(Kevin Reeves)
Há um ano atrás, um amigo meu assistiu a um culto dominical em
um grupo carismático, conhecido pela sua exuberante adoração, envolvimento
local e apaixonado ministério com crianças. O pastor era relativamente novo na
área, um veterano de meia idade, cuja extrovertida personalidade e dinâmica
ligação com o ministério ofereciam uma certa esperança ao sistema eclesiástico
espiritualmente frio da cidade. Durante esse culto especial, o pastor leu a
narrativa de Atos 5 sobre Ananias e Safira e, segundo meu amigo contou, ele
advertiu solenemente a congregação: “Jamais critiquem o que acontece na
Igreja e, se o fizerem, tenham cuidado!”
A implicação para o meu amigo horrorizado ficou meridianamente clara. Tudo
que acontecesse naqueles cultos seria de Deus. Opor-se ou questionar quaisquer
incidentes ou manifestações seria virtualmente estar provocando a ira de Deus.
E Deus iria tratar com o descontente do mesmo modo como havia tratado Ananias e
Safira. Meu amigo, que é um cristão maduro, nunca mais voltou àquela igreja.
Imagino que o coração desse ministro seja sincero e que ele, como um bom
cristão, deseja o melhor para o seu povo. Contudo, a promoção que ele faz de
Benny Hinn, da TBN e o seu envolvimento com o atual Movimento “River” através
do Reavivamento de Brownsville, deixaram aberta a porta de sua mente
para algum tipo de controle ou manipulação, o que tem sido a marca registrada dos
“ministérios” supracitados. A afamada cruzada de Benny Hinn, na qual ele
declarou maldições contra os seus adversários; os agressivos pregadores do Movimento
Vineyard e de Toronto, acusando os irmãos de fariseus; a “profecia” da
destruição dirigida contra um apologista da Bíblia - Hank Hannegraaf, proferida
pelo Pr. John Kilpatrick em 1997 e as multifacetadas ameaças e insultos
deslanchados pelos pastores do Movimento “River” contra os pastores engajados
na genuína busca de crentes têm demonstrado amplamente a maneira ditatorial
prevalecente em suas fileiras.
Os crentes com discernimento estão certamente alarmados com esse dramático
afastamento do Cristianismo ortodoxo, com as heréticas doutrinas que têm
partido de dentro da própria igreja. Além disso, constantes esforços da parte
dos cristãos conscientes têm sido incentivados através de fortíssima
resistência ou direta condenação aos pastores que supostamente deveriam estar
cuidando dos seus rebanhos.
Apesar da minha honesta denúncia contra a falsa doutrina e subseqüente
engajamento numa luta contra a mesma, sou um cristão pentecostal que ainda
acredita na verdade dos dons do Espírito Santo. E foi com tremenda dor no
coração que senti a necessidade de deixar uma congregação que é “movida por
todo tipo de doutrina”, depois de mais de um ano de organizada ação para
conduzir assuntos, os quais, finalmente, eu havia verificado serem contrários
ao verdadeiro Evangelho. Meus doze anos de assistência aos cultos (seis do
quais, como Presbítero) em nada contribuíram para que eu efetuasse uma mudança
nos rumos da igreja. Pelo contrário, minha credibilidade sofreu um dano
irreparável dentro da congregação, na qual me tornei alvo de insinuações, sendo
rotulado por trás das cenas, tendo sido eventualmente ignoradas as minhas
preocupações nas arenas públicas. Conquanto eu desejasse um completo
arrependimento, fui basicamente assegurado de que ninguém ali dele precisava.
Somente após um ano de solicitações minhas é que foi permitido que esses
assuntos fossem discutidos em um fórum de presbíteros, antes que os assuntos fossem
definitivamente encerrados, sem cerimônia alguma. Depois da apresentação de um
vídeo que levei à primeira reunião que tivemos, sobre as manifestações
animalescas de Toronto, mostrando as cenas de embriaguez espiritual
(inclusive de homens caindo sobre mulheres e todo tipo de indecência carnal),
numa hoste de bizarras e não bíblicas manifestações erroneamente atribuídas à
“unção” do Espírito Santo, ficou basicamente decidido (por todos, exceto por
minha esposa e eu) que, em vista de todos nós já termos manifestado algumas
dessas mesmas manifestações, elas deveriam provir de Deus. De fato, alguém da
liderança até mesmo apresentou a sugestão de que, mesmo que o tal vídeo tivesse
me deixado horrorizado, os assuntos ali expostos poderiam vir de Deus.
Isso exige a pergunta: “como podem manter ordem nos cultos os cristãos que
andam de quatro e ladram como cães?”
A maior resistência que encontrei durante o ano em que tentei dialogar nas
duas reuniões com os presbíteros tinha a ver com o “dar nomes aos bois”. Muitos
dos que apóiam o Cristianismo Carismático - todos eles ativamente
promovidos pelo grupo de nossa igreja - eram os próprios culpados das doutrinas
flagrantemente heréticas. Mesmo com o volume de documentação por mim
apresentada continuamente, durante 12 meses seguidos, o pensamento de
colocar-se publicamente contra os ensinos dos “ungidos do Senhor”, fez
com que cada membro da liderança, exceto minha esposa e eu, se encolhesse de
medo. Não poderíamos tocar naqueles homens nomeados por Deus, eles nos
disseram. O próprio Deus iria tratar com eles. Fomos, portanto, advertidos a
não usar o púlpito para denunciar como heresias os seus ensinos, apesar da
óbvia evidência do que estes exerciam entre as comunidades de crentes. “Ensine
somente a verdade e o horror será corrigido”, insistia a liderança.
Sejamos claros sobre isso. Quando mestres da Palavra da Fé (Kenneth
Hagin, Kenneth Copeland, Joyce Meyers e outros) ensinam que a cruz de Cristo
não reparou os pecados e que, em vez disso, Cristo precisou sofrer no inferno,
em nosso lugar, como um mero homem (Jesus morreu espiritualmente) isso é
heresia. Quando Copeland afirma que Deus lhe contou que Jesus precisou
nascer de novo no inferno, isso é heresia. Quando Hagin firma que o
crente é uma completa encarnação do Filho de Deus, isso é heresia.
Quando Benny Hinn disse a uma audiência de TV que Jesus iria aparecer-lhe
fisicamente no palco de uma de suas cruzadas, isso é heresia.
Não estamos tratando aqui de assuntos periféricos, mas de heresias. As
doutrinas verdadeiras são essenciais à nossa salvação. Qualquer pessoa que
apresente à igreja uma doutrina que altere o Caráter ou a Pessoa de Deus ou a
nossa salvação exclusivamente por meio de Cristo, cai em condenação (Gálatas
1:8-9). Os mestres da Palavra da Fé do Movimento “River” têm feito isso
muitas vezes, sem jamais terem se retratado. Contudo, por causa do seu status
de “mestres da Palavra de Deus”, eles têm recebido virtual imunidade. Examinar
criticamente as doutrinas por eles promovidas e expor suas aberrações e
heresias é invocar a condenação divina, segundo eles propalam. Além de tudo, o raciocínio que prevalece é o de que
Deus, em primeiro lugar, e a Sua “unção”,
estão sobre eles; portanto não devemos tocar nesses “ungidos do Senhor”!
