Perdas
Não é hábito dos
pregadores pós-modernos falarem sobre perdas. O cristianismo ocidental gosta de
ouvir sobre vantagens, materialismo e segurança pessoal, os acontecimentos
recentes provam que a maioria dos evangélicos está disposta a trocar a trocar a
liberdade pessoal pela própria vida e temos nessa filosofia a demasiada
confiança do diabo de que em pele por pele, tudo o que o homem tem dará pela
sua própria vida. Mas o Evangelho muitas vezes nos apontam para perdas. Jesus falou que qualquer um que quiser salvar
a sua vida perdê-la-á e qualquer que a perder salvá-la-á (Veja Lucas 17:23) ele
mesmo advertiu sobre o dilema do homem ganhar o mundo e perder a própria alma
(Mateus 16:26) o que necessariamente nos conduz a lógica de que é bem melhor
perder o mundo para não perder a nossa própria alma. para Paulo a própria morte,
que significava perder sua vida biológica, era um ganho (Filipenses 1:21) mas
não estamos habitados a esse tipo de teologia, e isso só revela o quanto a
cristandade e a maioria dos cristãos estão distantes das páginas do Novo
Testamento. perder não é uma alternativa espiritual, deve ser um fato consumado
em nossas vidas, se desejamos ser espirituais e levar a imagem de Cristo em
nossas ações (Romanos 8:29) O apóstolo fala de suas perdas em Filipenses 3:8,
essas perdas têm uma realidade oposta ao prejuízo: a excelência do conhecimento
de Cristo. Para ganharmos a Cristo temos que perder muitas coisas. Isso não
muito agradável, mas é o fato. Os reinos deste mundo maligno foram oferecidos a
Cristo na tentação, Ele rejeitou. Se a oferta fosse feita a nós, rejeitaríamos?
Paulo diz que considera certos aspectos de vantagens terrenas como escorias, no
grego a palavra traduzida é “Skubalon” e refere-se a lixo inútil. Sua fama, a
glória religiosa, o status, o glamour, o apóstolo abriu mão de tudo isso para
ganhar um conhecimento espiritual de uma pessoa real que era o Senhor Jesus
Cristo. Paulo perdeu seu ego, a vida egoísta do qual Paulo se ufanava, foi para
a cruz, em Gálatas 2:20 ele afirmou que seu eu não estava mais vivo porque ele
estava crucificado com Cristo, era Cristo quem vivia no lugar de seu ego. Não
havia mais egoísmo na sua vida, Paulo totalmente cristocêntrico e isso pode ser
observado em seus escritos inspirados, pelo menos 92 vezes vimos Paulo falar da
posição espiritual em plenitude de ser,
identificada como “Em Cristo” A perda do ego foi um ato crucial na vida
do homem chamado Paulo. As coisas não giravam mais em torno dele, não era mais
o centro onde tudo tinha que gravitar, seu egoísmo foi pregado na cruz. Só um
homem que experimenta a crucificação do próprio ego tem moral e autoridade para
falar sobre a mortificação da carne do velho homem. Paulo perdeu seu orgulho
religioso, no contexto de Filipenses 3, ele declara que foi fariseu e era irrepreensível
segundo a lei, ou seja, não havia falhas, ele era um legalista perfeito. Mas
quando abrimos I Timóteo 1:15 Paulo se declara o principal dos pecadores! que
transformação espiritual incrível, ele perdeu seu orgulho religioso, perdeu sua
estima por méritos próprios e agora olha para a sua verdadeira condição
espiritual e a completa dependência da graça de Deus. Por causa da verdade, Paulo perde e perde,
embora também ganhe muito no âmbito da esfera espiritual. Em II Timóteo 4:10 Paulo fala sobre Crescencio
e Demas que lhe abandonaram. O apóstolo está prendendo companheiros, os
relacionamentos superficiais estão indo embora. São perdas e mais perdas, mas a
excelência de Cristo é um ganho, as insondáveis riquezas de Cristo (Efésios
3:8) conhecer a e manter um relacionamento com o Senhor é ter posse de todas as
riquezas do mundo vindouro, pois em Cristo estão todos os tesouros da sabedoria
e do conhecimento (Colossenses 2:3). Que o Senhor abra os nossos olhos, somos
peregrinos (I Pedro 2:11). Nossa cidade
está nos céus, somos exilados na terra, devemos abrir mão da maior parte das
coisas que não temos posse, as que temos, devemos agir como mordomos do Senhor,
gerenciando o que temos com uma
perspectiva eterna. Que tenhamos em mente esses fatos, pois infelizmente
ouvimos muito pouco sobre perdas nos púlpitos modernos
Clavio J. Jacinto
0 comentários:
Postar um comentário