O Conceito de Divindade Interior no Estoicismo e o Engano da Serpente no Jardim do Éden.
Vimos de forma muito clara e evidente que a historicidade do Livro de Genesis é provada pelo modo como a crença na divindade do homem é generalizada na historia das religiões antigas e modernas. O conceito de uma “fagulha” divina dentro da alma humana é uma crença bem estabelecida no espiritualismo e nunca foi abandonada pelo homem. A idéia é antiga, remonta a tentação e queda. É, repito, uma prova que aponta para o fato de que Genesis 3 não é um mito, mas historia, além disso, irradia a verdade de que aquela antiga serpente ainda engana todo mundo e isso é ensinado claramente em Apocalipse 12:9
A ideia de divindade interior no estoicismo apresenta uma intrigante conexão com a promessa enganosa feita pela serpente no Jardim do Éden, conforme descrito em Gênesis 3:5. Nesse versículo, Satanás seduz Eva com a promessa de que a desobediência levaria o homem à divinização: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.” Esse conceito de autossuficiência e iluminação através do conhecimento também pode ser encontrado no pensamento estóico, especialmente no entendimento do Logos no conceito filosófico do estoicismo.
Os filósofos estóicos desenvolveram amplamente o conceito de Logos, considerando-o como um princípio divino imanente que permeia toda a realidade. De acordo com essa visão, o Universo é composto por dois tipos de matéria: uma densa e tangível e outra extremamente sutil, quase indistinguível do conceito de espírito. A ordem material do cosmos não apenas possui uma estrutura organizada, mas também é impregnada por um elemento vital - semelhante ao fogo energético proposto por Heráclito - que molda, harmoniza e interpenetra todas as coisas. Mas essa idéia não deve ser tomada como onipresença, ela vai além e se inclina para o panteísmo.
Para os estóicos, esse elemento vital é uma alma-mundo inteligente e autoconsciente, um Logos interno que não apenas governa o universo, mas também reside dentro de cada ser humano. Como esse Logos é identificado com a divindade e visto como a fonte de toda a vida e sabedoria, os estóicos acreditavam que a razão humana participava de sua essência. Isso levava à noção de que os seres humanos podiam seguir seu "Deus interior" e se considerar "descendência de Deus".
O paralelismo entre essa visão estóica e a promessa da serpente no Éden é notável. Ambas as ideias promovem a crença de que a humanidade pode alcançar um estado divino através do conhecimento e da razão própria, sem necessidade de submissão a um Deus transcendente. No entanto, na perspectiva cristã, a verdadeira relação com Deus se dá por meio da fé e da obediência, e não por uma ascensão filosófica ou racionalista. A proposta estóica, assim, ecoa um conceito que, segudo a teologia cristã, representa o erro original da humanidade: a ilusão de independência divina.
Essa reflexão destaca a importância de discernir entre conceitos filosóficos que podem se alinhar ou divergir das verdades bíblicas. Enquanto o estoicismo oferece insights valiosos sobre a razão e a ordem natural, seu entendimento da divindade interior pode ser visto como um reflexo da antiga tentação de se tornar "como Deus" por meios próprios, um conceito fundamentalmente oposto ao ensino cristão sobre a graça e a dependência de Deus.
O apostolo João usa o conceito do Logos exclusivamente a Cristo (João 1:1) e no Novo Testamento o Espírito Santo definiu o verdadeiro significado do Logos em Cristo e não fora dele, é dentro dessa perspectiva que devemos entender esse conceito.
Á bíblia ensina que um cristão não se torna divino, nem na regeneração e nem na glorificação, segundo o ensino de Paulo o cristão que experimentou a regeneração é uma nova criatura em Cristo (II Coríntios 5:17). Outra passagem interessante é II Pedro 1:4 onde o apostolo Pedro escreveu que somos participantes da natureza divina. Mas isso não se relaciona aos atributos divinos, Pedro relaciona a participação do Cristão na natureza do caráter e virtudes do Senhor, pois essa é meta a ser alcançada conforme Romanos 8:29.
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