Em 1095, porém,
abriu–se oficialmente uma nova rota para o domínio de Deus.
Na terça–feira,
27 de novembro daquele ano, o Papa Urbano 2 subiu numa plataforma erguida num
campo além do portão leste da cidade francesa de Clermont. Daquela eminência,
pregou uma cruzada, uma guerra feita em nome da Cruz. Nessa guerra, segundo o
Papa, podia–se obter o favor de Deus, e um assento ao lado do Seu trono,
matando.
Não, claro, que
o Papa fosse indiscriminado. Ao contrário, exortou os cristãos a desistirem da
prática deplorável, embora havia muito estabelecida, de se matar uns aos
outros. Exortou–os a dirigir suas energias assassinas para os infiéis islâmicos,
que ocupavam a cidade santa de Jerusalém e o Santo Sepulcro, suposto
local do enterro
de Jesus. Afim de recuperar para o cristianismo a cidade e a
tumba, os
guerreiros europeus eram estimulados a embarcar numa guerra justa
sob a orientação
direta de Deus.
Mas matar era
apenas um dos componentes de um pacote atraente. Além da permissão para matar,
os bons cristãos obteriam remissão de qualquer pena que já houvessem sido
condenados a cumprir no Purgatório, e de penitências a serem pagas ainda na
terra. Se o cristão morresse nesse esforço, prometiam–lhe automática absolvição
de todos os seus pecados.
Extraido de:
Michael Baigent e Richard Leigh
A INQUISIÇÃO. IMAGO EDITORA. PAGINA 15
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