Deus vai cuidar deles em seu próprio tempo e à sua própria maneira [diziam
eles].
Temos nos tornado iguais aos israelitas ao pé do Monte Sinai, festejando de
longe com um bezerro de ouro, enquanto Moisés ficava no cume do Monte, com os
Dez Mandamentos de Deus em sua mão.
Conquanto sejamos advertidos continuamente a não falar contra os líderes, temos
principalmente em mente que Deus sempre usou um homem para corrigir outros
homens, especialmente dentro da Igreja. Paulo enfrentou a hipocrisia de Pedro
(Gálatas 2:11-14); João denunciou Diótrefes (3 João 9-10); Paulo entregou
Himineu e Alexandre a Satanás por causa de sua blasfêmia (1 Timóteo 1:20). A
Bíblia está repleta de exemplos de confrontação piedosa à falsa doutrina, com
uma firme recomendação em favor da verdade.
Por que se tem permitido, de uns tempos para cá, a proliferação dessa situação
de erro? Acho que uma das principais causas é um câncer que tem corroído os
corações dos crentes sinceros. O sectarismo carismático já não é
um problema exclusivo dos mórmons, da Igreja da Unificação, das Testemunhas de Jeová,
etc; ele entrou na Igreja, há muito tempo.
Quando, em 1999, comecei a suspeitar de certas doutrinas em minha
ex-congregação, as quais descobri que não tinham base bíblica, iniciei uma
pesquisa, a qual, surpreendentemente, me levou às seitas estabelecidas. Tendo
eu estado durante 13 anos ocupado em ministrar às várias seitas, que se
apresentavam à minha porta, fiquei abismado com a semelhança que existe entre
estas e o ramo principal do movimento carismático. Certa noite, tendo me
concentrado em fazer uma análise de suas características, fiquei simplesmente
apavorado! Descobri que entre as dez maiores características atribuídas
às seitas, minha ex-congregação apresentava vários exemplos da maioria delas.
Um estudo posterior veio aumentar minhas suspeitas iniciais sobre isso.
A partir desse dia, tenho estudado todas essas características em outros grupos
carismáticos “cristãos” e a soma delas é simplesmente alarmante. O movimento
“River” (incluindo a “Bênção de Toronto” e o Reavivamento de Brownsville, além
das igrejas que seguem os seus ensinos), a Palavra da Fé, o “Latter Rain do
Reino do Domínio” e quaisquer outras congregações independentes ligadas a esses
movimentos, todos eles mantêm, em certo grau, algumas características dos
sistemas sectários.
A primeira coisa que todos têm
em comum é a revelação extra-bíblica. Simplificando, trata-se de qualquer
revelação que não esteja embasada na Palavra de Deus e devemos ser exigentes
nisso. A Bíblia não é um livro de mistérios ocultos para os iniciados. Ela não
comanda os crentes a escalar alguns graus esotéricos de sabedoria. Ela é
facilmente entendida pelos que são “nascidos de novo”, os quais têm dentro de
si o Espírito Santo, que os ilumina para o que já foi escrito. Na 1 João 2:27,
lemos: “E a unção que vós recebestes
dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como
a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela
vos ensinou, assim nele permanecereis” .
>>>>Os verdadeiros
crentes em Jesus Cristo
não carecem de sabedoria adicional encontrada fora dos seguros perímetros da
Palavra de Deus já revelada, pois “Toda
a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Timóteo
3:16-17).
Com o Espírito Santo nos dirigindo, nada vai nos faltar em matéria de santificação
e poder.
Talvez hoje, mais do que sempre, os auto-aclamados mestres estejam vindo à luz
da ribalta, declarando coisas que Jesus jamais falou, as quais não têm qualquer
embasamento nas Sagradas Escrituras. O Apóstolo Paulo diz na 1 Coríntios 4:6: “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por
semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não
ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra
outro”. Quando o “profeta” Bob Jones disse que suas mãos haviam se
tornado vermelhas, quando ele se aproximou da bruxaria, e douradas, quando ele
se aproximou do trono de Deus, ele não teve qualquer respaldo bíblico para tais
afirmações. Então, quem quis acreditar nele, que o tenha feito! Sem uma
comprovação na própria Palavra de Deus, levar a sério certas declarações
equivale a voluntariamente se entregar ao engodo. Quando apresentei ao meu
pastor o testemunho de Jones sobre a mudança de cor em suas mãos, recebi em
troca um sorriso e uma sacudidela de ombros, com um breve comentário: “Bem,
nem tudo está na Bíblia!” Jones havia profetizado, há alguns anos,
sobre o meu pastor e sua esposa, por isso eles ficaram impressionados. Eles não
estavam preparados para discordar desse homem, não importa quantas vezes ele
tenha afirmado que esteve face a face com Jesus Cristo e como o tal
“conhecimento de revelação” é contrário às Escrituras. Eles têm usado vezes sem
conta João 21:25 para respaldar que podemos nos aventurar a crer em
manifestações que não constam nas Escrituras: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das
quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros
que se escrevessem”.
Conquanto seja verdade que nem tudo que Jesus fez foi registrado na
Palavra, esse tipo de afirmações jamais poderia combinar com as experiências de
Jesus. Se o Filho de Deus não
manifestou esse tipo de fenômenos espirituais, então quando os aceitamos e
seguimos é para o nosso próprio risco.
Toda seita neste mundo tem sua origem numa doutrina extra-bíblica. Eu diria que
não existe diferença alguma entre as afirmações de Joseph Smith sobre ter
recebido orientações através de um anjo sobre as supostas “placas de ouro
revelando uma nova verdade” e as afirmações de Rick Joyner, contidas em seu livro
“The Final Quest”, sobre ser necessário um cristão falecido fazer
confissão de pecado... Nenhuma dessas doutrinas pode ser encontrada na
Bíblia.
Isto, naturalmente, conduz à segunda
característica comum às seitas e congregações carismáticas - preferir a
experiência em lugar do seguro conselho da Palavra de Deus. Não posso enumerar
as vezes em que os crentes têm me dito basicamente: “Olhe, não posso admitir
o que você está dizendo sobre o engodo na igreja. Tive uma visão (ou sonho, ou
tremor, fiquei cheio do Espírito Santo... ou coisas desse tipo), por isso
admito que isso vem de Deus”.
Esta mesma atitude prevaleceu nas duas reuniões que tive com os presbíteros.
Fui ali porque eles haviam consentido que eu discutisse estes assuntos. Até
porque, além disso, um membro da liderança, na presença de um ex-pastor da
congregação havia dito que “algumas vezes as experiências são tão poderosas
que precisamos deixar de lado as Escrituras e segui-las, aguardando o tempo em que Deus irá mostrar essa
experiência na Palavra”. Fiquei literalmente mudo, enquanto o meu
ex-pastor, pelo seu silêncio e conduta constante, comprovou sua concordância
com essa filosofia.
