Como Adquirir Conhecimento e Inteligência Espiritual


 


 

C. J. Jacinto

 

“O Amor aos princípios leva à formação de um cristão completo” (Thomas Watson)

 

Ao escrever sua epístola aos Colossenses, Paulo expressa alegria pela propagação da verdade evangélica em Colossos. Muitos dos que ouviram o Evangelho professaram fé em Cristo, reconhecendo-o como Senhor e Salvador. O apóstolo aborda temas relacionados à sabedoria e ao conhecimento espiritual. Observa-se, contudo, uma ênfase sobre a importância dessa qualificação para que aqueles que foram redimidos pelo Evangelho experimentem um aprofundamento do conhecimento espiritual, a fim de viver a realidade evangélica em sua vida cotidiana.


A obtenção de um conhecimento espiritual completo demanda um relacionamento e uma compreensão precisa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. No contexto da Epístola aos Colossenses, Paulo apresenta uma análise aprofundada de Jesus Cristo, desde sua encarnação até sua plena manifestação. Nós, que abraçamos o Evangelho, devemos buscar uma compreensão integral da pessoa e da obra de Cristo. A doutrina cristã, em particular, é de suma importância. Acredito que cada cristão deve se manter informado sobre a ortodoxia. O cristianismo, contudo, distingue-se de outras religiões por fundamentar a verdade em uma pessoa, e não em um sistema de crenças. A compreensão de Jesus como a própria encarnação da verdade, e não apenas detentor dela, é essencial para um relacionamento transformador com o Senhor.

“Não devemos somente ter as verdades do Evangelho, a plenitude da vida cristã e a sua forma autentica de vida é um relacionamento com o Cristo Vivo. Mais do que um conjunto de crenças devemos ter um relacionamento intimo o Senhor revelado nas Escrituras.”


Em Colossenses, capítulo 1, versículo 9, o apóstolo Paulo aborda a importância do conhecimento e da compreensão espiritual. Acredito que um cristão pode aspirar a atingir essa profundidade de sabedoria e espiritualidade. Desta forma, este artigo propõe explorar os meios pelos quais um cristão pode alcançar esse nível espiritual, caracterizado por um conhecimento bíblico sólido, uma compreensão aprofundada do Evangelho e um relacionamento mais íntimo com o Senhor.

Em Tiago, capítulo 3, versículo 15, o apóstolo descreve uma sabedoria terrena, sensual e demoníaca. Esta sabedoria caracteriza o homem natural, que, conforme Paulo afirma em 1ª Coríntios, capítulo 2, versículo 14, não compreende as coisas do Espírito. Em 2ª Coríntios, capítulo 4, Paulo menciona que o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, a fim de que a luz do evangelho não resplandeça. Similarmente, em Efésios, capítulo 2, versículo 2, o Espírito deste século é descrito como operando nos filhos da desobediência. Consequentemente, no seu estado natural, os indivíduos se encontram espiritualmente destituídos, carentes de conhecimento e discernimento espiritual. Embora possam possuir capacidades intelectuais elevadas, permanecem cegos para as verdades espirituais.
Consequentemente, o ser humano em sua condição natural carece tanto de discernimento quanto de compreensão espiritual. A menos que o Espírito Santo conceda revelação ao homem, este permanecerá em ignorância indefinidamente. A iluminação espiritual é, portanto, reservada àqueles que foram resgatados pelo Senhor, os que experimentaram o novo nascimento.
No capítulo 4 do Evangelho de Mateus, na narrativa da Tentação, observa-se um ponto relevante: Satanás, na tentativa de levar o Senhor ao pecado, utilizou as Escrituras. Ter familiaridade com as Escrituras, conhecer algumas passagens e narrativas bíblicas, não equivale a possuir discernimento espiritual. Conhecimento e sabedoria espiritual são distintos. A compreensão espiritual é própria daqueles que foram redimidos, que são preenchidos pelo Espírito Santo, e resgatados pelo Senhor. Somente os redimidos possuem ou podem alcançar esse conhecimento e discernimento espiritual.
Em Romanos, capítulo 12, versículos 1 e 2, Paulo exorta os irmãos, com base na misericórdia divina, a que ofereçam seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o culto racional. Exorta-os também a não se conformarem com os padrões deste mundo, mas a serem transformados pela renovação da mente, para que possam discernir a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Neste espaço, apresentamos o roteiro para a sabedoria e a compreensão espiritual. Por meio destas palavras, Paulo nos guia na jornada que devemos trilhar para alcançar o conhecimento pleno de Deus e uma profunda compreensão dos assuntos espirituais.

