(Trinta e Três Anos Depois do Primeiro Natal)
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Erguei-vos do vosso monturo
Dessa sepultura tão (fria)
Oh! Pobres almas desconsoladas
Todos os dias (choram) carentes
ampliando a vida amargamente
A perda de uma parte
(De vós mesmas) na real sanidade
Porque a vós renasce a saudade
Ela Não tem o poder de
Ressuscitar (os mortos)?
Olhai o crivo do canto colossal
A Vaia do pântano tão sepulcral
Os uivos de lobos famintos
A terra voraz devora os corpos
As libélulas cavam as dores
Tenros carbúnculos e odores
Moídos no tempo tal pedra de Mó
Que tritura os sonhos passados
Ate virar pó
As estrelas de ternuras findas
Numa cavalgadura e marcha possante
Que do placido grito agonizante
Entre flores e espinhos de fanais
A lâmina da coroa tão sagaz
Que ceifa cardumes de corpos inertes
O que acontece?
A morte que mais assustadora parece
Ali longe da tardia e tosca luz
Onde o ser se consome totalmente na cruz
E nos calamos e ciprestes das suturas
Coágulos de sangue na terra mais dura
As sôfregas de lâminas pertinazes
No alto do Calvário em pêsames cruéis
João e Maria os poucos fiéis
Vendo aos prantos o Filho de Deus padecer
E ali mesmo no ato consumado
Num corpo retorcido e todo chagado
Nas tenazes clausulas o fio tecendo
Estava Jesus morrendo
Depois do brado da pura consumação
Quando aberta as feridas de suas mãos
Com os olhos ao monte fechados
A morte retorce a lâmina do arado
Recolhem o corpo e levam ao rochedo
Buraco emprestado à santa semeadura
Das bordas noturnas um evento e clarão
As luzes natalinas de uma grande benção
E Cristo venceu a morte na ressurreição
Da manjedoura ao madeiro
Cristo deu-se por inteiro
E dando a Sua vida nos deu eterna salvação
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(Clavio J. Jacinto)
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