Deixar de lado a Palavra de Deus? Por acaso alguma vez tal pensamento foi
ventilado por Cristo em Seu ensino? Ele sempre citava as Escrituras, a fim de
denunciar o erro e validar o Seu ministério. Falando aos fariseus, Ele disse: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais
ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5:39).
Quando enfrentou Satanás no deserto, Ele usou a Palavra de Deus e esta foi
suficiente para afastar o mais poderoso demônio que já existiu. Deixar de lado
a Palavra de Deus? Isso iria nos deixar desarmados, sem defesa alguma para
aceitar a primeira experiência espiritual que nos aparecesse!
Tenho sempre falado com os mórmons que me diziam: “Não importa o que as
Escrituras digam. Senti um ‘calor no peito’, então sei que o Livro
de Mórmon é de Deus!” Isso explica tudo!
Esse tipo de pensamento leva outra característica estabelecida nos grupos de
sincretismo religioso, a qual significa a combinação de todas as formas
de pensamento espiritual assistindo um devoto em busca de iluminação. Estas são
palavras ásperas, mas algumas congregações cristãs se tornam semelhantes às seitas
do Hinduísmo. Contudo, por uma questão de honestidade, devemos admitir que a
tendência dos crentes atuais é no sentido do self-service religioso, ou seja,
um pouco de cada tipo de alimento. Quando John Wimber introduziu oficialmente a
“cura interior” e as selvagens manifestações do que ele chamava ser o poder do Espírito
Santo, ele foi muitas vezes recebido de braços abertos por algumas igrejas
evangélicas. Isso apesar dele creditar pessoas como Morton Kelsey (o qual
considerava Jesus um “xamã”, o qual passou os seus poderes psíquicos para os
seus discípulos), com a oferta da sabedoria de Wimber para desenvolver a
proposta espiritual. Foi assim que o pensamento da Nova Era ganhou aceitação
dentro da igreja. Quando apresentei ao meu pastor e à sua esposa o assunto
da heresia contra Jesus, pregada por Kenneth Copeland, o consenso geral foi: “Bem,
sei que ele (Copeland) ensina alguns recheios que não combinam, mas ele
também ensina boas coisas!” Quando se usa esse tipo racionalização, até
mesmo o Diabo tem algo bom para apresentar. Em Mateus 4:6, quando ele tentou
Jesus, a fim de que Ele pulasse do pináculo do Templo, ele citou o Salmo 91: “...Se tu és o Filho de Deus, lança-te de
aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu
respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra”.
Não vamos parar aqui. Cada mórmon que entrou em nossa casa, a fim de
pregar um falso evangelho, creditava a salvação a Jesus Cristo. Quando eu
citava Cristo, eles também citavam; quando eu dizia “o Pai”, eles sorriam e
meneavam a cabeça [em concordância] . O problema é que o “Jesus” dos mórmons
não combina com o registro da Escritura e “o Pai”, bem como o Espírito Santo,
para os mórmons, mesmo sendo apresentados com um verniz de verdade, são contrários
à revelação da Escritura. Claro que os mórmons pregam o evangelho, porém este
não passa de uma falsidade para esconder a verdadeira armadilha ao novato que
ainda não possui discernimento. Então, seria o caso de considerar o que é “bom”
na doutrina mórmon e deixar de lado o resto, como acontece a muitos crentes
carismáticos em relação às superstições dos seus preferidos mestres apóstatas?
Que isso jamais aconteça! Deus odeia misturas. A luz não pode coabitar com as
trevas. A verdade não pode compartilhar a mesma plataforma da falsidade, nem o
Espírito de Deus pode ficar ao lado do espírito do Anticristo. Será que
atingimos tal sofisticação a ponto de suspirar e sorridentemente balançar a
cabeça diante da heresia rompante, e continuamos a nos alimentar num cocho
salpicado com alguns caroços do verdadeiro grão dentro de uma pilha de lixo?
Falando à congregação de Corinto sobre os ídolos (uma falsa representação de
Deus), o apóstolo Paulo ordenou: “Comei
de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da
consciência” (1 Coríntios 10:25).
Não cometa erros. Os espíritos sedutores têm contaminado a doutrina de Cristo
com doutrinas de demônios e estão levando muitas igrejas à apostasia: “Mas o Espírito expressamente diz que nos
últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores,
e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo
cauterizada a sua própria consciência” (1 Tm 4:1-2). E porque somos
admoestados pelos nossos pastores a não questionar, o discernimento local
deveria exatamente ser praticado. Por causa da covardia de muitos é que a
congregação de crentes tem se tornado um abrigo seguro para os falsos mestres.
A manipulação financeira é também uma coisa séria entre as seitas e as igrejas
carismáticas A maioria dos evangelistas tem colocado muita ênfase sobre o
dinheiro, especialmente sobre as contribuições para os seus próprios
ministérios. Jamais vi um só desses mestres subir à plataforma usando as roupas
que eu normalmente uso. Eles andam cheios de anéis caros e jóias de ouro,
relógios Rolex, roupas de grife, para valorizar suas formas, enquanto pregam a
Palavra de Deus, todos eles gritando o tempo inteiro que os fundos são
insuficientes para a sua próxima cruzada. Benny Hinn usou o novo tipo de
estratégia durante a sua última cruzada australiana, prometendo placas
personalizadas aos doadores que entregassem uma oferta de 150 mil dólares, o
que significaria ter o seu nome colocado numa das pedras de construção da
People’s Cathedral, descendo a uma trivial oferta de 150 dólares, pelo
que se poderia conseguir uma menção no time da Torre de Oração, conforme
citado em um jornal australiano. Hinn tem consistentemente feito do dinheiro a
prioridade do seu multimilionário ministério. Ele tem provado constantemente
que jamais tentaria sobreviver com o salário médio dos pastores que estão por
trás das cenas. Conforme a informação mais recente, o profeta John Kilpatrick,
de Brownsville, lamenta estar vivendo com uma ínfima entrada de 100 mil dólares
anuais.
Essa fixação por dinheiro é a marca registrada de grupos como os mórmons (cujos
dízimos obrigatórios e empresas comerciais, arrecadam lucros financeiros no
mundo inteiro), e as TJs (cuja Bíblia Novo Mundo e Sociedade de Folhetos têm
faturado incontáveis milhões de dólares, à custa dos esforços dos seus
sobrecarregados convertidos) . Conforme o Pr. David Wilkerson, pastor da Times
Square Church, os ministros da Palavra da Fé têm dito aos seus seguidores,
em um vídeo, que eles devem tomar os últimos cinco dólares de uma viúva, a fim
de que ela receba um retorno da “semente da fé”. Eles têm coletado vorazmente
fortunas, seguindo o exemplo dos líderes das seitas supracitadas. Não é de
admirar que o mundo zombe do Cristianismo! “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais
já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”
(2 Pedro 2:3).
Embora usado normalmente com boas intenções, o Dízimo, a principal fonte de
renda das igrejas, era uma exigência de minha ex-congregação. Como presbítero,
junto com os meus superiores, eu sempre criticava, considerando espiritualmente
imaturos, aqueles que não entregavam à congregação pelo menos 10% de sua renda.
