O PERTURBADOR DE ISRAEL


 


O PERTURBADOR DE ISRAEL

 

Dura foi a acusação de Acabe contra o profeta Elias, sob o efeito de um zelo ardente pela verdade, o profeta não conformado com o ecletismo ecumênico promovido sob a influência de Jezabel, resolveu ser oposição aberta contra o sistema vigente. (I Reis 18:17) A apostasia da sociedade era o fruto de uma religião falsa, cultos idolatras e falsos profetas que se infiltraram entre o povo de Deus para fermentar e contaminar a sociedade.

Profetas de Astarote e de Baal agora estavam na moda, centena deles no palácio do rei, promovidos a conselheiros e orientadores espirituais, financiados por uma rainha pagã chamada Jezabel, ela tinha sua origem entre os sidônios, e Acabe a toma como esposa, nessa conjunção aliancista que evidenciava conveniências políticas e paixões carnais, a predominância jezabélica como influência espiritual se enraizou no mundo espiritual de tal forma, que o jezabelismo transformou-se em um sistema maligno de infiltração na igreja, como vimos a ocorrência dois mil anos depois do ocorrido com o profeta Elias na igreja de Tiatira.

O teatro religioso era insidioso, o fervor pungente de jezabel ao paganismo era notável, a corrupção moral era uma força que destruía os fundamentos da ortodoxia espiritual, Elias parecia ser o intolerante, o fanático, o solitário que tornou-se uma exceção no meio da regra basilar; coxear em dois pensamentos. Essa postura era própria de gente sem discernimento e sem compromisso com a verdade. Há um pouco de verdade e um pouco de mentira no sistema jezabélico, o coxear entre dois pensamentos era a conseqüência de uma religião elástica, que permitia o engano prevalecer dentro de um pouco de verdade.

 

Veja que Obadias estava escondendo alguns profetas, pois havia então uma perseguição contra os que não se adaptavam ao novo sistema eclético. A rogação de Elias chamando o povo a não coxear entre dois pensamentos diz tudo: Era impossível cantar a Yaweh e ao mesmo tempo com a boca beijar Astarote e aos Baalins.  Os falsos profetas eram financiados pelo sistema eclético, então esses falsos profetas falavam coisas agradáveis aos ouvidos, esse ajuntamento de falsos profetas é a tendência funcional da religião frouxa, pois o povo gosta de amontoar para si doutores que satisfaçam a própria concupiscência. E jezabel com Acabe sendo meros carnais materialistas, estavam financiando uma religião que pudesse satisfazer suas perspectivas. Elias estava fora do foco deles, elimina-se o que se opõe, e apóia-se quem é favorável. Essa é a regra do relativismo e da religião mundial que tenta se instaurar no mundo, sob o argumento da paz e da unidade. É simples, não importa se os falsos profetas de hoje façam nichos á mamom no coração, desde falem também de qualquer assunto do evangelho, já são considerados como “irmãos’ em Cristo. O sistema então consagra os falsos profetas a ungidos do “senhor” e então tornam-se intocáveis.  veja o amado leitor, que a fúria de Jezabel se acendeu como a mais profunda fornalha do inferno, quando seus amados e diletos falsos profetas foram mortos. Recobrando-se da amargura, Jezabel dá sentença de morte para Elias, pois é intolerável a intolerância de um ortodoxo em meio aos apostatas.

A solidão de Elias é uma séria advertência, ele está pisando o mesmo caminho sagrado de Enoque, o sétimo depois de Adão que era servo do Senhor e profeta para sua geração. O mundo religioso da época de Elias tornou-se bem elástico, o codinome da religião vigente seria bem fácil de identificar, uma mistura de sagrado e profano, ortodoxia e heresia. A mistura do engano é muito sutil, mantém a aparência ortodoxa por fora e as vezes deixa escondido sob essa aparência, o veneno espiritual letal, o método é como Pedro alertou : “Encobertamente”(II Pedro 2:1 e 2) essa é uma forma eficaz, embora Jezabel não se preocupe nem um pouco em deixar evidente que sua intenção era acabar com a verdade, misturando ela com a mentira.

Agora voltemos ao título acusatório que Acabe lança sobre o Profeta Elias: Perturbador de Israel! e porque era um perturbador? Porque era um opositor aberto e não fechado. Ele denunciava e não se omitia, pregava contra e não aliciava, se separava e não se unia, era comprometido com a verdade e não pragmático, preferia o sacrifício da solidão e não a fama, não estava interessado nos números mas na fidelidade, assim Elias escolhe um caminho difícil quando denuncia a religião fácil. Quase mil anos depois, João Batista trilha pelas mesmas pegadas, o caminho do profeta em tempo de crises está sempre cheio de espinhos, enquanto o do falso profeta não sobram aplausos.

