Gosto de uma frase escrita por José Comblin, que ele escreveu no livreto “O que é a verdade” (Paulinas): “Por um lado está a verdade e, por outro, a mentira. O adversário da verdade não é a ignorância ou o erro, mas a mentira”. A questão primeira é que a mentira sempre será um erro, a ignorância pode ser proposital, consequência de um fanatismo deliberado ou orgulho religioso, mas às vezes o obvio é tão evidente que, protocolar um erro, dogmatizando-o parece ser fruto de uma simples ignorância deliberada. Temos que conviver com essas tendências perversas quando a luz da verdade ilumina nossos corações.
No livro “O Despertar dos Carismas” (Paulus) o Autor católico carismático italiano Serafino Falvo, abordando o tema “homens santos” admite que na igreja primitiva na se cria como agora, na perspectiva católica romana, que enfatizou ser o homem santo aquele sendo canonizado após morto e faz milagres sobrenaturais. (Pagina 3), ou seja, o santo era o cristão salvo, na hipótese de falvo, os membros da igreja de Corinto eram os santos.
Falvo então conclui que os Homens vivos e não os mortos, (sobrenaturalizados por processos religiosos para atuarem como protetores e intercessores que podem ser cultuados e invocados, cada um em sua própria especialidade milagrosa) eram os santos da igreja primitiva.
Não foi somente o conceito que mudou, a maneira como o processo de culto aos santos e a fabricação de imagens representativas á eles também eram algo absolutamente desconhecido na igreja do Novo Testamento. E a maneira sistemática como vimos isso ocorreu parece ser apenas um meio de adequar o cristianismo com as religiões idolatras gregas e romanas.
Como aprendemos que essa heresia de culto e orações aos santos é um erro e a prática está totalmente fora do Novo Testamento? Ainda que numa insistência projetada na tentativa de defesa da prática arrancando alguns textos das Escrituras seja evidente, seriam mais honestos, seus defensores em admitir que se trata de um dogma extra-bíblico e que a igreja romana tem autoridade para isso!
Começamos por Cristo, que, ensinando acercada oração modelo, aponta para um caminho vertical, direto ao trono: “Pai nosso que estai nos céus” (Mateus 6:9 Lucas 11:11 a 13 e João 16:23) e nessa direção deve permanecer nossas orações (Hebreus 11:3). Que as Escrituras são claríssimas que devemos orar em nome de Jesus, e não usar qualquer outro nome, pode ser visto de forma muito clara em passagens como João 14:13 e 14, e não há sequer um só apostolo que após a morte de Tiago, argumente e ensine que, rogos e orações podem ser dirigidas ao falecido Tiago que agora se encontra em posição de mediação entre Deus e os homens, simplesmente não encontramos isso!
Todo o ensino sistemático do Novo Testamento sobre a oração, segue esse conceito fundamental, é o Espírito Santo que nos ensina isso (Romanos 8:26 e 27 Efésios 6:18). A bíblia nos ensina a orar crendo, mas crendo em quem? No nome dos apóstolos, dirigindo suplicas ao falecido Estevão, que no momento da sua morte viu os céus abertos e Cristo de braços abertos aguardando a sua chegada aos céus? Não! Devemos orar crendo em Deus, isto é, crendo no Deus Triúno (Hebreus 11:6 Tiago 1:5 a 7 I João 5:13 a 15) Que devemos orar com persistência, é um ensino lógico, mas essa persistência deve ser ajustado ao ensino bíblico e tão somente a ele (Mateus 7:7 Lucas 18:1).
Nossa atitude de oração deve ser com sinceridade (Salmo 145:8) isso significa uma confiança plena em pedir para quem pode nos socorrer (Filipenses 1:19) Sim, nossas orações mais sinceras, não podem ser dirigidas a criaturas justificadas, mas ao criador que as justifica “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hebreus 2:18) Cristo e somente Cristo, pode nos socorrer (Mateus 11:28)
Prosseguimos seguindo a luz exposta acima, que a oração segue um princípio régio, a obediência á Deus (I João 3:22) como podemos dirigir orações as criaturas e, ao mesmo tempo sermos obedientes ao Criador que ordena que as orações sejam dirigidas unicamente a Ele? Oh! não poderia homens santos como Daniel, dirigir suplicas ao falecido piedoso Enoque ou a Abel, homens justos e santos? Mas, no entanto, o Espirito Santo dá o testemunho nas Escrituras “Acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu Deus” (Daniel 6:11) Assim procederam os apóstolos, na vocação mais pura de orar com sinceridade, discernimento e obediência, “E orando disseram: tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos...”(Atos 1:24) Sim, oravam ao Senhor pedindo auxílio e a resposta para uma escolha importante.
Veja que a bíblia tem sido muito definida a respeito da prática de oração, podemos encontrar detalhes acerca do assunto, orações privadas (Mateus 6:6) orações publicas (Atos 1:14) orações coletivas (Mateus 18:19 e 20) a igreja se reunindo em casa para orar (Atos 12:5), Mas nunca o ensino de que devemos dirigir orações aos santos!
Acerca do tempo, a bíblia admoesta a orarmos sem cessar (I Tessalonicenses 5:17) Devemos orar regularmente (Salmos 56:16 e 17) Devemos vigiar e orar (Mateus 26:40 e 41), mas nunca ensina que essas orações podem ser dirigidas aos “santos”!
A bíblia menciona acerca da postura da oração, com confiança (Salmo 112:7) com reverência (Salmo 145:19) com humildade (Salmo 10:17 Tiago 4:16) sem vãs repetições (Mateus 6:7) Com esperança (Mateus 6:10)Com deleite (Salmo 37:4 e 5) com ações de graças (Filipenses 4:6 e 7), mas nunca ensina que devemos dirigir orações a criatura.
A oração deve levar a um resultado mais excelente, não a satisfação dos homens, mas a Glória de Deus, Deus precisa ser glorificado pela oração e pelos resultados que a oração oferece. Criaturas não devem receber glória que só pertence a Deus (João 16:24) Ações de graças e agradecimentos como um deleite espiritual e uma forma de cultuar, devem ser dirigidas somente a Deus!
Que as prescrições bíblicas apresentadas aqui possam ser consideradas como a voz do Espírito Santo que nos conduz a toda a verdade, levando em conta as palavras inspiradas de Judas: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna” (Judas 1:20 e 21)
Que Deus seja Glorificado através de nossas Vidas.
C. J. Jacinto
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