Agora, depois de ter pesquisado o dízimo exclusivamente pelo que a Bíblia diz
sobre o assunto, cheguei à conclusão de que ele já não tem efeito algum. Este é
mais um dos vários itens pesquisados. Basta dizer que os crentes do Novo
Testamento foram assim comandados por Paulo: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou
por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Coríntios
9:7). [N.T.: Onde está a coação de dar?]. No contexto da Lei, o dízimo era
obrigatório, sendo amaldiçoados os que o negavam, segundo Malaquias 3:8-11.
Contudo, em Gálatas 3:13, Paulo diz: “Cristo
nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está
escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. E Paulo
ainda acrescenta, em Gálatas 3:10 que “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição;
porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas
que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Ora, se alguém
cumpre apenas uma parte da Lei, ou seja, entrega o dízimo, deixando de cumprir
o restante da lei, fica sob maldição. Mas Cristo cumpriu toda a Lei (Romanos
8:3-4). Conquanto devamos contribuir generosamente, devemos fazê-lo apenas
conforme a proposta do nosso coração. Qualquer manipulação vinda de fora
(inclusive de nossa congregação local) deve ser descartada, conforme a
Escritura.
Todo o assunto da Carta de Paulo aos Gálatas era trazer de volta à razão uma
congregação que havia caído presa dos judaizantes, os quais estavam tentando
escravizar os cristãos à Lei do Velho Testamento (Gálatas 1:6-9)... Essa
mistura de doutrinas do Velho e Novo Testamentos só consegue causar sentimento
de culpa e confusão dentro da igreja. Era isso que acontecia em minha
ex-congregação.
Outra característica principal mantida geralmente pelas seitas e grupos
carismáticos é determinar o valor das pessoas com quem estão envolvidos.
Durante vários anos eu conheci e li muita coisa sobre a tal “Bênção de
Toronto”, sobre os líderes do “Movimento de Profetas”. Mesmo assim, tinha medo
de questionar o assunto dentro do meu grupo. Coisas como manifestações
animalescas, palavras proféticas e a visão de um líder da adoração caindo no
chão do santuário em espasmos semelhantes aos de um intercurso sexual eram
constrangedoras. Sempre que tentei questionar isso, com alguma hesitação em
aceitar como válido, eles me garantiam que esses homens e mulheres estavam
agindo “sob a unção”. E quando alguma coisa ficava por demais óbvia para ser
ignorada, e eu sentia o dever de falar mais ousadamente, era logo despachado
com uma advertência para ler determinado livro (em geral escrito exatamente
para a pessoa que a questionava) , sendo considerado espiritualmente imaturo.
Certa vez, perdi a paciência e até comecei a gritar com o meu ex-pastor sobre
certos itens, por causa do seu espírito controlador. Contudo, ele sempre
parecia vencer, pois nunca observei nele mudança alguma, após nossos debates.
Quando iniciei minha pesquisa particular, senti-me horrorizado, imaginando que
poderia estar agindo contra Deus, por questionar o que a minha própria
liderança e os ministros de escol da arena carismática estavam ensinando.
Continuei orando: “Senhor, por favor, não me castigues. Não quero blasfemar
contra o Espírito Santo, mas apenas encontrar a verdade”. Uma grande
quantidade de oração e estudo da Bíblia, bem como a leitura sobre as crenças
sectárias, confirmaram o que meus anos de trato com esse mesmo tipo de gente
deveriam ter-me contado. O medo é um dos fatores principais, não apenas para
manter a média da congregação na linha, mas também para deixá-la sem força para
abandonar o grupo controlador. Uma das recomendações desses líderes é feita
com a frase: “Floresça onde foi plantado” [E também com algumas citações de Hebreus 10:25; 12:15; 13:7: “Não deixando a nossa congregação, como é
costume de alguns...”. “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de
Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela
muitos se contaminem”. “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a
eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas;
para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”],
dando a entender que pensar em abandonar a congregação era como estar
abandonando as bênçãos de Deus. A “proteção” era tão importante que, se
abandonássemos o nosso grupo, um dos mais atuantes na cidade, isso poderia
significar que, ao sair dessa “proteção”, iríamos resvalar espiritualmente.
Como presbítero, eu até
admitia que se algum irmão abandonasse nossas fileiras, isso poderia ser pior
para ele.
Não caia nesse erro! É a admoestação com a qual
grupos como o de Brownsville e o de Toronto costumam ameaçar os que pesquisam a
Escritura, em busca de uma resposta para os acontecimentos presenciados
naqueles locais. O Movimento “River”, supostamente embasado no poder e no
amor do Espírito de Deus, é conhecido por castigar severamente o crente
recalcitrante. “Fariseus, hipócritas, blasfemadores” são apenas alguns termos
do vocabulário desses ministros “ungidos”. A sabedoria pura, pacífica, moderada, tratável e cheia de misericórdia
do Espírito de Deus (Tiago 3:17-18), bem como o fruto de justiça são totalmente ignorados. Exatamente dos
púlpitos que se afastam ou minimizam a Palavra de Deus é que partem os insultos
e ameaças de condenação divina contra os que tentam honrar o exato conteúdo da
Bíblia. Eu mesmo sofri esse tipo de rótulo, pelas costas, quando deixei a
congregação.
Outra ligação comum entre os ministérios carismáticos e os grupos sectários é o
controle do grupo. Quando as pessoas não recebiam Jesus, Ele lhes dizia a
verdade e em seguida, simplesmente, ia embora. Ele nunca obrigava pessoa alguma
a segui-Lo. Era uma questão de querer ou não querer segui-Lo espontaneamente
(João 6:60-68). O Movimento “River”, com todas as suas ”tramas” de pó de ouro,
penas de anjos, visões bizarras, palavras proféticas e manifestações
animalescas tem-se auto-promovido como igreja, dentro dos perigosos limites que
Deus ainda tem permitido nos dias de hoje. Quando alguém imagina estar no topo
da montanha, o endurecimento do coração acontece naturalmente. Cada membro de
seita acredita que a “verdade” do seu time é a palavra final e, se necessário,
tenta defender até à morte os objetivos básicos do seu grupo, a despeito de
toda evidência em contrário.
E quando alguém é assimilado na lavagem cerebral do grupo,
cai na armadilha do mesmo e jamais admite o que é correto. Vamos encarar o
fato! Quando alguém chega ao pináculo da montanha da “revelação”, o que poderia
acontecer a não ser a queda? Toda pessoa que tenta abandonar o grupo fica
sujeita às táticas do medo, as quais são empregadas para forçá-la a voltar e
somente quando não o conseguem é que apelam ao desprezo contra os que buscam o
bem e levam a público o que sabem. O controle é a tática usada para manter a
suposta unidade do grupo. E quando alguém sai do grupo é como se o pastor fosse
fraco demais para cuidar do seu rebanho.
Posso afirmar que, biblicamente, a única proteção verdadeira que temos é a do
Senhor Jesus Cristo. Um grupo de quatro pessoas (como minha esposa, eu e mais
dois outros que abandonaram a mesma congregação) representa muito mais o Corpo
de Cristo do que uma mega-igreja com filiais no mundo inteiro. Para ser
honesto, sinto um grande alívio por não mais fazer parte do “grupo de escol” da
cidade, à custa de tantos desvios da Escritura.
