Elias, Obadias E Jezabel



Elias, Obadias E Jezabel

O Capitulo 18 de I Reis narra a historia de Elias e os profetas de Baal, a historia é um épico espiritual, uma narrativa de confrontos e não de  conformação com o sistema vigente. Elias é o profeta que não é conivente com a  apostasia. Com ele não resta duvidas, as convicções são fortes, ou DEUS ou Baal, não dá para ser eclético e muito menos ecumênico. No contexto da época, ecumenismo e ecletismo eram  coisas de Jezabel.  Nós também temos Obadias, ele era um bom homem, guardou e alimentou alguns profetas que eram perseguidos e ameaçados. Naquela época havia uma grande seca, a falta de chuvas comprometia tudo, mas Obadias estava preocupado com os animais. Esse é representa o homem sem confrontos, ele adéqua-se as condições impostas pelas circunstâncias. Mas Elias não era assim.  Ele percebe-se que há um conflito e envolveu-se na guerra, a guerra contra a ortodoxia, a guerra contra a verdade. Assim ele não oposição contra o sincretismo, não há duplicidade, não há conformação com o século, a doutrina deve ser pira, a devoção deve ser imaculada, só Deus deve ser servido e adorado, essa era a fé de risco, porque professar ser um fundamentalista em meio as vagas profissões de fé relativizadas e ambíguas era ir de encontro as tendências religiosas do momento. Essa oposição era uma “ameaça” social, por isso Elias é chamado de perturbador de Israel. Mas Elias tinha vigor espiritual, tinha discernimento, tinha conhecimento doutrinário, e sabia que as coisas não estavam bem, o declínio espiritual é a direção do abismo e não do paraíso, adorar a Baal era contaminação espiritual, a apostasia é uma espécie de prostituição cujas volúpias intoxicam suas vitimas. Mas Elias vai confrontar,  vai enfrentar o perigo, jamais se conformava com esse sistema sincrético, de duplicidade,. Ele protesta, grita, e é por isso que João Batista é comparado a ele, não havia aquele negocio de omissões, o silencio compromete o testemunho, seu protesto é em voz alta, ele denuncia todos os associados do sistema eclético daquela religião falida, a mistura da ortodoxia com espiritualismo pagão, deuses estranhos erguidos na terra do monoteísmo, aí está o politeísmo da nova tolerância que não tolera nenhuma oposição. Todos os que não pertencem a esse sistema  é declarado inimigo de estado. A “paz” religiosa não pode ser perturbada por mentes estreitas que pregam verdades absolutas e objetivas, por isso Elias é classificado como inimigo do sistema vigente deve ser “eliminado” para que a paz reine e a “ordem” prevaleça. E num relance de guerra frontal aos falsos profetas, o fogo do juízo é o mesmo da oferta, porque a santidade e a fidelidade caminham sempre juntas, a justiça e o amor também, assim no fim dos tempos, Os novos Elias, serão duramente perseguidos,  serão ameaçados e até muitos terão que dar a vida pela causa do evangelho, aqui está a marca distinta de um verdadeiro Cristão, em tempos de apostasia e crise moral, ele ainda permanece na sua posição frontal, denunciando e perturbando o mundo caído com a sua presença, porque é sal e luz em meio a geração corrompida.


Clavio J. Jacinto

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