Balaão é descrito como
aquele que ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para
que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem. Essa declaração
preenche um pequeno hiato no relato do Antigo Testamento. Lá lemos que Balaão foi
chamado por Balaque, rei de Moabe, para amaldiçoar os israelitas, a quem temia
(Nm 22.1—24.25). Quando Deus não permitiu que o profeta amaldiçoasse seu povo,
evidentemente Balaão sugeriu uma maneira indireta de trazer a maldição divina
sobre Israel. Isso é indicado em Números 21.16, em que Moisés disse às mulheres
de Moabe: “Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião
aos filhos de Israel de prevaricar contra o SENHOR, no negócio de Peor, pelo
que houve aquela praga entre a congregação do SENHOR”. O “negócio de Peor” era
uma combinação de idolatria e imoralidade (Nm 25.1-9), como podemos ler em
Apocalipse. O que o relato deixa mais claro aqui é o fato de Balaão ter
aconselhado Balaque a fazer com que suas mulheres seduzissem os homens israelitas
nesses dois pecados. O esquema funcionou bem demais. Balaão também é mencionado
em 2 Pedro 2.15 e Judas 11. A palavra grega para tropeços (scandalon; cf.
escândalo) foi primeiramente usada para a isca de uma armadilha e, em seguida,
para a própria armadilha. Isso se encaixa perfeitamente na figura aqui. Balaque
preparou uma armadilha para os israelitas e eles foram apanhados nela. Swete
comenta: “As mulheres de Moabe foram deliberadamente lançadas no caminho dos
homens israelitas, que não suspeitavam de nada, na esperança de causar a ruína
deles”.38 Lenski traduziu a expressão aqui: “lançar uma armadilha diante dos
filhos de Israel”.39 Pelo que tudo indica, havia alguns membros na igreja em
Pérgamo que procuraram convencer os membros a aceitar os costumes pagãos para
evitar perseguição. Eles defenderam a idéia de comer nos templos pagãos e
participar na adoração aos ídolos, o que incluía prostituir-se com as “virgens”
do templo. E possível que tenham dito que o que alguém faz com o corpo não afeta
a sua alma. O fato de comer carne sacrificada aos ídolos já tinha se tornado um
problema em Corinto, onde Paulo tratou disso (1 Co 8). Essa era uma questão
vital no primeiro século
Extraido do Comentario Biblico Beacon
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