Ser feliz é acreditar exclusivamente na Palavra de Deus e adorá-Lo em espírito
de humildade, certo de que somente em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência”
(Colossenses 2:3). Quando o receio de um castigo divino é o fator
predominante para se manter a adesão de alguém ao grupo, na melhor das
hipóteses está acontecendo uma barganha letal e sua liderança não está agindo
de maneira piedosa. Portanto, a
presença nesse grupo deve ser evitada a qualquer preço.
Uma visão defeituosa de Cristo, do Pai e do Espírito Santo logo indica uma
tendência sectária. Para as TJs, Jesus é o Arcanjo Miguel; para os Baha’i’s,
Ele é apenas um elo na forte corrente do Messianismo; para os mórmons Ele é o
irmão espiritual de Lúcifer; para a Palavra da Fé, Ele é apenas um homem que
precisou sofrer no inferno, a fim de passar pelo “novo nascimento”. Neste
movimento, podemos ver mais claramente um dos tipos de heresia que os grupos
sectários ensinam sobre o Senhor Jesus Cristo. Kenneth Copeland, Kenneth
Hagin e uma hoste de líderes da Palavra da Fé ensinam que a Reparação não
aconteceu na cruz, mas no inferno. Em suma, não foi o sangue de Cristo que
respondeu pela total penalidade do pecado do homem diante de Deus. Hagin disse
que a morte física foi tudo que aconteceu e que se esta pudesse pagar o preço,
o ladrão da cruz poderia tê-lo feito.
Que absurdo! A Palavra da Fé ensina que Cristo foi ao inferno (como um mero
homem) em nosso lugar e ali foi atormentado durante três dias nas mãos dos
espíritos demoníacos, os quais se regozijavam na vitória, e, foi então que Ele nasceu
de novo. Jesus Cristo é o Filho de Deus, o Grande EU SOU (João 8:58); o
Deus eterno (Isaías 6:1-4); Ele é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente (Hebreus 13:8) e, mesmo assim,
precisou nascer de novo? Que heresia grotesca!!!
Se o resultado desta heresia não fosse a destruição da verdadeira fé, ela
poderia ser considerada simplesmente hilária! Até mesmo um estudante primário
da Bíblia seria capaz de detectar uma racionalização tão falha! Cristo jamais
ficou separado de Sua Divindade, quando veio à terra como homem. Ele
simplesmente assumiu a natureza humana, sem abandonar a divina. Ele
jamais poderia separar-se de Sua essência divina. Se o fizesse, teria deixado
de ser Deus. E como Hebreus 13:8 afirma que Cristo é o mesmo ontem, hoje e
eternamente, Ele jamais poderia ter mudado e disso podemos ter absoluta
certeza, mesmo que um herege como Rodney Howard Browe tenha assegurado que Cristo
andou na terra simplesmente como um homem, sujeito à Aliança de Abraão. O fato
é que Jesus foi, é e sempre será o imutável Deus de toda a humanidade.
A doutrina da Palavra da Fé sobre o tormento de Cristo no inferno é uma afronta
ao coração do evangelho da salvação. A cruz tem sido sempre o foco do
Cristianismo ortodoxo, nos dois últimos milênios. Tudo que precisava ser feito
com respeito à reconciliação do homem com Deus foi realizado na cruz do
calvário. Quando Jesus se voltou para o ladrão e falou: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas
23:43), a não ser que a significação do vocábulo “paraíso” tenha mudado
com o passar dos últimos 2.000 anos, foi para lá que Jesus levou o ladrão
arrependido. Conforme a teologia de Copeland, Jesus teria levado o ladrão
para o inferno, onde junto com Ele, o “coitado” iria ser atormentado
pelos demônios, enquanto aguardava o “novo nascimento”. Existe uma teoria mais
descabida?
Quando Cristo gritou: “Está consumado!”, a significação da frase é “está
terminado”. Conforme o ensino da Palavra da Fé, esse grito de Jesus significava
apenas o término da primeira parte de Sua obra terrena, ou seja, o oposto do
que durante os últimos 2.000 anos os estudiosos da Bíblia entenderam
literalmente: que a obra na cruz em favor da humanidade foi completa e não
poderia ser acrescentada nem anulada, pois o sacrifício de Cristo foi total e
suficiente.
“Na qual vontade temos sido
santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”
(Hebreus 10:10).
“Levando ele mesmo em seu corpo os
nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos
viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pedro
2:24).
O que os adeptos da Palavra da Fé tanto gostam de citar nos diz em termos
claros: “Verdadeiramente ele
tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós
o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por
causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados” (Isaías 53:4-5).
O sangue de Cristo foi derramado como reparação pelos nossos pecados e nos
libertou, tendo sido o pagamento total em favor de todos os que a Ele se achegam. De fato, o Livro de
Hebreus foi escrito para os crentes que conheciam as leis do Velho Testamento e
o sistema sacrifical apresenta uma razão definitiva para o sacrifício de
Cristo, quando Ele derramou o Seu precioso sangue. Hebreus, mais do que qualquer
outro livro do Novo Testamento, fala do sangue dos cordeiros sacrificados para
cobrir temporariamente os pecados do povo de Deus, até que viesse o sacrifício
definitivo de Cristo, o Qual, com o Seu sangue, iria cobrir todos os pecados de
uma vez para sempre.
Eu poderia prosseguir sempre e sempre. A Palavra da fé é uma seita tão
distanciada da verdade Apostólica em sua apresentação do evangelho que incorre
na maldição de Gálatas 1:6, tendo adotado “outro evangelho”. Esses provedores
do falso evangelho estão registrados em Gálatas 1:8-9. [NT: Crente, liberte-se do falso evangelho pregado por 99% dos
pastores neopentecostais, lendo as Cartas de Paulo, principalmente Gálatas, que
é a Escritura da liberdade cristã].
Alterar o evangelho de Cristo, que é o exato fundamento de nossa fé, é
letalmente perigoso e os que assim agem não escaparão do Seu severo julgamento.
O Movimento “River” tem redefinido totalmente o Cristianismo, de modo a
torná-lo irreconhecível. O Santo Salvador do mundo foi transformado em um
“deus” amigo de farras, o qual gosta de ver o seu povo cambaleando embriagado,
de modo a não haver qualquer diferença entre ele e os contumazes bêbados
mundanos. Suas mulheres caem embriagadas, com as blusas arregaçadas
indecentemente, enquanto os ministros desse falso evangelho andam de quatro nos
palcos, com as roupas rasgadas, precisando da assistência de um motorista, pois
não conseguem sequer colocar a chave de ignição em seus carros, atribuindo tudo
isso à “unção” do Espírito. As pessoas ladram, resmungam, rugem, cacarejam,
comportam-se como touros, peixes, lutadores de caratê, sem o menor resquício de
pudor, a fim de “nascer no espírito”, ou seja, receber uma ilusória “unção”.
