C. J. Jacinto
“E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do Homem”
(Mateus 24:39)
Nos dias de hoje, a distância entre o que se chama “evangélico” e o que realmente significa ser um “cristão bíblico” é, em muitos casos, abismal. Em certas situações, a palavra “evangélico” até pode ser confundida com “esotérico”, enquanto um cristão genuinamente bíblico se tornou uma raridade. O padrão de qualidade espiritual foi tão rebaixado que o objetivo agora parece ser agradar à sociedade e manter uma aceitação religiosa superficial, em vez de buscar a verdade divina.
O que é Discernimento Espiritual?
A percepção — ou melhor, o discernimento espiritual — é o instrumento que nos permite caminhar na vida cristã com segurança e sobriedade. É ele que nos capacita a observar todas as coisas sem sermos enganados.
No entanto, há um erro cada vez mais comum: usar experiências subjetivas como critério para determinar a verdade. Quando a Bíblia deixa de ser o padrão supremo e definitivo para medir doutrinas e manifestações sobrenaturais, perdemos a capacidade de diferenciar o que é divino do que é diabólico.
A nossa única certeza está na lâmpada das Escrituras. É por meio dela que podemos discernir a natureza espiritual de um ensino. Quando permitimos que as Escrituras interpretem as Escrituras, temos condições de verificar se uma mensagem é realmente bíblica ou apenas uma distorção sedutora.
A Tentação de Cristo: Um Exemplo de Discernimento
Na tentação de Cristo, o diabo citou o Salmo 91. Isso nos mostra que não é a simples citação da Bíblia que valida um ensinamento — afinal, até o inimigo pode fazer isso. A diferença está em como o texto é interpretado e aplicado.
O diabo torceu as Escrituras com o objetivo de induzir Jesus ao erro. Cristo, por outro lado, respondeu com a interpretação correta, usando a Palavra de forma legítima e poderosa.
O mesmo texto bíblico foi usado por ambos, mas o resultado foi radicalmente diferente devido à maneira como foi manuseado.
Um Sinal dos Últimos Tempos
O escritor cristão Paul Benson observou algo alarmante:
“Parece que muitos perderam o poder de pensar por si mesmos ou se envolveram na prática do raciocínio crítico. Cresce cada vez mais a evidência de que um espírito de confusão tem controlado a sociedade e também parte da igreja. Vejo isso como um verdadeiro sinal de que estamos no fim dos tempos.”
Essa miopia espiritual tem levado muitos a adorar fogo estranho, acreditando tratar-se de brilho celestial. E isso é extremamente perigoso, pois, como também alerta Benson:
“Satanás ganha enorme controle sobre a humanidade através do caos e da confusão.”
Conclusão
Estamos vivendo dias de intensa confusão espiritual. Por isso, o discernimento espiritual, alicerçado unicamente nas Escrituras, é mais necessário do que nunca. Precisamos voltar a examinar tudo à luz da Bíblia, rejeitando o subjetivismo enganoso e permanecendo firmes na verdade revelada por Deus.
Assim como nos dias de Noé, muitos não percebem o perigo que se aproxima. Mas o cristão bíblico, guiado pela lâmpada da Palavra, estará atento e preparado para a vinda do Filho do Homem.
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