Mercantilistas e Pragmaticos




Jesus recém saiu de um casamento, era próxima a páscoa dos judeus, e ele entra no templo, ali mesmo naquele santuário, o Senhor é testemunha de algo horrível, o templo estava contaminado por cambistas da fé (João 2:15 a 17). O choque foi profundo, pois havia algo no coração de Cristo: Zelo (Salmos 69:9).  O templo era um lugar espiritual, o santuário das realidades da redenção, o drama do Êxodo, sinalizava que a páscoa era um drama de libertação, mas a alma da santidade do lugar estava morta, a forma e o ritual tomaram conta, a falta de zelo e temor poluiu o lugar, já não havia senão uma religião de oportunidades e oportunistas.  Vendedores ergueram suas mesas, profissionais da fé dominavam o âmbito religioso, era a decadência religiosa evidenciada pelos aparatos comerciais para preencher a conveniência dos religiosos. Há um protesto, e Cristo, alude ao fato de que a casa do Pai é casa de oração. Isso significa que o santuário tinha uma essência espiritual, onde a devoção deveria seguir o amor e o temor. ”Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do Senhor” (Provérbios 1:29) Aos olhos de muitos, a atitude radical de Cristo seria intolerável aos nossos dias, onde o centro da religião é a satisfação e as conveniências pessoais. A motivação dos cristãos modernos é receber e não dar, é a conveniência e não a obediência, é a satisfação e não a adoração, é a diversão e não o zelo.(Provérbios 1:33 15:33 19:23 22:4 23:17 Galatas 4:18) Portanto segue a barganha, a negociação da fé, o mercantilismo e os interesses pessoais.(II coríntios 4:2) A própria mensagem atual é um chamado para a satisfação e o prazer, não para o sacrifício e o negar-se a si mesmo.(Marcos 8:34 e Lucas 9:23) Assim, entendemos porque a igreja imita o mundo, porque a psicologia faz sucesso , então se remedia o problema humano dentro da igreja  com essas coisas (Romanos 12:1 e 2 Colossenses 2:8 Galatas 1:8 e 9 Tito 3:10 I Timóteo 4:1 II Timóteo 4:3 e 4 II Pedro 2;1). Se a auto-estima e a auto ajuda é um bom negocio, pois é a polpa do fruto humanista, então se injeta para dentro dos sermões, escrevem-se muitos livros, com simples engôdos de dar uma capa cristã, e o negocio está feito, de fato lucrativo.(I Timóteo 6:5) É fato que o evangelho nos seus fundamentos doutrinários, não cativa o homem sem interesse de servir a Deus. A mensagem da cruz não faz cócegas no coração do homem caído, pelo contrario é uma espada afiada que pretende matar e dilacerar todas as vaidades que florescem na consciência  do pecado.(Efésios 6:17 Hebreus 4:12)  Ali estava diante de Cristo, a encenação da religião cerimonialista revestida de um manto de boas intenções  projetada para unir o útil ao agradável. O fantasma do pragmatismo e dos fins que justificam os meios não assustava aquela gente desprovida de discernimento espiritual, e Cristo, na sua postura santa expulsa os cambistas como expulsava os demônios. Que tragédia religiosa diante de nossos olhos! Que cena radical!  Hoje apenas olhamos para  tantas cenas trágicas  que surgem diante dos nossos olhos, quando observamos o andamento da igreja moderna. É um perigo terrível sentir-se emocionalmente bem, ainda que para isso seja sacrificado a reverencia.  É trágico sentir-se feliz com o entretenimento religioso ao custo da profanação inconsciente do ambiente sagrado, que o santo pregador fale por si mesmo “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isso é o dever de todo o homem”(Eclesiastes 12:13)

Clavio J. Jacinto

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