Devemos entender que o culto racional implica na compreensão do objeto de nossa adoração. Assim, um dos primeiros requisitos para a inteligência e o conhecimento espiritual é o reconhecimento pleno da soberania e majestade de Deus. A ausência de reverência a Deus no momento do culto o invalida como um ato de adoração racional.



Nutrir uma profunda e sagrada reverência, concebendo Deus em Sua excelsa grandeza e conhecendo todos os Seus atributos. Reconhecemos Deus como a Majestade Suprema, soberana sobre o universo e toda a criação. É imperativo nutrir uma altíssima estima por Deus e cultivar um profundo temor reverencial por nosso Senhor, o Criador de todas as coisas. Consequentemente, se não cultivarmos essa elevada concepção de Deus e a devida reverência por Sua Pessoa, o Deus Pai Todo-Poderoso, o Deus Trino, não progrediremos no conhecimento, na sabedoria e na experiência espiritual. Ao contrário, demonstraremos insensatez.


Portanto, não devemos transformar nossos cultos em eventos espetaculares, adaptando-os aos padrões seculares, de modo a convertê-los em ambientes de entretenimento. Essa abordagem contraria os princípios que regem o culto, conforme estabelecido no Antigo e no Novo Testamento. O culto deve ser um espaço de reverência, temor e, acima de tudo, de aprendizado. Nele, busca-se compreender a soberania, a majestade e os atributos de Deus, demonstrando-Lhe grande respeito e devoção.
Prosseguindo, avancemos para a próxima fase. Paulo nos exorta a não nos conformarmos com este mundo, mas a sermos transformados pela renovação da nossa mente.

Compreendemos, portanto, que a transformação por meio da renovação da mente é condicionada pela nossa disposição em não nos conformarmos com este mundo. Justificamos essa postura com as palavras do apóstolo João, que afirma que o mundo está sob o poder do maligno. Somos, então, peregrinos nesta terra. Não podemos nos render às inclinações mundanas deste século perverso, pois elas estão sob a influência e o controle do espírito do erro, o espírito do anticristo. Consequentemente, observamos atualmente uma clara atuação do mundo na desconstrução dos valores do Evangelho e dos princípios judaico-cristãos. O cristão, portanto, posiciona-se em oposição a essas tendências malignas deste século. Somente quando a nossa mente é renovada pela transformação, nosso entendimento é capaz de discernir qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. O homem espiritual, dotado de discernimento e conhecimento espiritual, reconhece essa vontade e está disposto a cumpri-la.


Portanto, é imperativo que nos submetamos à vontade divina, conforme Paulo instruiu em Filipenses, capítulo 2, começando no versículo 13. Nesse trecho, lê-se: "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações nem contendas". O versículo 15 ressalta a importância de sermos "irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo". Esta "geração corrompida e perversa" refere-se ao mundo, ao qual não devemos nos conformar. Pelo contrário, devemos priorizar a vontade de Deus, adotando-a como princípio fundamental para nossas vidas, e resistir às influências mundanas, que são, por sua vez, influenciadas por Satanás, o deus deste século.


Portanto, não devemos transformar nossos cultos em eventos espetaculares ou adaptá-los às tendências seculares, desvirtuando sua natureza sagrada para fins de entretenimento. Tal abordagem contradiz os princípios estabelecidos para a adoração, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O culto deve ser um espaço de reverência, temor e aprendizado, onde se busca compreender a soberania, a majestade e os atributos divinos, demonstrando profundo respeito a Deus.

