A INFLUENCIA DO GNOSTICISMO NO SEXO E NO CASAMENTO.





O lado belo do casamento é o amor, amor compartilhado no sentimento de mutualidade e o sexo, no relacionamento sexual, homem e mulher compartilham de intimidade e carinho, no casamento os dois são complementos para uma união espiritual plena, daí a unidade que se consuma no matrimonio. Nós vimos essa percepção bíblica muito clara no livro de Cantares de Salomão, embora tenha um valor místico, e denote símbolos que remetem ao amor entre Cristo e a igreja, o livro de Cantares é um livro erótico sob a ordem da sã doutrina e da moral cristã. Não a nada de errado no erótico dentro dos limites do casamento e da ética judaico-cristã.  A visão de que o sexo é pecado e algo ruim ou nocivo é uma idéia estranha ao Novo Testamento, aliás, é estranha a toda Escritura Sagrada. Essa mentalidade oposta ao sexo como fonte de prazer na intimidade do casamento parece ser uma influencia direta do gnosticismo que vai influenciar o monasticismo e mais tarde alguns dos primeiros lideres cristãos. Temos que olhar para o tema como uma heresia e está de certa forma associada com doutrinas de demônios como podemos observar em textos como I Timóteo 4;1 e 2. Que o gnosticismo que estava associado ao espírito do erro (I João 4:6) tem sido o promotor dessa oposição ao sexo como fonte de intimo prazer que deve perdurar dentro do casamento é notável até mesmo nos escritos católicos. John Stanford por exemplo comentou:  
“A atitude gnóstica, rejeitada teologicamente pela Igreja depois de séculos de brigas e debates teológicos, venceu no dia em que, acima de tudo, conquistou a ética e a psicologia cristãs. Isso pode ser observado na atitude cristã tradicional em relação à vida sexual e ao prazer, uma atitude coerente com a afirmativa de que o sexo seria realizado apenas com os propósitos de procriação. De fato, até santo Agostinho declarou que era pecado se alguém nele encontrasse prazer. A ideia de que o  prazer sexual pudesse ter um espaço no plano de Deus como meio de se expressar amor e proximidade, uma forma de intimidade física que acompanha a intimidade psicológica, ou ainda apenas para se ter um bom momento e expressar a alegria de viver, foi rejeitada como sendo do diabo porque, de acordo com o gnosticismo, o corpo era o mal.”
   (Mal.lado sombrio da realidade idem 127)

Eis ai a importância de ficarmos somente com as Escrituras e tomarmos muito cuidado com as influencias do gnosticismo no pensamento teológico que vai se desenvolver após o encerramento do Canon do Novo Testamento, principalmente com a teologia que vai se desenvolver dentro da patrística.


Clavio J. Jacinto

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