Algumas passagens das
Escrituras parecem ser difíceis de interpretá-las, mas há algumas que são
polemicas por natureza, e sem duvida é um desafio para nossa visão moderna.
Todavia, se faz necessário compreender que o tempo , a cultura e o contexto
determinam o peso dessas dificuldades. Por crer que as Escrituras são na sua
totalidade e Palavra de Deus inspirada, verbal e plena, inerrante e autoridade
final em questões de fé e pratica, quero fazer algumas observações encima
desses textos.
A primeira passagem é o
método que Jacó usou para trapacear Labão. Afinal de contas que magia é essa? Jacó
usou um processo estranho, tomou varas de alamos e descascou, então colocou
essas varas diante dos rebanhos nos canos e bebedouros de água, para que
concebessem conforma a maneira como ele queria: crias malhadas, listradas e
salpicadas (Genesis 30:37 a 43) Essa é uma passagem difícil, porque está dentro
de um contexto cultural muito remoto, acredito que Jacó usou algum truque, e as
criam quando paridas encostavam nessas varas, alguma tintura foi produzida por
essas varas de álamo, ou foram colocados outros reagentes naturais e produziu
uma reação química, tingindo as crias com essa tintura. A alternativa é que
realmente as ovelhas criaram conforme a descrição do versículo 29, mas a
dificuldade está no problema seguinte: Como Deus poderia fazer um milagre encima
de uma trapaça de Jacó? Então de certa forma, um milagre divino precisa ser
completamente descartado. A resposta mais certa é crer que foi um truque, e
Jacó assim procedeu como era da sua índole agir assim, ele usou de alguns
conhecimentos de botânica, química e alcançou seus objetivos mediante essas técnicas
que conhecia. Essa é a resposta mais plausível.
A segunda passagem é da
concubina que foi despedaçada em doze partes por um levita e distribuída para
as tribos de ISRAEL (Levitico 19:1 a 30) aqui temos uma passagem horrível, mas
a ação aqui é meramente humana. Um homem que é vitima de uma injustiça pode
reagir em resposta com uma loucura, e de certa forma, isso apenas revela a
natureza complicada do homem, que é capaz de responder um erro com uma resposta
absurda. É desse modo que compreendo essa passagem. Nesse texto, o que está
refletido é natureza do coração humano
em querer fazer a justiça com suas próprias mãos e da sua própria maneira. É
tentar responder um erro rebaixando ao nível da oposição, para cometer uma
coisa ruim. Creio que seguindo as normas bíblicas, a mulher deveria ser sepultada
e não esquartejada, mas aqui está o reflexo de um homem indignado que se deixa
dominar pela justiça própria. Então ao leito que faz uma analise da passagem
citada e fica estarrecido por tal descrição, ali está um meio do Espírito Santo
mostrar ao leito que devemos ter controle sobre nossos impulsos e instintos na
hora da raiva, da dor e em meio a injustiças que sofremos, pois para um cristão
é incompatível responder o crime e o pecado com uma conduta absurda, então a paciência
e a longanimidade são valores que devem ser cultivados quando estivermos
sofrendo perseguição ou injustiça.
Terceira passagem. Deus
tenta matar Moisés na estalagem depois da volta do Egito (Êxodo 4;24) acredito
que a passagem chave para interpretar esse texto e essa atitude do Senhor com
relação a Moisés seja Genesis 32:22 a 32 onde um anjo do Senhor luta com Jacó
no Vau de Jaboque. O conflito tinha fins disciplinares, reajustes morais e
despertar Moisés para o fato da seriedade daquele que o chamou para a tarefa de
liderança. A fim de quebrar a dureza de coração de Moisés Deus tratou de usar o
confronto radical, e por isso que essa passagem descreve a forma tão rude como
Deus tratou com Moisés nesse cenário. Mas como vimos um conflito muito parecido
no Vau de Jaboque, creio que a experiência de Moisés não foi diferente da experiência
de Jacó.
A quarta passagem é
Ezequiel 4:10 a 14 onde Deus ordena Ezequiel cozinhar bolos de cevada com
esterco humano. Aqui temos a estrutura de um método radical de demonstrar o juízo
contra a apostasia que prevalece de forma horrível. Para um desastre conseqüente
de uma grande rebelião espiritual e moral, estava um meio horrível de
demonstrar a maneira desastrosa da natureza da apostasia do povo de Israel.
Esse seria um meio “eloqüente” de Deus mostrar por meio de Ezequiel a predição
do cerco de Israel e os sofrimentos que viriam desse desastre. Era um reflexo
de uma realidade que estava por vir, e de maneira como o pecado leva o homem a
humilhação mais extrema, assim o Senhor ordenou que Ezequiel sofresse a nível pessoal
o que de certa forma, todos em Jerusalém iriam passar quando os inimigos
tomassem Jerusalém. Então esse era o método, um insulto a insensibilidade
humana, um grito de vergonha aquém tinha perdido a vergonha.
A quinta passagem É Isaias
20:3 onde lemos que o profeta Isaias andou “sem roupas” três anos. Aqui temos
que entender um hebraísmo comum no Antigo Testamento, Isaias não estava
totalmente nu, mas com pouca roupa, como Adão e Eva no Jardim se vestiram com
pouca roupa, mas se consideravam nus perante o Senhor. Como ele estava fora da
sociedade, pois andava como errante, sua imagem refletia a condição em que
ficariam os inimigos de Deus (No contexto: Egípcios e Etíopes) e como João
Batista, Isaias nessa condição se vestia de forma rústica de modo a ficar mais
livre para seguir suas andanças e cumprir seu ministério, nada se compara com
coisas tipo sensualidade ou falta de pudor, porque até então a representação do
profeta era de uma condição de ruína e desastre.
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