O autor da Epístola aos Hebreus instrui que devemos servir a Deus com temor, reverência e santidade, pois essa é a maneira correta de proceder. Atualmente, observa-se uma tendência, por parte de alguns, em priorizar emoções e experiências extáticas, bem como comportamentos incomuns, que não edificam o cristão nem o aproximam da realidade de servir, cultuar e adorar o Deus vivo e verdadeiro.


Portanto, devemos submeter-nos à vontade de Deus, conforme Paulo expôs em Filipenses, capítulo 2, a partir do versículo 13, que afirma: "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade". Prosseguindo, o texto adverte: "fazei tudo sem murmurações nem contendas". O versículo 15 destaca a importância de sermos "irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo". Essa "geração corrompida e perversa" refere-se ao mundo ao qual não devemos nos conformar. Ao invés disso, devemos priorizar a vontade de Deus, adotando-a como princípio norteador de nossas vidas e opondo-nos às tendências mundanas influenciadas por Satanás, o deus deste século.



A não conformidade com este século incita-nos ao impulso e à vontade consagrada de buscar o espiritual, aquilo que é eterno e que perdura indefinidamente. O homem de Deus, deveras consagrado e que não se molda aos padrões deste mundo, encontra em sua fé consolo e sabedoria inesgotável. Ademais, ele cultivará uma profunda comunhão com outros servos de Deus, igualmente devotados, que possuem o coração voltado para o transcendente e mantêm uma estreita relação com o Senhor. Estes, por sua vez, são mananciais de sapiência, imbuídos e plenos do Espírito Santo, dedicados a uma vida de piedade, consagração e um profundo anseio por um conhecimento espiritual superior. Com zelo e devoção notáveis, aprofundam-se nos princípios bíblicos, no estudo das Sagradas Escrituras e no relacionamento íntimo com o Altíssimo. Indivíduos dessa envergadura, seja aqueles que no passado legaram seus ensinamentos por escrito, seja os que subsistem no presente, são dignos de serem procurados. Aqueles que almejam uma compreensão e uma inteligência espiritual robustas encontrarão neles não apenas uma fonte de inspiração, mas um verdadeiro tesouro ao qual podem acessar. Pois, por meio de seu relacionamento com Deus, suas profundas devoções, e a minuciosa pesquisa e estudo das Escrituras – frutos de meditações profundas –, esses homens descobriram no vasto oceano das Sagradas Escrituras e na comunhão com o Criador tesouros inestimáveis, aptos a serem compartilhados.


Para além do convívio com homens piedosos e de seus escritos, essas obras espirituais, intrinsecamente profundas e ricas em tesouros, representam a fonte inesgotável da qual um homem de Deus pode extrair vasta sabedoria, legada por aqueles que dedicaram suas vidas a uma íntima comunhão com o Criador e ao discernimento das verdades espirituais.

Revela-se de primordial importância cultivar uma íntima comunhão com o Espírito Santo. Afinal, foi Ele quem inspirou a redação das Sagradas Escrituras, concedendo aos hagiógrafos, como Paulo, a inspiração para registrar a mensagem divina. Essa mesma presença, operando em nós, faculta-nos uma compreensão espiritual e profunda dos textos sagrados. Essa ininterrupta comunhão com o Espírito, que reside em nosso interior, dota-nos da capacidade de discernir as verdades e as profundezas da grandiosa e inestimável Bíblia Sagrada.

Torna-se, destarte, imperativo manter essa comunhão com o Espírito Santo, buscando Sua contínua orientação e iluminação. Conforme as palavras do próprio Cristo, o Espírito Santo, o Consolador, nos guiaria e nos ensinaria toda a verdade.

O mesmo Espírito Santo que inspirou os hagiógrafos na composição dos sessenta e seis livros da Bíblia, e que em nós habita, é a chave para uma compreensão transformadora. Uma íntima relação com Ele é o diferencial que capacita o leitor consagrado, aquele que, com devoção, reverência e diligência, se debruça sobre as Sagradas Escrituras. É Ele quem o capacitará a desvelar os inestimáveis tesouros ali contidos, enriquecendo a inteligência e aprofundando o conhecimento espiritual.



