Depois da Noite (A Aurora)
Nas algemas duras da escuridão repousastes
No frio do calabouço da atroz sepultura
Cordas de amarguras cingiram as vossas chagas
Um silencio que selou a vossa pia candura
O breu era este véu da tarde estranha noite
Das entranhas da terra que berços horríveis
As lâmpadas do dia quebraram-se nesses açoites
Atos vorazes que devoram castigos terríveis
Quais gotas num orvalho de todas as dores
No vil espaço de calafrios na mais horrenda prisão
Repouso no linho e pedras e tantos mais horrores
Das feridas abertas adormecidas na escuridão
Não há mais gemidos, dores e outros sofrimentos
A coroa já despiu a honra, o crânio foi rasgado
E do céu que tantas bênçãos e ações de alentos
Numa cruz, vence depois de clamar o consumado
Só assim nos despertas para a grande aurora
Raiou o triunfo sobre a morte, onde ela reinava e jazia
Pois o ultimo inimigo sem forças, expulso foi embora
E o fogo da ressurreição venceu a morte mais fria
E as mulheres chegaram
com especiarias lacrimais
Pra ungir o cadáver do mestre ainda mais
Um anjo ao lado do sepulcro bem forte bradou:
Não está aqui, Cristo já ressuscitou
(Clavio J. Jacinto)
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