Durante 1900 anos essas práticas foram consideradas repreensíveis e carnais (ou
demoníacas), mas com a sofisticação religiosa do Século XX essa “teologia” foi
rapidamente santificada e os que resistem à mesma são taxados de legalistas.
Precisamos entender o seguinte: Qualquer doutrina que promove práticas ou um
sistema de pensamento alienados da doutrina do nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo não pode proceder de Deus. Os ensinos carismáticos redefinem a natureza
e a Pessoa da Divindade, uma característica comum a toda seita que existe no
mundo. Conquanto Deus seja o único Juiz de quem não persevera na doutrina de
Cristo (segundo 2 João 2:9), o que tem acontecido no Movimento “River” e na
Palavra da Fé é que ambos têm resvalado cada vez mais rapidamente num abismo de
heresia [Salmos 42:7]. Tendo ali caído, será muito difícil voltar à compreensão
bíblica de nossa salvação. Uma coisa que descobri, em muitas sessões de
discussão com as pessoas envolvidas nesses movimentos é que, sem levar em conta
a evidência da Escritura, elas simplesmente não querem conhecê-la. Quando lhes
apresentamos a verdade, elas saem pela tangente. A única maneira de agir é sem
meios termos. E assim, muitas vezes tenho visto crentes que tanto amei,
os quais escolheram o lado da falsidade, simplesmente por não quererem admitir
que eles mesmos estavam participando de um engodo. Esse endurecimento de
coração exclui todo prosseguimento da discussão. É impossível convencer uma
pessoa que não deseja escutar a verdade. Somente um sincero arrependimento
poderia quebrar esse endurecimento em direção à verdade.
Não sei colocar as coisas de modo diplomático, por isso me desculpem. Uma das
características comuns nos grupos sectários, muitos do movimento “River” e as
congregações carismáticas, é uma quase total falta de raciocínio. Sei disso
porque minha esposa e eu estivemos perdidos dentro desse denso nevoeiro,
durante 12 anos. Tentei dizer a umas TJs a desconfortável verdade a respeito de
Charles Tazel Russell e o Juiz Rutherford, ou sobre a duplicidade, a
manipulação e a lavagem cerebral exercida pela Torre de Vigia e a Sociedade de
Folhetos. Tentei mostrar, através de suas próprias publicações, como suas
profecias do “fim do mundo” sempre falharam, o que lhes provocou uma
rompante indignação contra mim. Caracteristicamente , elas fecham os olhos,
balançam a cabeça e logo dão o fora, recusando-se a escutar, não importa quão irrefutável seja o argumento. Duas
das que vieram à minha casa, levantaram-se abruptamente, quando comecei a
mostrar-lhes a partir das Escrituras, que Jesus é Deus. Elas, que professam um
tão profundo conhecimento da Palavra, simplesmente não querem saber o que a
Palavra diz sobre o assunto. Desvendar a verdade e ver o que é sério, aceitando
fatos não é contra a sua mentalidade cativa, dirigida pelos seus videntes
espirituais. Elas temem usar a própria inteligência que Deus lhes deu para
examinar criticamente qualquer apresentação contrária às suas crenças. Pior é que isso mesmo tem acontecido no mundo
carismático!
Como sabemos, embora aprendamos as verdades da Bíblia pela fé, Jesus nunca nos
proibiu de fazer qualquer questionamento inteligente. Os processos de
pensamento que temos foram-nos dados por Deus e Ele espera que os usemos. A 1
Coríntios 2:14 é muitas vezes por eles citada como prova: “Ora, o homem natural não compreende as
coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las,
porque elas se discernem espiritualmente” . Eles acham que não podemos
entender as coisas espirituais, argumento infrutífero, quando voltamos alguns
versos, onde Paulo diz que “temos a mente de Cristo”.
Romanos 12:2 nos comanda: “E não sede
conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus”. Efésios 4:23 nos diz: “E vos renoveis no espírito da vossa mente”. Jesus citou um verso
do Velho Testamento, ordenando: “Amarás,
pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo
o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento”. (Marcos
12:30). Existem ao todo 58 referências específicas no Novo Testamento sobre a
nossa mente. Desconsiderar essa parte tão importante de nossa personalidade é
fechar a avenida principal de nossa compreensão. Lembre-se que o crente em Cristo Jesus foi
recriado à Sua imagem e a ele foi dada a exata mente de Cristo. O Velho
Testamento apresenta muitas referencias sobre o uso apropriado da inteligência
humana em nosso relacionamento com Deus. O Livro de Provérbios tem sido
corretamente chamado “o livro do senso comum”: “Sem lenha, o fogo se apagará; e não havendo intrigante, cessará a
contenda” (Provérbios 26:20).
Muito simples: sem lenha o fogo depressa se apaga... Sem uma pregação aos
nossos ouvidos, o assunto deixa de ser importante. Não se precisa de um neurocirurgião
para entender isso. Deus colocou nas Escrituras para o nosso aprendizado:
“E Paulo, como tinha por costume, foi
ter com eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras”
(Atos 17:2). Em Atos 18:19, Paulo continuou agindo assim: “E chegou a Éfeso, e deixou-os ali; mas ele,
entrando na sinagoga, disputava com os judeus” (Atos 18:19). A palavra
grega para isso é “dialegomai”, cujo significado é “discutir”, “dirigir-se”,
“pregar”, etc. Paulo ia através de cada ponto da Escritura, provando que Jesus
é o Filho de Deus. Onde Paulo teria conseguido essa inteligente atitude de
argumentação? De quem, senão do próprio Deus?
“Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR”
(Isaías 1:18-a).
Muitas vezes tenho testemunhado a alguns, entre os muitos ramos do Movimento
“River” e do Movimento Carismático, mas a maioria deles sempre se recusa a
escutar meus óbvios argumentos. Parte do “código de ética” de todos esses
movimentos é recusar-se a escutar qualquer pessoa ou coisa alguma que possa
lançar dúvidas nas crenças dos seus mestres. Esses mestres (como os da Palavra
da Fé) são considerados “ungidos” e, basicamente, são vistos como mediadores
entre Deus e o homem e duvidar dos seus ensinos é como duvidar do próprio Deus.
Essa atitude foi demonstrada de modo explosivo pelo pastor da minha
ex-congregação. .. Tendo lido o livro de Dave Hunt - “A Sedução do
Cristianismo” - cinco anos atrás, fiquei muito perturbado, tendo perguntado
à minha esposa o que ela achava do seu conteúdo. Ela decidiu levar o livro à
reunião de comunhão daquela noite, a fim de pedir a opinião do nosso pastor.
Quando fez isso, ele a repeliu grosseiramente: “Ouvi falar desse livro que
divide igrejas”, ele zombou, e em seguida, prosseguiu falando sobre as
pessoas focalizadas pelos autores de livros (os quais consideravam as práticas dos pregadores como indo de
encontro à Palavra de Deus), achando-os, embaraçosamente fracos em matéria de
integridade bíblica [Dizer que Dave Hunt é fraco em matéria de integridade
bíblica é ser cego espiritual dos dois olhos]. Meu pastor simplesmente não
podia nem jamais admitiria qualquer crítica negativa às doutrinas dos seus
mestres prediletos. Minha esposa saiu dali às pressas e quando o pastor
reapareceu, naquela mesma noite, tentando se desculpar do que lhe havia dito,
ela pôde concluir que ele jamais havia lido “A Sedução do Cristianismo” nem iria jamais
admitir qualquer evidência de heresia contra os [autores] que ele
considerava de alta estima.