Compreendemos que o indivíduo redimido que se consagra ao Senhor, cultivando uma profunda intimidade com Deus, com as Sagradas Escrituras e com o Espírito Santo, seguindo a exortação de Efésios para não nos embriagarmos com vinho, mas nos enchermos do Espírito, uma vez pleno do Espírito Santo, dedicar-se-á às realidades espirituais, encontrando na Bíblia Sagrada um manancial inesgotável de tesouros que enriquecerão sua existência.

O homem piedoso, inteiramente consagrado a Deus, pode recorrer ao livro de Tiago e ali encontrar a promessa contida nos versículos 5 e 6 do capítulo 1: "Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura; e ser-lhe-á concedida. Peça, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento." Assim, o indivíduo consagrado a Deus solicitará com fé que lhe seja concedida sabedoria divina.

Recordamos que o sábio Salomão, no Antigo Testamento, ao se apresentar diante de Deus, optou pela sabedoria, e o Senhor, em Sua providência, concedeu-lha. O mesmo Deus que outorgou sabedoria a Salomão oferece-a agora a todos os Seus servos, aos homens consagrados e redimidos que a Ele se achegam e a pedem com fé, se dela necessitam.

O Deus de Salomão é o mesmo Deus que inspira Tiago. Portanto, cumpre-nos achegarmo-nos a Deus com fé genuína, com intimidade e com humildade, a fim de receber do Senhor toda a sabedoria indispensável para caminhar neste mundo com prudência, sensatez e discernimento, pois os dias são maus.

No Salmo 119:105, está escrito que a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho. De fato, nestes tempos de obscuridade e trevas espirituais, visto que o mundo jaz sob o poder do maligno, essa verdade se torna ainda mais premente. A Bíblia Sagrada faz menção ao príncipe das trevas, o regente deste século; sobre o mundo adâmico, predominam profundas trevas espirituais. A humanidade, imersa nestas trevas e no vale da escuridão, carece da luz; todavia, o cristão é agraciado com a luz emanada da Palavra de Deus.

Essa luz deve ser mantida incessantemente acesa em nosso coração. A Palavra de Deus, assimilada em nosso íntimo e vivificada pela presença do Espírito Santo em nosso ser, constitui o combustível dessa luz espiritual. É, pois, imperativo incorporá-la em nosso coração e mente, estudando-a com profundo temor e reverência, da mesma forma que se nutre reverência pela habitação do Espírito Santo em nosso interior.

Devemos ter essa reverência, pois a Bíblia Sagrada adverte que não devemos entristecer o Espírito Santo, nem extinguir Sua presença em nosso íntimo. Por conseguinte, essa realidade espiritual deve ser abordada com o devido temor e a mais profunda reverência, assim como se cultiva reverência em nossos momentos de culto e adoração.

“A Palavra de Deus apela diretamente a profundidade da alma, como luz e como vida. É pura e perfeita, ela fala de toda a plenitude e perfeição dos conselhos de Deus, e através do estudo diário, apaixonado, microscópico e reverente das Escrituras, o Espírito do Senhor fala diretamente ao nosso coração”


Torna-se igualmente fundamental demonstrar reverência ao manusear a Bíblia, cultivando temor e oração ao nos aproximarmos da Santa Palavra do Senhor, dela sorvendo todo o manancial, e estudando-a com dedicação, carinho e amor. Assim como as palavras do Senhor Jesus devem ressoar em nosso coração, conforme Ele instruiu: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu ser."

Consequentemente, a plenitude da observância dessas palavras de Jesus manifesta-se naquele que devota amor ao Deus Pai, ao Deus Filho e ao Deus Espírito Santo, bem como à Palavra inerrante, infalível e inspirada do Senhor. Dessa forma, tudo o que é sagrado deve ser tratado com a mais elevada reverência e profundo temor.

 

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