Autor: Buck Williams
Quando Estevão vê o Pai e o Filho no céu, ele está sendo morto enquanto clama para que seu espírito seja recebido por Jesus, e para que seus algozes sejam perdoados (Atos 7:55-60).
Quando Paulo tem seu primeiro encontro com Jesus, ele cai no chão - e aqueles que o estão acompanhando ficam atemorizados. (Atos 9:7-9; 22:7-9; 26:7-9).
Quando Paulo tem seu segundo encontro com Jesus, ele recebe ordens expressas que o deixam nada confortável (Atos 22:17-21).
Após Paulo ser arrebatado ao paraíso - e receber um sermão da boca do próprio Senhor - Deus o envia um mensageiro de Satanás para lhe dar uns tapas na cara (I Coríntios 15:1-7).
Na primeira vez em que João viu o Cristo glorificado, ele caiu no chão "como morto". Em outras palavras, ele ficou aterrorizado o bastante para que o próprio Senhor tivesse de vir acalmá-lo pondo sua mão sobre o apóstolo e dizendo "não temas"(Apocalipse 1:17).
Portanto, diante da relação de passagens acima, a pergunta que faço é: por que esses testemunhos neopentecostais de encontro com Jesus quase sempre trazem o clichê da "inundação de amor"? Por que a maioria deles afirma que viu Jesus pessoalmente e sentiu uma "invasão de amor" no ambiente (e em "seu ser"), quando nas Escrituras não vemos isso acontecer com os crentes ilustres que testemunharam o Senhor glorificado (diga-se de passagem, amor é algo que sentimos pelos outros, não podemos sentir o amor dos outros por nós; ou seja, o próprio discurso é extremamente irracional, algo muito mais próximo de gurus new age movidos a ácido do que da realidade bíblica). E não é curioso que essas testemunhas de um Cristo que impregna as paredes de suas casas de amor sejam sempre crentes modernistas? Cadê o cristão que se converteu em meio a uma explosão de amor - durante um encontro visual com Cristo - e virou um fundamentalista bíblico (pelo menos um crente padrão "reformado tradicional")?
É o que chamo de "carteirada espiritual". O indivíduo afirma que o próprio Senhor veio ao seu encontro, e resume Cristo a um ursinho carinhoso emitindo rajadas coloridas de amor precisamente para blindar o liberalismo que prega, afinal, quem - dentro de seu meio - ousará se opor ao "amor", não é mesmo?
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