Tenho uma pilha de papéis documentando
uma abundância de heresias dos mestres da Palavra da Fé e dos mestres do
Movimento “River”, bem como vídeos e fitas K-7 sobre os falsos ensinos que
procedem de suas bocas. Embora eu tenha franqueado aos membros de minha
ex-congregação acesso a esse material, até hoje ninguém telefonou ou veio até
minha casa, a fim de avaliar a evidência.
O que acontece é que o mensageiro da verdade se transforma no vilão que está
combatendo o caráter impoluto de certos mestres. Mesmo sem jamais ter visto a
documentação, eles fazem ouvidos moucos à verdade e acusam de descontentes os
que descobrem as heresias e tentam mostrar a confiável evidência das
mesmas.
Se o nosso sistema jurídico seguisse esse mesmo método intricado, os criminosos
estariam livres, atacando os cidadãos que testificam uma boa reputação, como se
o fato de dar bom testemunho merecesse o castigo público. Desse modo, toda
evidência de erro seria destorcida na corte por um juiz que recusasse dar uma
olhada nos autos do processo!
O medo de raciocinar à luz das Escrituras, nas quais afirmamos crer, tem levado
muitos incrédulos a declarar que os crentes são uns débeis mentais. Eles dizem,
e muitas vezes com razão, que vivemos dando saltos no escuro em matéria de fé,
em um ambiente sem base alguma para um diálogo inteligente. Paulo diz na 1
Coríntios 14:15: “... Cantarei com o
espírito, mas também cantarei com o entendimento” . Suponho que
deveríamos seguir o que Paulo nos diz, usando o intelecto, o qual também
submetemos à glória de Deus.
Embora existam ainda outras características, vamos nos reportar ao segredo
mantido em muitas congregações carismáticas. Conquanto Jesus tenha dito a
Caifás: “Eu falei abertamente ao mundo;
eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus sempre se ajuntam, e
nada disse em oculto” (João 18:20), existe um grande número de coisas
que a liderança de várias congregações carismáticas não gostaria que fosse
levado a público. Em uma reunião com o meu ex-pastor e sua esposa, uns dois
meses antes de deixar a congregação com minha família, ficou muito claro que um
dos principais receios dele era que eu falasse ao público sobre o que eu sabia
a respeito das obras internas do grupo. Ele simplesmente não queria que eu
propalasse o efeito espiritual danoso de sua excessiva abertura ao engodo.
Naquele mesmo encontro, fui severamente corrigido pela esposa do pastor por ter
ousado pregar uma mensagem no culto matutino dominical sobre os erros
teológicos da Palavra da Fé, tendo tido a audácia de mencionar Kenneth como um
dos principais proponentes dos mesmos. Como havia crentes da Palavra da
Fé ali presentes, naquela manhã, ela temia repercussões e coisas assim. Ela
disse que minha mensagem havia sido “muito contundente” e que se sentia
responsável para responder as perguntas que iriam surgir sobre o sermão, durante
toda a semana.
Por ironia, exatamente antes da pregação (a qual eu havia assumido com grande
temor e oração pessoal), ela me havia garantido a chance de pregar três vezes
sobre exatamente o que Deus me colocasse no coração. Foi exatamente o que eu
fiz e isso a deixou chocada e aborrecida.
Por acaso, após seis anos atuando como presbítero e usando o púlpito sempre que
o pastor estava fora da cidade, foi essa a última mensagem que me permitiram
pregar. Por que deveríamos ter medo de contar o que acontece em nossas
reuniões? Se essas coisas provinham de Deus, deveriam ser compartilhadas e do
contrário, deveríamos nos envergonhar. A verdade é que muitos carismáticos se
envergonham dos excessos em seus cultos e temem trazer uma pessoa amada, pela
primeira vez, à sua igreja. Temendo que aconteça uma visão ou manifestação
exagerada, eles se preocupam em como serão elas aceitas pelo visitante e temem
precisar dar-lhe explicação sobre as mesmas. Eles acham que os ainda não
iniciados não vão conseguir entender. Talvez isso aconteça por causa de sua
compreensão falha e porque as doutrinas e as manifestações antibíblicas não têm
respaldo. E o visitante poderia logo perceber isso. O lugar primordial do
discernimento deveria ser a igreja.
Mesmo que um ente amado pudesse ser trazido, sem qualquer receio, a um culto
dominical, as discussões práticas do círculo interno da liderança iriam
permanecer inteiramente guardadas. Em alguns casos, isso até seria
justificável, como quando acontece a confissão de pecados. Esse é um assunto
muito pessoal entre o pecador e o seu Deus. Mas quando se chega ao que não tem
respaldo bíblico, como derrubar um homem forte no chão de uma determinada área
geográfica, ou o engajamento na terapia ”cristã” de regressão, na
qual se usam as técnicas da Nova Era, então deveríamos aparecer sem essas
manchas! A linha que divide o assunto é se o que eles estão fazendo provém de
Deus, podendo ser declarado sem medo ou desculpa; caso contrário, então deveria
haver arrependimento. A verdade é que a maior parte de tudo isso é mantido em
absoluto sigilo, o que jamais deveria acontecer no Cristianismo!
Conquanto havendo outras doutrinas igualmente semelhantes entre os grupos
comuns de seitas e muitos grupos carismáticos e o Movimento “River”, por
enquanto isso nos basta. Uma pública desonra à Palavra e Deus, uma preferência
por bizarras experiências em vez do texto da Escritura, o elitismo
auto-estilado, o contumaz receio de examinar essas práticas à luz da Palavra de
Deus, deveriam funcionar como uma bandeira vermelha assinalando grande perigo.
Como se pode lidar com uma situação de ostensiva heresia dentro da própria
congregação? Antes de prosseguir, fique sabendo que isso não é opção. Por mais
desconfortável que seja, alguém precisa erguer a voz em favor da verdade! A
falsa doutrina é um câncer que se tem espalhado por falta de controle e está
atingindo cada célula do corpo, por onde ele avança. Guardar a verdade
somente para nós mesmos, com medo de perder relacionamentos ou para manter uma
suposta unidade entre os irmãos é apenas COVARDIA! (Grifo da Tradutora] O
julgamento deve começar pelos da casa de Deus (1 Pedro 4:17). Se perdermos
coisas terrenas por causa do
nosso amor à verdade, ainda teremos “uma
herança incorruptível ... guardada nos céus” (1 Pedro 1:4).
