A ressurreição de Jesus Cristo tirou do impasse ontológico não apenas a raça humana. Seu poder de afirmação da vida tem uma dimensão cósmica. Quão alta a dignidade da natureza, cosmos, matéria, já é evidenciada pela própria Encarnação. A Palavra hipostática tornou-se carne. Tomou conta de todo o mundo criado; em Seu corpo concentrava "toda a matéria do céu e da terra, do mais simples ao mais incompreensível" O “pó”, retirado da terra e constituindo um organismo corpóreo humano, é percebido pelo Divino na Encarnação, novamente santificando e afirmando neste ato o caminho do mundo material para a transformação. O corpo de Cristo não pode ser imaginado apenas como uma determinada parte retirada do cosmos e, portanto, não pertencente a este. A encarnação foi o verdadeiro começo da transformação não só do homem - portador da imagem de seu Criador, mas também da própria matéria - obra das mãos do Criador. Após a Ressurreição de Cristo, “tudo corre para ἀποκατάστασις τῶν πάντων (“restauração de todas as coisas”) – isto é, para a restauração completa de tudo o que foi destruído pela morte, para a iluminação de todo o cosmos com a Glória de Deus. ..” ( Losky V. teologia dogmática. S. 286). Na Ressurreição, revelou-se a universalidade do Reino de Deus, no qual, junto com o homem, são chamados o céu, ou seja, o mundo espiritual, e a terra, ou seja, o mundo material. Eles são chamados a se tornar o novo céu e a nova terra (Ap 21:1), para que Deus se torne “tudo em todos” (1Co 15:28). https://www.pravenc.ru/text/155304.html
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