Assisti aquela cena em
que o locutor justificava o injustificável, bem, pelo menos ele tentou. Eu
nunca me adaptei a retórica do absurdo, mas a perceber o quanto é chato os
chavões que alguns militantes usam para promover o pavor psicológico. É viável a
necessidade de uma lógica para percebermos o perigo do caos. é que os tempos
mudaram, as pessoas parecem que não evoluíram to bem quanto a tecnologia que os
escraviza, fato que vem a deriva pelas ações comportamentais de tantos indivíduos.
E eu continuo a pensar nessa tênue condição social em que estou inserido. Como
prosseguir, se o livre pensamento pode já ser um crime hediondo e um pecado
social imperdoável?
Aqui dou uma pausa, e perceber
lá fora na rua, que as roseiras nem se importam com isso.. Na verdade nenhuma
delas deixou de desabrochar porque o tempo era chuvoso. Acho que a ansiedade
nunca deve sobrecarregar a nossa alma com coisas fúteis, a vida muito bela para
que venhamos sofrer de forma inútil. Mas deixe que declare a todos, todos esses
fatos entrelaçam o tamanho dantesco da
nuvem escura que paira sobre minhas observações. E eu, mais uma vez, como que
sobrevivendo nessas batalhas árduas, procuro entre os papeis, algo que pudesse
ser um fortificante espiritual. Haveria algo tão solúvel verbalmente falando,
que meu espírito viesse a aquietar-se dessas penúrias tão intimas?
Então me lembrei, abri
as gavetas de minhas lembranças, e descobri que estava guardada dentro da minha
pobre alma, na biblioteca de meu castelo de silêncios, a digna frase de Antoine
Saint-Exupery: “O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo”
Então adormeci pensando nisso, com a certeza de não me perder no oceano tão
vasto de minhas preocupações, enquanto meu coração voava sobre o meu pequeno
mundo de sonhos.
Clavio J. Jacinto
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