Cristo e o Novo Testamento garantem a
historicidade e a literalidade dos primeiros capítulos da Bíblia. O Senhor
e Seus apóstolos em todos os lugares os tratam como narrativas de eventos reais
e até extraem dessas deduções instrutivas. Mateus 19: 4-9; Rom.5:
12-21; I Cor.15: 21,22; I Tim.2: 13,14; Tg 3: 9; 1 João
3:12; Ap 20: 2. 'Se, portanto, o Novo Testamento é verdade, o mesmo
acontece com a história de Gen.1-3.'
É impossível manter uma fé inabalável
em Cristo e, ao mesmo tempo, afastar esse fato evidente, talvez com a ajuda de
certas especulações sobre a auto-humilhação (kenosis) de Cristo, ou negando a
liberdade do erro do encarnado. Filho de Deus, ou mesmo acreditando que, contra
Seu melhor conhecimento (!), Para fins educativos, Cristo se acomodou aos erros
de Seus contemporâneos. Que o Senhor se acomodou à linguagem de seu tempo
é evidente. Mas o fato de Ele ter se acomodado aos erros de Seu tempo é
totalmente inconciliável com Sua perfeita veracidade.
A tentativa de explicar as narrativas
da história antiga como 'linguagem alegórica', com o argumento de que a
história inicial e a história final pertencem juntas e a história final,
especialmente a Revelação, é obviamente predita em linguagem alegórica, não
pode ser mantida.
O mesmo se aplica à afirmação,
freqüentemente feita hoje, de que o Antigo Testamento ainda pode ser a
"Palavra de Deus", mesmo que os eventos nela declarados (por exemplo,
as primeiras histórias) não tenham acontecido literalmente; que importa
menos quais foram os acontecimentos do passado do que qual é a mensagem para o
presente; que não somos espectadores, mas aqueles abordados.
Para qualquer verdade que exista na
última afirmação, a primeira é ininteligível e ilógica; pois o Antigo
Testamento não dá essas narrativas em visões ou símbolos apocalípticos, como
faz o Apocalipse de João, nem na forma de mitos, quadros e parábolas
manifestos, mas como história real (por exemplo, Gên.1-3), ou, como considera
as profecias de Daniel como previsões reais. Portanto, essas narrativas,
no sentido de seus escritores, devem ser estimadas como história real, sem
modificar a concepção de 'história'. Pois o Espírito de Deus nunca pode
promover a verdade divina por erro e falsificação piedosa. Portanto,
somente como eventos históricos que aconteceram a "história sagrada"
ainda acontece em nós hoje.
O direito de pesquisa textual, bem como
de investigação literária e histórica, bem como de estudos comparativos de
fatos culturais e religiosos, não é assim negado. Mesmo assim, na exegese,
os princípios espirituais subjacentes e os significados típicos, contidos
nesses eventos passados, devem ao mesmo tempo ser enfatizados com mais força.
Excederia o espaço de nosso livro para
discutir mais detalhadamente a tensão entre a visão bíblica do mundo e a da
filosofia natural moderna que surge das questões de fato acima. Nossa
tarefa não é de desculpas, nem de defesa da fé, mas apenas uma história de
salvação, e isso apenas em linhas gerais. A Bíblia mostra de maneira
simples as conexões históricas do plano de Deus e renuncia a todas as
discussões detalhadas, filosóficas e apologéticas. Em outros lugares,
esses são sem dúvida de grande significado e devem ser amplamente
aceitos. No entanto, na bússola de uma pesquisa histórica, antes de tudo,
a referência à autoridade do Senhor Jesus deve ser suficiente
Extraido de:
The Dawn Of
World Redemption. Erich Sauer. The Paternoster Press. 1966
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