Práxis e Passividade


 


Charles Spurgeon certa vez pregou a cerca de um homem que argumentou ser cristão por ser exteriormente íntegro “um homem me disse: ser cristão é ser honesto. e eu respondi  que honestidade é questão de caráter, e isso é obrigação de qualquer ser humano, mas ser cristão é andar como Cristo andou”. O Evangelho nos indica a direção da transformação, e desejo insistir neste fato, estamos indo mais além, a mera exterioridade pode ser uma fantasia que perdura durante toda uma vida , assim como satanás se reajusta conforme um camaleão e pode se transformar em um anjo de luz, aqui temos a própria imagem, a realidade de forma exata que é a verdade em Cristo (Leia Hebreus 10:1) Ele é a nossa lei real, Ele é a justiça de Deus e a nossa justiça (Romanos 3:21) O que ocorre hoje e de certa forma é um erro que se perpetua durante muitos séculos, a tendência de tirar Cristo como nossa justiça do Centro do Evangelho e a transformação interior que ocorre no centro da vida humana, o espírito, operando uma transformação a partir de dentro pelo poder da graça que por sua vez nos conduz para uma vida de justiça e santidade. Essa é a expressão prática da vida espiritual que vimos no sermão da montanha, a amplitude, largura, profundidade e altura do amor de Deus se dá na entrega de seu Filho amado morrendo por nós, e o gerenciamento do coração procede do processo de Cristo habitar pelo Seu Espírito dentro do nosso coração.  “porque  a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Romanos 8:1) o fator operacional da vida abundante é a frutificação pela intimidade relacional com Cristo (João 15:1  10) até então as regras se modificam, pois na vida espiritual plena de significados verdadeiros encontramos a base pelo qual se opera a verdadeira santidade, que é um fluir interno e uma frutificação que ocorre por causa da transmissão da seiva divina no coração humano. Então temos a elevação da vida celeste no coração humano “Tenho-vos dito isto para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo”(João 15:11) assim, na base do relacionamento com Deus que se dá pelo novo nascimento ouvimos a voz do Espírito de Cristo que prontamente diz “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”(João 15:12) a verdade é que quanto mais de Cristo temos em nós pelo relacionamento na base da intimidade com Ele, mas a graça se torna abundante em nossa vida, e essa graça não nos conduz a dissolução, pelo contrario, nos conduz pelos caminhos firmes da santidade prática como disse Charles Leitter em seu livro “justificação e Regeneração”: “O verdadeiro cristão jamais utiliza a graça como uma licença para pecar, ele naturalmente já peca mais do que gostaria” (pagina 64) Outro Teolo, o Dr R T Willians escreveu: “A santificação pede a morte não somente dos atos pecaminosos, mas até dos desejos pecaminosos, dos apetites maus e dos afetos impuros. Chega-se ao centro do caráter humano, para destruir a carnalidade” O que ocorre aqui é a grande verdade, sincera por demais para deixar de lado, nossa luta contra o pecado é diária e presa a todos os momentos. A base pelo qual vencemos é através do fortalecimento no Senhor (Efésios 6:10) o que ocorre é que toda a lei é quebrada com um só preceito quebrado, por isso a impossibilidade da justificação por méritos próprios, porque a base da pecaminosidade sai do ato consumado do antigo Testamento e  aparece na sua forma de expressão mais exata no Evangelho partindo de que a consumação do pecado é apenas a expressão de algo que já foi idealizado como conceito de ação espiritual no coração humano, o que diante dos olhos de Deus já é a quebra da dos mandamentos. Assim o pecado é de natureza mais real no estado espiritual dentro do coração humano, a lei revela o quanto o homem é depravado e a graça nos mostra o quanto o homem é misericordioso. Pecamos em pensamentos, lá dentro de nós tem essa fonte que precisa ser obstruída, e só o Espírito Santo pode ir lá, assim a rendição a Cristo é a norma vigente do Evangelho, Cristo é nossa esperança de vida eterna, de outra forma não há verdadeira esperança, Edwin Palmer ensina “Todos nós violamos em pensamento os mandamentos de Deus” só quando estamos em Cristo, as potências do pecado podem ser reduzidas, só quando ocorre a mortificação pela cruz, eis o brado de Paulo “Estou crucificado com Cristo, não sou eu que vivo. Cristo vive em mim” (Galatas 2:20) só há um meio de viver sem pecar, e esse é o momento em que estamos Aplicando a morte de Cristo na nossa vida e nos identificamos com Ele na sua morte. A eternidade sem pecado ´so será possível para o salvo por causa disso, de alguma forma, Deus resolveu o problema da desobediência pelo instinto pecaminoso através da morte de Cristo, e com isso não apenas a culpa do pecado é removida, mas presença do poder do pecado será erradicada completamente do corpo glorificado, o velho homem será aniquilado para sempre com a morte ou por via da transformação do corpo quando Jesus voltar, pelo menos aqui, na vida do cristão salvo há uma espécie de aniquilacionismo; a do velho homem, ele será completamente destruído para sempre, de modo que nunca fará parte do corpo glorificado, assim, no céu, quando vivermos no mundo vindouro, novos céus e nova terra e o universo transformado para a glória de Deus, não haverá nenhum tendência ao pecado, nenhum desejo de pecar, essa é uma plenitude existencial, tão completa que fará de cada cristão um completo ser feliz em todas as esferas, e a pureza de coração será completa e perfeita, e isso só é possível por causa da obra consumada e perfeita de Cristo na cruz. Não a lei, mas Cristo, Ele cumpre e realiza essa missão redentora completa, corpo alma e espírito na vida de cada salvo “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o nosso Senhor Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Filipenses 3:20 e 21) Note que aqui temos um bom contexto para entender  Efésios 1:10, quando Paulo fala que Cristo sujeitará para si todas as coisas. Aqui temos a consumação no seu todo, quando haverá o desfrute no mundo vindouro, as moradas que Cristo foi preparar para os santos. O evangelho anuncia isso com muito vigor, somos chamados a peregrinar no mundo (I Pedro 2:11)


Conclusão: a práxis não ortodoxa da fé cristã conduz o homem para uma aceitação passive de heresias de perdição


Autor: Clavio J. Jacinto

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