetos que teve de conter,
nas
alegrias frustras por seu tolo saber,
que
cada ocasião perdida agora escarnece.
Porém,
tanto pensar, tanta recordação,
põem
o velho confuso, e sobre a mesa, então,
daquele café, debruçado,
ele adormece.
Clavio J. Jacinto
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