Simão o mágico, foi dele que se originou a pratica da simonia
(Atos 8:9 a 24) o ato sacrílego da venda de favores divinos. Aqui começa o
trafico da fé dentro da igreja primitiva. Simão o mágico, era promotor de si
mesmo, exibicionista e egocêntrico. Tinha uma auto-estima fora do comum, e
gostava do aplauso da platéia, por causa de suas peripécias religiosas,
conseguia misturar engano e magia, fantasiava seus dramas para ser favorecido e
ser centro das atenções e por causa disso tinha uma legião de fãs, não lhe
faltavam seguidores, admiradores, fãs e pessoas dispostas a segui-lo. Ele era
um ilusionista e o povo crédulo de Samaria adorava
esse espetáculo, para cada enganador que entra no mundo, haverá milhões de
cegos dispostos a financiar as peripécias de um falso profeta. Ele possuia
técnica e a arte da feitiçaria sofisticada por isso se passavam com facilidade
com um titulo pomposo "A grande virtude de Deus". Apresentava um
poder carismático fantástico, falsa erudição sobre coisas espirituais Era uma espécie
miniatura do anticristo, sob o efeito de seus feitiços, o povo delirava, o
espetáculo era atraente, o show religioso tinha um atrativo fora do comum, um
homem cheio de poder espiritual. Ouvindo a mensagem de Felipe, Simão se
"converteu" sem ser regenerado, apenas uma conversão psicológica,
parecia que o mágico entendia que a conversão era a moda do momento, então sua natureza de lobo foi só revestida de
pele de cordeiro. Jesus alertou os verdadeiros cristãos quanto a isso ao
ensinar: ”Acautelai-vos, porém dos falsos profetas, que vem até vós vestidos
como ovelhas mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15) Essa é a
grande técnica, uma conversão falsa para conveniências pessoais. Tornar-se
cristão, para obter vantagens materiais. Simão não tinha discernimento, ele não
distinguia as fontes do poder espiritual, e pensava que tudo era igual no mundo
sobrenatural, eis aqui o cerne da
questão, espiritualismo não é o mesmo que espiritualidade.”Mas o que é
espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (I Coríntios 2:15)
Era também um enganado, pois com seu titulo pomposo, acreditava ser um favorecido
de Deus, mas a verdade é que ele era usado pelo deus deste século.(II Coríntios
4:4)a antítese de Simão era achar que a sua magia branca seria tão divina
quanto a imposição de mãos dos apóstolos para o recebimento do Espírito Santo.
Então Simão quis comprar esse poder, para aumentar a sua coleção de peripécias
e fraudes e receber ainda mais fama, aplausos e lucro. Oh! quantos calabouços
abissais há dentro de um coração enegrecido por todo o tipo de feitiçarias! Aqui está a profissionalização da religião.
Essa é a regra que funciona numa mente humanista, maquiavélica e egocêntrica,
onde o ego, ocupa todo o trono do coração. O religioso excêntrico quer ser o
centro da atenção quando está diante de corações vulgares. A religião
exibicionista com títulos pomposos "Grande Virtude", a manifestação
de poderes sobrenaturais enganosos, truques, manipulação psicológica e
fenômenos sobrenaturais marcaram a vida do mago que teve um falso
arrependimento, convertido as pressas para não perder o status de grande
personagem cheia do “poder de
Deus". Pedro rejeitou o dinheiro de Simão, não sei qual a reação de Judas
se ainda estivesse vivo ali, ou a de Balaão se o caso fosse com ele, ou dos
atuais profetas da prosperidade, mas Simão, o mágico convertido, é o reflexo de
muita gente que ainda cobra pra pregar o evangelho e explorar o
"ministério" pessoal para angariar riquezas e viver no ópio da
avareza, que persuade os outros com a pompa eclesiástica, dizendo-se possuidor
do "grande poder de Deus" e atraindo o povo com suas peripécias
"sobrenaturais", roubando a glória que só pertence a Cristo. Simão é
o protótipo, o modelo, o perfil de todos os que fazem uso da fé como um meio de
obter vantagens e lucros pessoais, que desejam viver na pompa, conforto e
glamour a custa de dízimos e ofertas dos pobres. Simão o mágico é o pai de
todos os que querem fazer uso do bom nome de Cristo e do Evangelho, para
receber glória de homens e poder tornar publico a exibição de poder espiritual
apenas para benefícios próprios. É pai dos negociadores da fé, dos trambiqueiros
espirituais, que exploram a credulidade alheia para manipular pessoas O
carismatismo moderno e seus profetas não estão muito longe desse caminho,
exploram a natureza humana caída, gente que se deixa levar pelo exibicionismo
espiritualista, é por isso que o ocultismo faz tanto sucesso no mundo e entra
com tanta facilidade na igreja moderna. Fuja de pregadores, pastores e lideres
religiosos que se dizem cristãos que amam os primeiros lugares na congregação,
gostam de exibicionismo, que se auto-idolatram e usam de truques para tentar
ludibriar e manipular o povo. A conversão de Simão não era para a salvação da
própria alma, mas para salvar o seu ego da ruína, ele não queria salvar sua
alma, mas sim sua fama. Da mesma forma,
muitos hoje em dia, fazem uso da religião apenas para benefícios pessoais.
Simão não se preocupava com a alma do próximo, sua ênfase era na salvação de
seu status como um “grande poder divino” porque havia aqueles que estavam
dispostos a venerá-lo como uma personalidade distinta, por apresentar
supostamente um grande poder espiritual. Assim se achava como um “escolhido” um
profeta portador de grandes mistérios e potencias. Esse é o caminho do engano
mais sofisticado do diabo, quando ele finalmente aparecer no mundo como o homem
da iniqüidade, será com sinais e prodígios de mentira para enganar aqueles que
nunca amaram a verdade. Você ama a verdade? Então saia da publicidade, do espetáculo
gospel, do circo eclesiástico, saia do círculo do engano, entre no caminho
estreito, busque pregadores que estejam dispostos a morrer por tua alma e não
por teus bens materiais, busque uma assembléia cristã onde o púlpito seja
ocupado por atalaias que proclamem a mensagem da cruz, ainda que ele esteja
sozinho na sua congregação por não ter quem deseje ouvi-lo. Pregadores bíblicos
são inimigos do mundo, porque o mundo odeia a verdade do Evangelho e também odiará
todos os profetas da cruz.
(Clavio Juvenal Jacinto)
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