Todo o cristão maduro entende duas coisas a respeito de Cristo e o mundo, a primeira relacionada aos judeus. Na época que Jesus veio ao mundo, na plenitude dos tempos (Gálatas 4:4) Ele veio para um povo que aguardava a chegada de um Messias, mas não reconheceram Cristo como um Messias prometido, O resultado é que a nação de Israel rejeitou a Cristo. E, então temos a segunda crise que envolve a compreensão da pessoa de Cristo. Quando a igreja cristã dava seus primeiros passos além dos limites de Israel, outra confusão surgiu a respeito do Messias. O movimento gnóstico rejeitou a encarnação do Verbo, e a cristologia passa a ser controvérsia central dentro do cristianismo primitivo mesmo muitos anos depois que o movimento gnóstico se infiltrou dentro do cristianismo primitivo.
Acerca disso, suponho que os últimos dias também serão caracterizados por uma crise cristológica, isso esta ocorrendo de forma quase imperceptível, e de fato é um dos sinais evidentes do fim dos tempos.
Concordo com um artigo de Timothy S. Morton, quando escreveu acerca de um “Cristo mitológico” crido por uma enorme parcela de cristãos evangélicos modernos, pois isso ocorre hoje, em nossa nação, ao nosso redor, e muitos cristãos que conheço assim como também muitos pregadores e pastores, estão pregando um cristo que é um mito, estão promovendo um perfil antibilico, uma descaracterização do perfil do Filho de Deus verdadeiro, e estão modelando na mente de seus ouvintes, um outro cristo!
Jesus Cristo não é um profeta, um bom religioso, um exemplo de vida, um mártir ou um personagem reduzido ao nível de Buda, Confúcio, Maomé, Platão, etc. Ele é o Divino Filho de Deus! Antes de ser o único Salvador ele é Divino, Eterno, Senhor, e dve ser levado em conta que essa verdade não pode ficar limitada a um conceito puramente intelectual, isso deve causar um impacto poderoso e duradouro em nossas vidas.
Muitos cristãos modernos estão visualizando a pessoa de Cristo de forma equivocada e isto é evidente na forma como apresentam Jesus em seus sermões, suas conversas e seus comportamentos.
Há um período na historia de Cristo que Ele se humilhou, se esvaziou, tornou-se servo, o Verbo se fez carne, vimos isso em João 1:1 a 14, mas especialmente, a habilidade de Paulo em traçar uma ascendência absoluta para Cristo em Filipenses 2:5 a 11, o apostolo dá uma culminância para a cristologia neste texto começando apresentar Cristo como servo de todos na encarnação até a plenitude do Seu Senhorio universal onde todos, absolutamente todos os seres criados, dobrarão seus joelhos e confessarão que Ele é Senhor! Nós estamos dentro da realidade da ultima declaração paulina! Cristo está assunto ao céu, sentado a destra da majestade nas alturas, Ele é agora o que o salmista disse “Perfeito em formosura” pois durante a encarnação não havia beleza alguma. Mas ainda desejo garantir que isso não é tudo, Ele foi servo até a morte da cruz, morreu na vergonha, levando nosso vitupério, morreu, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia. Concluiu uma obra salvifica, redentora, reconciliadora para sempre, uma vez por todas e definitivamente, e voltou ao trono da sua gloria junto ao Pai, lugar que tinha antes da fundação do mundo!
A visão do Senhor da glória está definhando, além da formação de um mito, uma despersonificação do Cristo do Novo Testamento, transformando-se em “outro Jesus” poucos percebem esse declínio, o analfabetismo bíblico tem sido a causa principal seguida de uma visão progressista do evangelho.
