Racismo Ariosofia e Anti-semitismo


 


Ariosofia: Uma Ideologia de Exclusão e o Combate ao Racismo.

O racismo não é apenas um erro moral, é um pecado, geralmente está associado com ideologias políticas, outras vezes com ideologias religiosas, muitas das vezes ocorrem juntas como ocorreu durante a segunda guerra mundial na Alemanha. A ideologia nazista considerava eslavos e negros, raças inferiores aos arianos, e associavam os judeus com o demônio. Na Europa pré-nazista se desenvolveu uma doutrina racial chamada Ariosofia, do que se trata?

A Ariosofia, ou "sabedoria dos arianos", é uma doutrina que combinou elementos da teosofia esotérica com ideais nacionalistas e racistas do século XIX. Sua influência no pensamento racista do século XX foi significativa, alimentando ideologias de exclusão e superioridade racial. Hoje, a herança dessa doutrina ainda pode ser observada em segmentos do esoterismo e do neopaganismo. No entanto, é essencial destacar que suas bases pseudocientíficas e segregacionistas são incompatíveis com qualquer sociedade que valorize a dignidade humana e a igualdade entre os povos.

Hoje o antissemitismo cresce cada vez mais, quase sempre por trás de um viés ideológico, se constitui uma aberrante contradição supor defender a causa dos negros e ao mesmo tempo nutrir um ódio aos judeus, até porque dentro de um sistema geopolítico, os judeus no contexto geográfico seriam uma minoria. Para um cristão, o racismo deve ser considerado como um grande pecado, não importa se seja contra um negro ou um judeu. Como no período da segunda guerra mundial, onde o movimento ariosofico se consolidou devemos ficar atentos, pois o ódio aos judeus nunca desapareceu

Origens e Consolidação do Pensamento Ariosófico Durante a Segunda guerra mundial.

A ideia de "arianismo" surgiu inicialmente na linguística, referindo-se a um suposto grupo de povos indo-europeus. No entanto, ao longo do século XIX, essa noção linguística foi transformada em uma teoria racial, promovendo a ideia de uma "raça ariana" superior. O diplomata e escritor francês Joseph-Arthur Comte de Gobineau (1816-1882) foi um dos principais articuladores dessa ideologia, postulando que a civilização humana se deteriorava devido à mistura racial. Essa perspectiva racista foi posteriormente adotada e ampliada por Houston Stewart Chamberlain (1855-1927), que a vinculou diretamente ao nacionalismo alemão e ao antissemitismo.

Consolidada na mente coletiva com evasivas pseudo-cientificas, o movimento de exaltação ariana era na verdade uma pratica humanista, antropocêntrica e de caráter espiritualmente diabólico.

Dois vienenses, Guido von List (1848-1919) e Jörg Lanz von Liebenfels (1874-1954), foram os responsáveis pela sistematização da Ariosofia como uma doutrina esotérica. Eles buscaram reconstruir uma religião germânica "pura", conectada a crenças ocultistas e a uma hierarquia racial. List propagava um ocultismo baseado nas runas germânicas, enquanto Liebenfels chegou a propor que apenas os arianos teriam capacidade biológica para reconhecer Deus. Suas ideias foram amplamente divulgadas, mas nunca alcançaram grande adesão popular.

Impacto e Desdobramentos

Apesar de nunca terem sido um movimento de massas, os grupos ariosóficos tiveram uma influência ideológica significativa, especialmente na formação do pensamento nacionalista e racista europeu. Durante o regime nazista, algumas dessas ideias foram apropriadas, embora não tenham se tornado centrais na política do Terceiro Reich. Após a Segunda Guerra Mundial, elementos da Ariosofia ressurgiram em grupos neonazistas e neopagãos, influenciando parte do esoterismo moderno.

No caso do anti-semitismo, movimentos de viés político ideológicos principalmente de partidos de esquerda, tendem a perpetuar o ódio e oposição aos judeus. É, repito, uma contradição revelar apoio aos afrodescendentes, apoiando um dia da “consciência negra” ao invés de um dia da consciência humana, e demonstrar oposição aos judeus, quando se sabe que eles vem sofrendo com discriminação, perseguição e ódio durante muitos séculos. Cristãos e judeus são perseguidos em varias partes do mundo, mas aqueles que buscam apenas filtrar a quem devem defender e a quem devem discriminar são tão malignos quanto os mentores intelectuais do ariosofismo.

O Combate ao Racismo e a Reinterpretação do Neopaganismo

Nas últimas décadas, muitos praticantes do neopaganismo germânico têm se afastado ativamente das influências racistas da Ariosofia. Movimentos como o Asatrú moderno têm buscado reinterpretar suas tradições de forma inclusiva e universalista, rejeitando qualquer forma de discriminação. Essa evolução é fundamental para garantir que as tradições culturais e espirituais não sejam utilizadas para perpetuar discursos de ódio e exclusão. Por outro lado, vimos que movimentos controlados por partidos políticos com fortes elementos anti-semitas, tem se posicionado contra os judeus e nutrindo um ódio doentio por eles, e fazem isso porque estão atados ao viés ideológico que defendem.

Conclusão

A Ariosofia é um exemplo claro de como ideias pseudocientíficas e crenças esotéricas podem ser deturpadas para justificar o racismo. Sua base ideológica é incompatível tanto com os valores cristãos quanto com os princípios democráticos modernos. O combate ao racismo deve ser constante e fundamentado na defesa da dignidade humana e da igualdade entre todos os povos. A reflexão crítica sobre o passado e a desconstrução de mitos raciais são essenciais para entendermos que o Evangelho da graça é uma oferta divina a todas as raças, tribos e nações. A mensagem da cruz não é de modo algum racista, mas é uma oferta universal de salvação a todos os povos e nações.

C. J. Jacinto

 

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