Quando a
terra for rasgada pelo arado, lembra que a dor também é um arado que rasga
nossa vida. As brechas muitas vezes são profundas, elas ferem, são cruéis,
deixam cicatrizes na nossa memória. Mas sem a ação do arado da dor na nossa
vida, não haverá semeadura em nosso caráter, não haverá desabrochar pungente de
sabedoria e inspiração e nem o outono da arte. Tudo tem a sua parcela de
dificuldades para florescer e frutificar. Se as estrelas não se sujeitarem a
escuridão noturna, jamais poderão brilhar, se as águas não debaterem-se contra
as mais duras pedras, nunca chegarão ao vale. Não importa o quão profundo seja
o mistério do sofrimento, é inacreditável que as mais belas rosas carreguem os
mais cruéis espinhos. A vida tem suas parcelas de primaveras e invernos,
momentos em que nosso coração se extasia com aromas e coloridos e momentos em
que se congela de tensão, medo e ansiedades, mas devemos permanecer em
longanimidade, no sofrimento devemos cultivar o amor para colhermos a
esperança. Há beleza quando se estende a mão ao aflito assim como o êxtase da
inspiração poética pode vir das horas mais difíceis da vida. Ninguém pode ver a
forma do arco-iris antes da tempestade, e não importa o quanto escura foram as
nuvens, mas o céu sempre volta a brilhar, esse é o ciclo da existência terrena,
e em tudo isso, apenas precisamos dar nosso coração á paciência, porque ela é a
via mais segura para afastar o desespero.
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