A Importância de Manter uma Linguagem Santificada


 

A Importância de Manter uma Linguagem Santificada

 

C. J. Jacinto 


Introdução

Vivemos dias em que a linguagem humana tem sido banalizada. A vulgaridade, a mentira e o discurso vazio se tornaram normais até mesmo entre os que se dizem cristãos. Mas a Bíblia nos chama a um padrão elevado — uma linguagem santa, irrepreensível, que reflita a santidade de Deus. A forma como nos comunicamos é, sem dúvida, um termômetro da nossa vida espiritual.

 

A linguagem santa convém a santos, e essas palavras podem ofender os pecadores, na mesma medida que os pecadores que proferem palavras ímpias ofendem os santos.

 

1. O Que é Linguagem Santificada?

A expressão "linguagem santificada" refere-se à maneira como utilizamos nossas palavras para glorificar a Deus, edificar o próximo e manter nossa consciência pura diante do Senhor. O patriarca Jó fez essa reflexão ao declarar:

“Porventura há iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas perversas?” (Jó 6:30)

Essa linguagem possui níveis distintos, mas interligados:

a) Linguagem do Pensamento

É o que falamos a nós mesmos no íntimo da consciência. Podemos não verbalizar, mas o Senhor sonda os corações (Salmos 139:2). Deus ouve os pensamentos ocultos — inclusive xingamentos mentais, julgamentos, murmurações ou desejos perversos.

b) Linguagem Social

É a comunicação cotidiana com o próximo — em casa, no trabalho, nas redes sociais. Aqui habitam a fofoca, a mentira, a calúnia, os palavrões e as palavras fúteis. A linguagem social também deve ser santa, pois pode edificar ou destruir.

c) Linguagem Espiritual e Vertical

Trata-se da linguagem de oração, intercessão, louvor e adoração. É através dela que falamos com Deus. Se essa linguagem estiver contaminada, nossas orações podem se tornar inúteis (Isaías 1:15).

2. Jesus e o Juízo Sobre as Palavras

Jesus foi categórico:

“Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” (Mateus 12:36)

Isso inclui fofocas, heresias, mentiras, ofensas, blasfêmias, murmurações e todo tipo de comunicação contrária à santidade de Deus.

As palavras erradas não são apenas sons — elas têm peso espiritual e podem corromper os ouvintes. A primeira heresia da história surgiu por meio de uma conversa: a serpente enganou Eva com um discurso mentiroso e sedutor (Gênesis 3). Paulo adverte que esse mesmo padrão de engano continua atuando (2 Timóteo 2:14).

3. Linguagem Profana x Linguagem Santificada

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não. O que passar disso é de procedência maligna.” (Mateus 5:37)

A linguagem de Cristo é clara, verdadeira, pura e direta. O cristão não deve se expressar com duplicidade, malícia ou falsidade.

A linguagem profana:

  • Contamina os corações;
  • Embrutece a mente;
  • Rompe relacionamentos;
  • Dá legalidade ao diabo.

A linguagem santificada:

  • Edifica;
  • Comunica graça;
  • Ilumina a consciência;
  • Produz frutos de arrependimento;
  • Glorifica a Deus.

4. A Palavra Sã Dá Autoridade Espiritual

Paulo escreveu a Tito:

“Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.” (Tito 2:8)

A pureza da linguagem é uma arma espiritual. Ela desarma os adversários, dá autoridade ao servo de Deus e fecha a boca do diabo.

5. Como Desenvolver uma Linguagem Santa?

A linguagem santificada é fruto de uma vida governada pelo Espírito Santo. Não é um dom automático, mas uma disciplina diária, que envolve:

  • Vigilância: sobre o que pensamos, ouvimos e falamos (Efésios 4:29);
  • Consagração: separação das impurezas verbais e emocionais;
  • Cheios do Espírito: a boca fala do que o coração está cheio (Lucas 6:45);
  • Obediência à Palavra: nossa referência de santidade.

Trata-se de uma transformação do homem interior, resultado de uma consciência treinada pela Palavra e moldada pela verdade.

6. Satanás Também Usa a Linguagem

Assim como Deus usa a boca dos seus servos, Satanás também usa a boca dos ímpios.
Ele inspira:

  • Falsos mestres;
  • Profetas do engano;
  • Líderes religiosos que distorcem a verdade;
  • Pessoas comuns que zombam da fé e difamam o nome de Cristo.

“Mas o que sai da boca procede do coração, e é isso que contamina o homem.” (Mateus 15:18)

O crente precisa compreender que suas palavras têm implicações eternas.

7. A Linguagem Santa e o Mundo

As palavras santas ofendem os pecadores, assim como as palavras ímpias ofendem os santos. Essa tensão é inevitável. O cristão, porém, não deve se calar por medo da reação do mundo.

A verdade de Deus precisa ser dita com firmeza e amor. E isso começa por uma linguagem limpa, verdadeira, cheia da presença de Deus.

Conclusão

A linguagem santificada é um sinal de maturidade espiritual e um poderoso instrumento nas mãos de Deus. Não podemos ignorar que seremos julgados pelas nossas palavras. Que a nossa boca seja um canal de luz, verdade e arrependimento — e não um instrumento de escuridão.

A linguagem corrompida corrompe enquanto que a linguagem santificada edifica. A linguagem profana embrutece o coração enquanto palavras santas iluminam a consciência, Paulo ensina que os que crêem no evangelho, precisam crer pela pregação, a linguagem mais magnífica é a linguagem do Evangelho, pois através dela, os homens chegam ao arrependimento e se convertem á Cristo.

 

“Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.” (Tiago 3:2)

Que o nosso falar reflita a glória do Deus que habita em nós.

 

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