“Nunca vos conheci; apartai-vos de mim,
vos que praticais a iniqüidade” (Mateus 7:23) Essas palavras de Cristo, são
dirigidas a uma multidão de “super-religiosos” que ostentavam um grande poder
carismático. A força sobrenatural que funcionava em suas crenças os faziam crer
serem uma elite espiritual mais avançada e superior. Olhavam para os
resultados, criam que Deus era com eles, porque a exposição clara dos poderes espirituais
eram mui evidente e uma prova irrefutável de que havia uma poderosa “unção”
sobre suas vidas. Embora pareça invocarem ao Senhor (Mateus 7:21) a
declaração de Cristo é: “nunca vos conheci” e então conclui o próprio Senhor,
que os tais eram praticantes de iniqüidades. No grego “anomian” significa “sem
lei” ou “sem princípios.” Um significado claro: eram desobedientes á verdade do
evangelho. Não amavam a santidade, mas viviam dentro daquilo que Judas
denunciava “A transformação da graça De Deus em dissolução (Judas 4). O
contexto das Palavras de Cristo em Mateus 7 é a obediência, a pratica do
Evangelho. Há um principio espiritual que deve ser relevante na vida de um
cristão: Todo o conhecimento bíblico precisa ter uma finalidade pratica. Há uma
intima relação entre a verdade das Escrituras e a pessoa de Cristo, viver a fé
cristã é viver Cristo e obedecer a Deus, isso é inseparável.(Tiago 1:22) A
maior parte da cristandade atual é arrastada pela correnteza do mundo e suas
vãs filosofias, p espiritualismo revestido de cristianismo, oferecendo experiências
especiais, poderes “mágicos” e até mesmo a consagração evolutiva do homem de
criatura a divindade, soa como discursos suave aos ouvidos que não percebem
essa antiga mentira (Genesis 3:5 com João 8:44) mas parece que se orgulham
disso, porque de forma pragmática, eles estão seguros de que possuem muitas
experiências espirituais e isso lhe dá uma garantia, como se fosse um selo
divino de aprovação de que sinais e maravilhas e experiências profundas e
agradáveis não seria em hipótese alguma, permitida aos réprobos. Os que não
possuem um discernimento bíblico eficaz, jamais podem entender o significado da
eficácia de satanás (II Tessalonicenses 2:9) Aliás, sejamos
coerentes, a forma mais simples e mais difícil da jornada cristã é viver por fé
e estar completamente desapegado desse mundo, por estar inteiramente ciente de
o mundo não é digno dos que são verdadeiramente santos.(Romanos 12:1 e 2) Esse
sentimento é paralelo, o cristão verdadeiro almeja estar com o Senhor porque é
bem melhor, cumpre aqui nesse mundo os restos das aflições de Cristo, (Filipenses
1:23 e Colossenses 1:24) e o mundo não quer os santos, a sociedade é uma
Jerusalém expandida que mata e persegue os profetas do Senhor.(Mateus 23:37)
Não há afetos espirituais mútuos entre cristãos verdadeiros e mundo dos
perdidos.(Amós 3;3) Mas de alguma forma, essa não é a crença popular da
cristandade. Se Paulo encontrou em Atenas um altar ao “Deus
desconhecido” é bem certo crer que na cristandade erguem-se muitos altares a
deuses estranhos, feito na medida dos anseios mentais para satisfação dos
instintos da natureza mundana, em que tais corações estão apaixonadamente
enraizados. De certa forma, uma especoe de espiritualismo entrou no seio da
cristandade, para seduzir muitas almas com sentimentos subversivos e contrários
aos valores do Reino de Deus (Atos 5:3) Essa idolatria sofisticada, idealizada
nas crenças populares de um cristianismo antibiblico e essa nova espiritualidade
que promove a divinização do homem, para engodá-lo com falsas promessas de que
pode adquirir a salvação pelos méritos pessoais sem a necessidade do sangue
precioso e imaculado de Cristo vem seduzindo com muita eficácia muitos corações
orgulhosos que desejam seguir uma religião que atenta aos requisitos do coração
caído. Se você quer ver um discurso que cativa o homem, então leia Mateus 4:1 a
11, a tentação mostra que o diabo, se apresenta com boas intenções, ofertando
aquilo que o homem tanto almeja: riquezas, glória, fama, exaltação, pão e experiências
espiritualistas. A começar pelo fato de que a crença comum num Cristo
totalmente amoroso é apenas uma caricatura religiosa inventada para esconder a
imagem de outro Cristo, e o espiritualismo tem promovido esse falso cristo em
larga escala, além de negar a divindade e a encarnação dele (Veja I João 4:1 a
6 e II João 1:7 pelo qual o Verdadeiro não é invocado, e daí a explicação
da “contradição” entre os que clamam “Senhor, Senhor” e o Senhor Jesus Cristo
que diz “Não vos conheço” porque estavam invocando e seguindo “outro cristo”.
Esse outro cristo que não condena pecados e pecadores, não reage contra o
pecado, aceita o fogo estranho, a extravagância esotérica e o culto sensual, um
senhor tolerante que compactua com todas as formas de heresias e mentiras
doutrinarias e experiências sobrenaturais derivadas do paganismo. Essa é a
divindade de muitos ditos cristãos modernos, assim como tem sido dos
espiritualistas da nossa era de engano em escala global. “Todavia o fundamento
de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e
qualquer que profere o nome de Cristo, aparte-se de toda a iniqüidade”(II
Timóteo 2:20)
Clavio J. Jacinto
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