C. J. Jacinto
A falta de rigor e de critérios acerca da vida espiritual é uma abertura escancarada para a ação de espíritos enganadores e falsos profetas entre o povo de Deus.
“Ai dos ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo” (Isaias 5:20)
Introdução
Nos últimos anos, o liberalismo pós-moderno tem exercido uma influência significativa na Igreja por meio do movimento emergente e pelo movimento de desigrejados. Essa tendência, marcada pela desconstrução e pela relativização da verdade, desafia as bases da doutrina cristã e compromete a autoridade das Escrituras. Este artigo explora as conexões intelectuais entre o pós-modernismo, o liberalismo teológico e até mesmo influências de regimes totalitários, como o nazismo e o fascismo. Não podemos permanecer indiferentes contra essa onda anticristã que tenta destruir as bases do cristianismo histórico mediante uma retórica rebuscada, com roupagem de falsa piedade, os dias são difíceis!
O cristianismo é uma religião histórica que esta estabelecida por fatos, suas doutrinas se sustentam por realidades que podem ser verificadas e sustentada pela historicidade e autoridade das Escrituras.
“O fim dos tempos será caracterizado por duas vertentes que parte de uma mesma fonte abissal, a primeira é a multiplicação da iniqüidade e a outra é a desconstrução da fé cristã, a primeira atua de fora da igreja e a outra de dentro, o que a torna excepcionalmente mais perigosa”
O Conceito de Desconstrução
A desconstrução é um método pós-moderno de análise textual que questiona pressupostos, estruturas de poder e hierarquias dentro de um texto. Desenvolvida pelo filósofo francês Jacques Derrida, essa abordagem nega a existência de um significado objetivo e absoluto. Um dos lemas principais dessa teoria é que "não há nada fora do texto", ou seja, o significado é subjetivo e depende da interpretação do leitor. Do ponto de vista piedoso, essa é uma força antagônica e demoníaca, no seu manifesto contra a palavra de Deus satanás no Éden e tirou a autoridade da prescrição divina e colocou sobre si mesmo, tornando-se a autoridade na interpretação do texto de Genesis 2:17 e o salmo 91:10 e apresentando essa referencia bíblica sob uma nova forma de interpretação do texto na tentação no Éden e na tentação de Cristo.
O fato de que a fé cristã está dentro da esfera da sã doutrina se dá pelo fato do uso da excelência da boa hermenêutica ou seja, deixar que a bíblia seja autoridade final sobre tudo o que ensina dentro de sua cosmologia e cosmovisão.
“Satanás está por trás de todas as tentativas humanas de enfraquecimento da autoridade da Palavra de Deus, ele tem feito isso em maior ou menor medida durante todo o tempo, a tendência de tirar a autoridade do texto bíblico do próprio Deus, pelo Espírito Santo e colocando essa autoridade sob instituições e homens falíveis, esse já é um passo para o declínio da teologia ortodoxa para a apostasia”
Jesus disse que a Palavra é a verdade (João 17:17) o homem deve se submeter a ela, não o contrario.
A Influência da Desconstrução no Movimento Emergente
O movimento emergente, representado por líderes como Rick Warren, Brian McLaren e Tony Jones e outros, adota elementos da desconstrução para reinterpretar as Escrituras. Esse processo resulta em uma visão relativista da fé, onde verdades bíblicas são moldadas de acordo com experiências pessoais e contextos culturais. Nada pode ser tão errado e tão perigoso quanto isso!
A influencia do movimento de desconstrução vai mais além, se infiltra e influencia praticamente todas as vertentes da cristandade abertas para o pós-modernismo. Pior é que tenta se infiltrar até mesmo nos ambientes mais conservadores, o propósito de satanás é contaminar tudo o que puder e seus agentes não poupam esforços para isso.
Eric English, teólogo ligado ao movimento emergente, expressa essa tendência ao afirmar que "a bíblia não é a PALAVRA DE DEUS". Para ele, a elevação da Escritura a um status divino levou a Igreja a usá-la como um instrumento de opressão. No entanto, essa visão ignora o fato de que o próprio texto bíblico se define como Palavra de Deus, como vemos em 1 Tessalonicenses 2:13 I Timoteo 4:5. A negação da bíblia como Palavra de Deus envolve processos de decadências que só podem ser percebidos a longo prazo, na nossa nação, essa negação da Bíblia como Palavra de Deus tem sido uma idéia predominante entre grupos que abandonaram a fé cristã histórica mas desejam desenvolver um sistema alternativo, assim temos os chavões, verdadeiros jargões que funcionam como verdadeiros mantras entre os pós-modernistas: /’mais Jesus e menos religião” ou “Creia em Cristo e não na Biblia”. Para uma mente não entenebrecida pelo espírito da apostasia, essas declarações são simplesmente contraditórias.
O Impacto da Desconstrução na Doutrina Cristã
A desconstrução não apenas questiona a autoridade bíblica, mas também impacta doutrinas fundamentais, como:
- A existência do inferno: Doug Pagitt, líder emergente, sugere que a linguagem bíblica é inadequada para descrever realidades como o céu e o inferno. (Negação da conseqüência do pecado)
- A verdade objetiva: No pós-modernismo, a verdade se torna subjetiva e experiencial, favorecendo práticas místicas em detrimento da doutrina sólida. (Ênfase nas emoções e sentimentos)
- A moralidade transcendente: Ao relativizar o significado do texto bíblico, a desconstrução abre espaço para a rejeição de princípios morais absolutos. (Aceitação do tipo de eisegese que o diabo faz torcendo o significado verdadeiro das Escriuras)
Enfim, ela tem como processo funcional a negação, satanás começou essa confusão no Eden, quando disse “Certamente não morrerás” com isso, o diabo, que é o pai da mentira, minimizou a seriedade do pecado e as suas conseqüências, enfraqueceu a autoridade da declaração do Senhor, reinterpretou as prescrições divinas e impôs suas conclusões pessoais encima da proibição, ele, o diabo, fez de si mesmo a autoridade na interpretação, para dá a ordem divina, um sentido que não estava na declaração e na ordem do Senhor.