Então temos um profeta não conformado com o presente século de Jezabel, quando sua influência parecia predominar na esfera espiritual, Elias tornou-se uma oposição aberta contra a idolatria e o sincretismo religioso. As falsas doutrinas importadas dos cananeus estavam sendo misturadas com a religião do povo de Deus, um pouco de cada, um amálgama de verdades com erros, verdades com mentiras, e isso resultou numa forma de devoção superficial e utilitária, a religião de jezabel era antes de tudo uma religião utilitária, usava meios para se alcançar os fins, e um dos métodos era enfraquecer a verdade, usando estratégias e métodos eficientes para isso, e um deles era perseguir e matar a oposição, para silenciar as vozes de protestos contra a apostasia, assi, o dilema central era percorrer os olhos para achar os “contras” seriam esses chamados de “fanáticos” “intolerantes” e “fundamentalistas” inimigos do bem comum, perturbadores da paz alheia, esses seriam acusados de dissidentes, rebeldes contra o sistema, desobedientes as autoridades,  Isso não soa familiar com o contexto dos primeiros séculos da era cristã, onde os cristãos foram acusados de coisas terríveis, por conta de proclamarem uma salvação exclusiva por meio de Cristo e uma verdade absoluta por meio do Evangelho? Os cristãos foram acusados de ateus por não aceitarem a divindade do imperador. Poderiam tomar um caminho alternativo, colocar a divindade de Cristo no pedestal sem destronar os outros deuses, mas na medida que clamavam que Cristo era Senhor, destronaram todos os deuses de paganismo, e de certa forma sofreram duras perseguições, foram acusados dos mais bárbaros crimes, e os opositores da nova fé, fizeram tudo isso com a intenção de exterminar toda a oposição contra os falsos profetas e as falsas religiões.

Assim, Elias, o perturbador de Israel era uma voz contra a confusão, era uma voz contra a idolatria, era uma voz contra a prostituição espiritual, era uma força opositora ao jezabelismo predominante na época de Acabe. O desafio era universal, para todos

“Então Elias se chegou a todo o povo e disse, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o, porém o povo não lhe respondeu”( I Reis 18:21)

O silêncio do povo era comprometedor, a voz de Elias um brado contra essa omissão do povo, influenciado e manipulado pelo sincretismo promovido por jezabel. Na época de Elias podemos ver a crise espiritual que se dissemina com a frouxidão moral. Amigos dos profetas falsos e simpatizantes de Elias, agradar a todos sempre compromete a fidelidade a verdade.

E perturbando com uma postura de oposição, Elias se sente recuado no caminho da solidão, pois vê a força da influência de jezabel e a sua religião sincretista sempre predominando cada vez mais. E hoje em nossos dias, muitos se incomodam e até são taxados de intolerantes e fundamentalistas, quando denunciam o escândalos em nosso meio, denunciando que muitos cultos e comportamentos místicos no meio evangélico se assemelham muito com comportamentos de terreiros  de cultos afros, bizarrices comportamentais que se parecem mais com praticantes de ocultismo quando experimentam o despertar da kundalini e ao exemplos nunca se esgotam.

Perturbamos o mundo religioso com a verdade das Escrituras? a oposição renderá muitos inimigos e poucos defensores, como João Batista que vai para o catre, e na solidão da masmorra, tal como Paulo e Silas, que cantam a Deus depois de serem surrados, pois pregaram contra a idolatria e desmascararam um espírito enganador que parecia tão ortodoxo nas pronuncias públicas e tão pragmático nos resultados pois adivinhava o futuro por meio de uma médium e então dava muito lucro aos que usavam a moça para ganhar a vida com a prática de ocultismo enrustido de arte divinatória.

As grandezas da verdade evangélica não podem ser silenciadas pela covardia, Elias desafia, é corajoso, é intimo de Deus, é convicto, mesmo na solidão, Deus é solidário com o profeta, sete mil é o número Dos remanescentes, a maioria deles, com certeza escondidos por Obadias, mas havia sim um remanescente fiel, Deus guarda os seus, preserva os santos no meio da crise, conduz os eleitos em meio a apostasia, “Também deixei ficar em Israel sete mil; todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou” (I Reis 19:18)  Como isso me faz lembrar dos amigos de Daniel que não se dobraram diante da estátua de Nabucodonosor no campo de Dura, lembre-se? está La em Daniel 3, os três eram uma minoria, todas as gentes, a grande multidão, na encenação da promoção da horrível idolatria, o mundo todo se prostrava diante da estatua, mas aqueles três jovens hebreus, permaneceram firmes e não se prostraram diante do grande ídolo, podemos até fugir das evidencias, mas em tempos de crises espirituais, pouca gente está disposta correr o risco da própria vida para manter-se firme contra o sistema anticristão, você é um desses?


Clavio J. Jacinto

 

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