Muitos estão crendo e ensinando acerca de um cristo frágil, sem virilidade, uma figura amputada por uma cristologia fraca. Um Cristo que não ofende, inclusivo, universalista, tolerante para com todo tipo de pecado, um empregado, um artista pop, uma celebridade que participa de uma festa que comumente se chama de “culto”. Não há quaisquer resquícios de severidade na sua pessoa, ele é visto como o ser dócil somente, um ser frágil, amoroso, e de certa forma, Cristo ama sim, mas seu amor é santo, e como veremos mais adiante, ele também odeia, já de inicio, se você está na turma do Cristo mitológico inventado por falsos mestres, você já se sentira ofendido com o fato de afirmar que Cristo também odeia. Aqui temos a linha limite entre um verdadeiro pregador e um falso, pois o falso se omite a ensinar que Cristo também é Severo, odeia a falsa doutrina e é um divisor de homens (Lucas 12:51)
A regra hoje em dia, é seguir o pensamento de certos pregadores que afirmam que Cristo era um inofensivo que não ofendia ninguém, era bem educado, completamente inclusivista, não havia nele aquela tendência de ofender pessoas, era “completamente amor” não dado a qualquer tipo de violência, segue que era de uma fragilidade amorosa tão grande que seria capaz de levantar a mão para bater em alguém ou ofender qualquer um com palavras ríspidas e insultos pesados. Essa é a visão comum do mundo, lembre-se que o mundo secular também tem a visão de um cristo mártir, uma personagem histórica e periférica na religião que alguns professam os filósofos mundanos até podem admirar seu “martírio” para um guru esotérico indiano ele é um excelente exemplo a seguir, essas versões reducionistas de Cristo são apenas atalhos que levam para um propósito final: Negar o Senhorio e a Divindade de Cristo! parte da igreja moderna está caindo nesse atalho.
Mas quando olhamos de perto, passagens como Mateus 13:57 descobrimos que alguns se ofenderam por causa do comportamento de Cristo (Nessa passagem, a tradução da palavra grega skandalizo, também significa ofensa) Começamos assim a traçar um resgate da Pessoa de Cristo, ele veio ao mundo como um Cordeiro e ascendeu aos Céus como um Leão.
Cristo é o Senhor, mais do qualquer outra autoridade que merece respeito e reverencia, Ele é o Senhor dos senhores, o titulo “Senhor dos senhores” no contexto do Novo Testamento era atribuído ao césar romano, o imperador que tinha autoridade sobre todos os senhores políticos que viviam debaixo do domínio do império romano, mas esse titulo dado aos imperadores é tão falso quanto o conceito que eles tinham de que eram divindades, o Espírito Santo corrige, Cristo é Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16) Vamos tirar as Sandálias” do nosso coração, a cristologia do Novo Testamento é uma “terra santa” não podemos ser irreverentes e ignorantes quanto ao assunto! “Qualquer que profere o nome de Cristo, aparte-se da iniqüidade” (II Timóteo 2:19)
Minha intenção é mostrar pelas Escrituras que o conceito de um cristo universalista, frouxo, somente dócil, inofensivo, fraco, efeminado, covarde, tremulo, tolerante, e tudo mais que corresponda com essa divindade mitológica cultuada por muitos, não passa de uma doutrina que é fruto de um falso evangelho.
Jesus vai confrontar muitos judeus e chamá-los de filhos do diabo! essa ofensiva severa era uma verdade (João 8:44) enquanto alguns argumentavam que eram filhos de Abraão, Jesus os chama de filhos do diabo, o confronto verbal foi direto, ele denunciava “Raça de víboras” (Lucas 3:7) isso era extremamente ofensivo, como também foi em Mateus 23:43 onde Cristo chama os fariseus de serpentes e raça de víboras, afirmando que eles tinham o mesmo caráter de satanás. No contexto de Mateus 23, eles ainda são comparados com sepulcros caiados, interiormente estavam cheios de podridão, essa era a linguagem radical de Cristo frente a uma turma de religiosos que se gabavam de uma pseudo santidade exteriorizada nas aparências mas corrompida por dentro.