Embora cada situação possa ser diferente, algumas sugestões básicas podem ser
de ajuda:
Primeiro, não acuse pessoalmente. Ninguém gosta que lhe digamos que suas
crenças são contrárias à Palavra de Deus e isso é duplamente verdadeiro quando
se trata de alguém que ensina dentro da própria congregação. Ser obrigado a
admitir anos de alegre recebimento e propagação da falsa doutrina e de honra
aos falsos mestres é uma experiência deveras traumatizante. Por causa disso,
alguns têm perdido a fé e abandonado a igreja. Como alguém que antes ensinava
esses mesmos engodos, fiquei horrorizado e por muito tempo com o coração aflito
e arrependido, questionando literalmente tudo que havia aprendido nos 12 anos
anteriores. Senti ainda uma enorme porção de raiva contra a liderança acima de
mim, a qual me havia apresentado essas heresias e de todos os modos me havia
atrapalhado qualquer tentativa de corrigi-las. E a resposta mais comum (esteja
preparado para isso) é a rejeição ao que você está apresentando. A experiência
é uma senhora muito severa e não emancipa facilmente os escravos que ela tem
mantido aprisionados por tanto tempo. Quando um homem “caiu no espírito”,
umas cem vezes “sob a unção”, quando é enamorado da profecia e dos seus
profetas superastros, vivendo "embriagado no espírito”, mesmo quando
admite ter dado um espetáculo público sem qualquer respaldo bíblico, ele não
vai nos dar razão. Ele vai preferir continuar chapinhando e reter uma parte de
sua autoridade, em vez de falar o que sabe e entrar na reconfortante luz da
verdade [que liberta do engodo religioso - João 8:32].
Segundo, chegue com uma lúcida e bem pensada apresentação dos fatos.
Ilusões, rumores ou registros não substanciados ou recebidos de segunda mão não
causam impacto. O segredo é ter crédito. Isso vai demandar um tempo enorme para
se checarem e cruzarem os fatos referenciais, até que a margem de erro de
sua parte seja praticamente nula. Caso a sua apresentação seja recusada, que
ela não o seja por causa de preguiça ou inconsistência de sua parte, mas porque
o seu pastor ou presbítero não seguem a verdade.
Terceiro, lembre-se que um dos gomos do fruto do Espírito é a temperança. Um diálogo que redunde em
impropérios ou gritos vai atrair a você o rótulo de promotor de encrencas.
Conquanto Jesus tivesse condenado a falsa doutrina, Ele sempre manteve uma
atitude correta em relação aos Seus inimigos, daí por que eles não tinham meios
de refutar a Sua condenação. É correto demonstrar ira, quando o Espírito Santo
está sendo desonrado por causa do engodo, mas que esta seja justa e não
reprovável (Efésios 4:26). Lembre-se que as pessoas devem ser convencidas pelo
Espírito e pela Palavra e que você está lidando com irmãos e irmãs em Cristo. Aqui eu faria
uma distinção que encontro no Novo Testamento, a qual é: conquanto os apóstolos
nunca se comprometessem em sua posição contra a falsa doutrina, suas declarações mais severas eram sempre
destinadas contra os mestres que as introduziam no corpo de Cristo (2 Coríntios
11:13-15; 1 Timóteo 1:19-20; 2 Timóteo 2:17-18; 2 Pedro 2; 3João 9-10 e todo o
Livro de Judas). Como apascentadores, os pastores e mestres são encarregados de
proteger o rebanho, mas, infelizmente, eles têm dado boas vindas ao lobo que
chega em busca da presa (Mateus 7:15), enquanto
ficam com o sangue das ovelhas tingindo-lhes as mãos.
Quarto, ore, ore muito! Leia a Palavra de Deus, até que ela permaneça
viva dentro de você. Isso me ajudou imensamente a colocar de lado todos os
livros que até então eu vinha usando para o meu crescimento espiritual, e
passei a ler exclusivamente a Sagrada Escritura. Isso me fez observar que o meu
grupo costumava usar versos fora do contexto, a fim de respaldar suas práticas
contrárias à Escritura, e isso foi uma espada afiada para me livrar de tudo que
era falso.
Finalmente, continue firme, até verificar que o diálogo não dá resultado. Em
meu caso, ele perdurou um ano inteiro e somente após esse tempo eu conclui que
ninguém estava realmente interessado na mudança. Eu havia permanecido algum
tempo na corda bamba, na esperança de que eu mesmo pudesse mudar meus pontos de
vista sobre esses itens para continuar a remar naquele barco. Exatamente no dia
em que minha esposa e eu decidimos contar que estávamos deixando a congregação,
a esposa do pastor recusou-se a acreditar que fosse para o nosso bem. “Quando
vocês voltarem...” ela falou, ao que retruquei: “Não vamos
voltar!”. Ela ignorou minha interrupção e prosseguiu: “Quando vocês
voltarem, eu lhes darei boas vindas”. Em sua mente éramos nós e não os
remanescentes da liderança que precisavam de arrependimento.
Outro ponto a ser destacado - aliás, um pensamento pessoal, com o qual talvez
alguns não concordem - é que não saiam em silêncio. Depois
de muito diálogo com a liderança da congregação e de saber que é impossível
obter uma resposta, fale com quem desejar escutá-lo. Meus pontos de vista eram
por demais conhecidos na congregação e quando saímos, minha esposa e eu
escrevemos uma carta para quase cada membro do nosso ex-grupo, detalhando e
confirmando, com referências bíblicas, os motivos pelos quais não poderíamos
mais assistir aos cultos daquela igreja. Outro casal abandonou a congregação,
após amplo diálogo comigo, já os havia ajudado a verificar os engodos ali
promovidos pela liderança, porém até aquele momento esse casal foi o único a
ser resgatado dali. Mesmo assim, minha esposa e eu continuamos a falar com
ex-membros da congregação, sempre que surgia uma oportunidade. A liderança de
alguns grupos de outra igreja em nossa pequena comunidade também ficou conhecendo
nossa posição e o porquê de nossa retirada. Saímos de um embaraço temporário
para testemunhar ousadamente sobre a tremenda mudança que Deus operou em
nossas vidas, através do estudo da Sua Palavra.
Logo após a saída, procure encontrar alguns crentes com mesma maneira de
pensar, caso isto seja possível. Existe sempre um tempo de desprogramação (o
termo mais apropriado em que penso). Anos de falsa doutrina e ensinos ilusórios
de homens, não são facilmente descartados
e as respostas que são aprendidas para certas situações têm sido incrustadas em
nossa mente. Precisamos, realmente, ser renovados em nossa mente (Romanos 12:2)
e isso é feito com mais eficiência quando mergulhamos na libertadora Palavra de
Deus. Jesus disse: “Se vós
permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:31-32).
Saiba também que a angústia que acompanha o trato com a heresia eventualmente
vai passar. Quando mantemos nossos olhos em Cristo e o nosso coração voltado à
simplicidade do evangelho de Jesus, a luz do alto vai se tornar mais real do
que antes, e nossa segurança nEle e em Sua vinda será mais forte. O SENHOR está
convocando o Seu povo a sair do meio da falsidade. Nossa escolha está na
resposta.
“Saiamos, pois, a ele fora do arraial,
levando o seu vitupério. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos
a futura” (Hebreus 13:13-14).
Artigo de Kevin Reeves “Charismatic
Cultism”
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