O grande Destruidor é uma figura distinta na Sagrada Escritura. Ele age aqui, feriu a Israel nos dias de Davi (2Sm 24:15-16; 2Cr 21:14-15) e matou 185 mil soldados assírios em uma noite (Is 37:36). Em Apocalipse 9:11, em ligação com um dos terríveis julgamentos do fim dos tempos, seu nome é dado na forma hebraica e grega: Abadom e Apoliom, ambos com o mesmo significado de Destruidor. O mundo antigo conhecia- o, temia-o e atribuía-lhe a morte inesperada de homens, como diziam os gregos: “Apolo atirou nele com sua flecha”. O texto em Apocalipse fala que o Destruidor é o anjo-rei do abismo, o mundo dos mortos. A palavra Abadom, como referência ao lugar abissal sobre o qual reina esse anjo do mesmo nome, encontra-se somente em Jó 26:6; 28:22; 31:12; Sl 88:11; Pv 15:11 e 27:20.3 Em cada uma das passagens, o nome está associado com a morte (ou o além) e o Sheol, o mundo dos mortos, e as passagens variam de cerca de 1700 a.C. a 1000 a.C., o que inclui o período do Êxodo. Era uma ameaça terrível que esse poderoso anjo da destruição fosse solto no Egito e matasse em todas as casas. Todas as pragas precedentes foram infligidas por anjos, visto que Deus “lançou contra eles [os egípcios] o furor da sua ira: cólera, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males” (Sl 78:49); não eram meros “anjos destruidores” , mas “mensageiros de males” (ARC). Em outras palavras, eram anjos que, pelo fato de serem de natureza maligna, infligiriam o mal resolutamente. Este último juízo (a matança dos primogênitos) seria o cume da terrível obra do Destruidor e de suas hostes. Não se trata apenas de história passada. Faraó e seus servos endureceram a cerviz e não obedeceram à verdade quanto ao verdadeiro Deus, o Senhor, e à sua vontade, trazidas aos seus conhecimentos por intermédio de Moisés. Pelo contrário, por terem obedecido à injustiça, vieram sobre eles “ira e indignação” e “tribulação e angústia” da parte de Deus (Rm 2:8-9, que denuncia todos os que em todos os tempos desafiam a Deus). A “ira”, “indignação”, “tribulação” e “angústia” são termos solenes e sinônimos com os quais o salmista descreveu os juízos que sobrevieram ao Egito de outrora. A agência é a mesma. Quando o Senhor descer outra vez para julgar seus inimigos, que não conheceram a Deus, nem obedeceram ao evangelho do Senhor Jesus, nem acolheram o amor da verdade para serem salvos, o mesmo Juiz supremo que tratou do Egito será acompanhado pelos “anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança” (2Ts 1:7-9; 2:9- 12)
Robert Govett
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