Pobres de
Espírito (Mateus 5:3)
A primeira
descrição que Cristo faz de um homem piedoso e cidadão do Reino, é que ele será
pobre de espírito (Mateus 5:3) a questão da essência dessa descrição choca-se
com o estilo de vida da cristandade moderna. O coração que ama as coisas
espirituais não se prende ás coisas materiais. É verdade que temos aqui um
amplo aspecto espiritual, interior, que parte do coração do homem regenerado, mas
todo o sermão da montanha tem no seu todo, implicações interiores e exteriores,
e isso de forma profunda de modo a impactar o homem de Deus. Nossa visão a
respeito do Reino de Deus deve transcender a visão desse mundo passageiro. Assim como nossa visão a respeito de Deus
também deve transcender a visão que temos a respeito de nós mesmos. Aqui temos
a ênfase cristalina do Mestre de Nazaré o Divino Salvador, da pobreza de
espírito, todo o verdadeiro cristão é um mendigo, ele é um completo dependente
da graça de Deus. Qualquer um que rejeite essa noção do ser espiritual deve
rever seus conceitos, pois sai fé é um equivoco. Somos dependentes da graça e
da providencia divina durante todo tempo, a seqüência é uma vida debaixo da
soberania completa do Rei, sem esses fatores não há nenhuma realidade
espiritual que possamos experimentar dentro do Reino de Deus. Simplicidade,
humildade, desprendimento das coisas terrenas, uma mordomia sabia e sensata, a
vida no seu todo como um sacrifício vivo de inteira dependência de Deus. Quem
vive assim hoje? Somos chamados a viver dentro de um sistema glamorizado,
empresarial, de ostentação, orgulho, disputas. O materialismo é a matiz que
tinge a cor da cristandade da maioria dos professos de hoje. O perfil desse
cristianismo pouco tem a ver com o estilo de vista de Cristo. Em Cristo há
aquele contato permanente com os excluídos, com os fracos, com os doentes, com
os descriminalizados, até no ultimo
instante Cristo está lá ao lado de um ladrão na cruz, ligar que a maioria
rejeitaria, pela vergonha e pela encenação póstuma de que um ladrão não tem
nada a oferecer, ainda mais um pregado em uma cruz. O pobre de Espirito é aquele
que entende a miséria humana e estende a mão para tentar resgatar alguns das
abissais condições que chega um ser humano. Se as riquezas desse mundo falarem
mais alto do que o evangelho, então nosso coração ficará completamente surdo
para a verdade. Cristo tinha sua alma apegada à dor humana, tinha seu coração
repousado nas recamaras sangrentas do tormento humano, estava pregando ao
rejeitado que rejeitava o evangelho, tocando nas feridas dos mortais. Uma
alegria que flui das fontes superficiais das coisas desse mundo revela apenas o
estado miserável da alma que a usufrui. Mas suas mãos eram puras, nenhum
leproso espiritual tem o direito de tocar nas feridas emocionais alheia. Mas
Cristo tinha mãos imaculadas e comissionou os seus seguidores a curar a humanidade
caída, os filhos de Adão submersos das chagas do pecado, e ninguém mais que
Cristo revelou de forma correta o quanto o homem sofreu emocional, espiritual ,
psicológico e fisicamente com a queda. Não podemos nos desviar desse caminho, é
nele que vamos encontrar sempre as pegas daquele que decidimos seguir. A pobreza espiritual é uma afronta a todo o
ego auto-suficiente, é uma ofensa ao coração independente. Estejamos cientes
dessa pobreza como condição espiritual fixa, pois ela é a nossa marca distintiva,
estamos seguindo os passos de Cristo (I Pedro 2:21) então, a conclusão é que
somos peregrinos que atravessam o caminho das coisas passageiras para ir de
encontro ás coisas que permanecem.
CLAVIO J. JACINTO
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