I
Os lírio brancos cantam nos pântanos negros
As estrelas fixas dançam no firmamento
Brado que ecoa nas ruas dos meus temores voláteis
Consolo que o aroma da noite de luar liberta
II
Nós mortais nesse monturo de mortalhas
Soldados no ímpeto de tantas dores desfalecidas
Choramos com os espinhos das roseiras de verão
As lamentações de um Jeremias de alma ferida
III
Nas primícias póstumas de todos os juízos
O pão do sofrimento que flutua nas lembranças árduas
Como a vitrola desafinada que canta sem doçura
As entranhas fecundas desse chão nas estradas
IV
Como alento de raivas no coração desconsolado
Os consolos frágeis de uma relva ofertório de orvalhos
Vi eu mesmo nesse jardim
penúrias ancoradas
Náufragos medos recuados á sombra do carvalho
V
Quais vozes que de Sião ainda faz o prenuncio
Que por mais tenaz que seja as pálidas dores
No Calvário que de eterna voz faz o bom anuncio
Do Cristo que toma sobre si todos nossos dissabores,
(Clavio J. Jacinto)
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