Pedro adverte acerca do homem regenerado que deve desejar afetuosamente o leite racional não falsificado(A Palavra de Deus não adulterada) para que possa crescer espiritualmente através dele (Leia I Pedro 2:2)
As Raízes Filosóficas e a Conexão com o Totalitarismo
Diversos estudiosos apontam que a filosofia pós-moderna, incluindo a desconstrução, compartilha aspectos com ideologias totalitárias. O autor David Hirsch, em The Deconstruction of Literature: Criticism After Auschwitz, traça um paralelo entre a desconstrução e o pensamento nazista, destacando a influência de Heidegger, um dos principais pensadores do pós-modernismo e também um simpatizante do nazismo. Note que esse processo idealizado por filósofos como Heidegger, acaba por abrir portas para idéias que se encaixam perfeitamente com a ideologia do desconstrucionismo, e é por essa via que devemos entender o motivo do nazismo ser tão aberto para a filosofia hinduísta, o esoterismo e o ocultismo.
O pensamento desconstrucionista, ao atacar a razão e a verdade objetiva, cria um ambiente propício para regimes opressores. A negação da verdade absoluta permite a manipulação das massas e a imposição de uma "nova verdade" ditada por aqueles que detêm o poder. E de certa forma, isso ocorre também em qualquer contexto onde a autoridade da Palavra de Deus é enfraquecida e diminuída, e é por isso que em seitas neopentecostais e carismáticos, um líder passa a dar ênfase sobre si mesmo, abrindo possibilidades de manipulação, controle de mente, persuasão, opressão, autoritarismo etc. Muitos lideres carismáticos se tornam unilaterais, porque nutrem a idéia de que recebem novas revelações diretas de Deus, por isso podem estar acima das Escrituras, sentem-se como criaturas semi-divinas, e por isso mesmo encontramos tanto culto a personalidade dentro da cristandade. Onde a autoridade das Escrituras é diminuída e enfraquecida, essas coisas ocorrem, o episodio trágico envolvendo Jim Jones e os membros da sua seita pode ser um exemplo dessa decadência espiritual.
“Porque nós não somos, como muitos, que ganham falsificando a Palavra de Deus, antes a falamos em Cristo com sinceridade, antes como de Deus na presença de Deus (II Corintios 2:17)
O Perigo da Desconstrução na Igreja
A aplicação da desconstrução à teologia cristã leva a sérias consequências, incluindo:
- Confusão doutrinária: A fé deixa de ser baseada na revelação divina e passa a depender da interpretação pessoal de cada indivíduo.
- Rejeição da autoridade bíblica: Se a Bíblia não possui um significado objetivo, qualquer doutrina pode ser relativizada ou descartada.
- Abertura para heresias: O abandono da interpretação histórica e tradicional das Escrituras conduz ao sincretismo religioso e à adoção de práticas contrárias à fé cristã.
Conclusão
A infiltração do liberalismo pós-moderno na Igreja, especialmente através da desconstrução, representa um grande desafio para a fé cristã. Ao questionar a verdade absoluta e a autoridade das Escrituras, esse movimento conduz ao relativismo e à dissolução da doutrina bíblica.
Muitas igrejas atuais já se encontram em déficit e estão totalmente abertas para o espírito do erro, quando não dão importância para a exposição fiel das Escrituras, o abandono de sermões bíblicos, temáticos, expositivos e textuais, enfraquecem os verdadeiros cristãos e fortalecem os falsos cristãos, abrem a porta para todo tipo de engano e colocam Cristo para fora da assembléia (Apocalipse 3:20) essa tendência por si só já é uma tragédia, porém o enfraquecimento da autoridade das Escrituras é um chamado para o diabo assumir o lugar de autoridade nas questões espirituais. Foi isso que Eva fez, permitiu que o diabo fosse o interprete, quando a prescrição do Senhor era clara por si mesma “Certamente morrerás” quando não, falsos profetas assumem o controle, falsos doutores introduzirão suas falsas doutrinas quando não mais se busca que os verdadeiros pregadores tenham voz pregando tão somente a sã doutrina e defendendo a autoridade final das Escrituras.
Diante disso, é essencial que os cristãos permaneçam firmes na sã doutrina, como alertado pelo apóstolo Paulo em 2 Timóteo 4:3-4: "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores segundo as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas".
Para preservar a fé, é fundamental rejeitar ideologias que minam a autoridade das Escrituras e reafirmar o compromisso com a Palavra de Deus como verdade absoluta e imutável.
Então por onde devemos começar? Simplesmente repita quantas vezes for possível, que a bíblia é um livro inspirado, sua inspiração é verbal e plenária, é inerrante e é autoridade final. Não espere ouvir a voz de Deus em um homem que ocupa o púlpito com a boca aberta e com a bíblia fechada durante toda a semana. E se para salvar um enfermo, o medico com suas ferramentas toma muito cuidado, e pode passar horas numa cirurgia, tomando todos os cuidados necessários com um zelo de juramento que fez sobre a sua profissão em salvar pessoas de uma vida passageira, o que se deve esperar de um homem que trata da vida eterna dos outros homens?
Bibligrafia:
Esse estudo bíblico foi inspirado no excelente artigo que pode ser lido aqui:
https://amos37.com/apostasy/
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