Cristo dirige-se a igreja de Efeso, está falando com cristãos: “Tenho porém contra ti” (Apocalipse 2:4) Cristo contra, é algo exclusivo do Apocalipse, o cristo imaginário de muitos cristãos modernos, não se ofende, não se irrita, não tem zelo, em hipótese alguma estará contra uma igreja, por mais antropocêntricos que sejam as musicas, por mais pragmáticas que sejam as doutrinas, por mais mundano que seja o ambiente, ele estará sempre aprovando tudo e abençoando a todos! Mas ainda para outros, ele ainda diz “Vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:16) Sim é a igreja de Laodiceia que vai ouvir isso! Imagina! se o Cristo verdadeiro entrar numa “Laodiceia” moderna e dizer essas e outras coisas ofensivas que pronunciou a dois mil anos atrás, ele será de novo expulso, rejeitado e crucificado! Esse é o Cristo que muitos não querem servir, nem seguir e muito menos adorar e pregar! Cristo ainda falou acerca das falsas doutrinas “Assim tens também os que refém a doutrina dos nicolaitas, o que eu odeio” (Apocalipse 2:15) não somente a doutrina, mas as obras dos nicolaitas eram odiadas pelo Senhor (Apocalipse 2:6) É isso mesmo! muitos não estão habituados a ouvir coisas como a “ira do Cordeiro” (Apocalipse 6:16) é claro que Cristo é gentil, santo e amoroso, mas esse é apenas um lado da verdade. Omitir o perfil de Cristo como Senhor que regerá as nações com vara de ferro (Apocalipse 19:15) é uma omissão grave, seja intencional ou não.
Há certas passagens das Escrituras que mostram um rigor duro de Jesus com relação aos ímpios e aos que professam o Seu nome cometendo iniqüidade (Veja Mateus 7: 21 a 23) Cristo tambem falou muito acerca do inferno e o juízo, de sua boca saíram as palavras mais graves que um homem pode ouvir: “Apartai-vos de mim malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos” (Mateus 28:41) Imagine isso sendo proferido hoje em dia como um sermão temático com a mesma gravidade que Cristo pronunciou há dois anos atrás?
Essa inclinação em despersonificar Cristo induz cristãos desavisados e preguiçosos em estudar as Escrituras, a terem uma noção errada da pessoa de Jesus. Mesmo que nas Escrituras haja advertências de que a exposição da bondade divina não deve estar divorciada da severidade divina (Romanos 11:22) que coisa horrível é cair nas mãos do Deus vivo (Hebreus 10:31) pregadores modernos, a fim de proclamar um cristianismo sem ofensas e arrebanhar muitos seguidores ao movimento ou ministério a que pertencem, quase sempre levando em conta a estatística agem de modo a não espantar a “freguesia”, então omitem-se a falar que Jesus é Senhor no sentido absoluto da palavra, que Ele tem o poder de lançar fora para queimar no fogo eterno, aqueles que não estão crendo de forma correta, mas de prostram diante de um ídolo mitológico frágil e até efeminado denominado teologicamente de “Jesus” (Veja Apocalipse 22:14 e João 15:6)
Conclusão: Embora seja verdade que Jesus é o Salvador bendito, a expressão exata da misericórdia do Deus Pai, isso não é tudo, desejo lembrá-los que discursos suaves podem ser agradáveis mas essa é a maneira como os falsos profetas proferem seus discursos (Romanos 16:18). A importância de uma Cristologia correta é uma exigência que partiu dos lábios do próprio Senhor “Quem Crer em mim como diz as Escrituras” (João 7:38) não de acordo com a idéia de pregadores modernistas, progressistas e apostatas, mas de acordo com as Escrituras. A pessoa de Cristo é o centro da vida cristã, quando estudamos a Pessoa Divina de Cristo como apresentada pelas cartas de Paulo por exemplo, descobrimos a relevância da Sua pessoa e Sua autoridade “Todo joelho se dobrará e toda a língua confessará que Jesus é o Senhor” afirmou Paulo. No seu magnífico livro, Cristologia Paulina, o Dr Gordon Fee afirmou: “Cristo é o principio objetivo de tudo para Paulo, e, destarte, é a única realidade superior ao longo da sua jornada” Allen Hood, no livro “As Excelências de Cristo” escreveu: “O conhecimento de Jesus Cristo não é apenas um meio de salvação para o perdido, é também um meio de santificação para os cristãos. A estratégia de Deus para conduzir a igreja rumo a plenitude, é destacar a gloria de seu Filho, fazendo com que a igreja ame de forma madura. Nada é mais poderoso, na graça de Deus, do que a Sua revelação ao coração humano. Sua revelação transforma nossas emoções, nossos pensamentos, nossos corações. A mais transformadora e mais emocionante revelação de Deus é Jesus Cristo”
De certa forma precisamos compreender que o Senhorio de Cristo nos remete temor, muito respeito, a Sua gloria e o seu poder faz Estevão se prostrar e tremer perante Ele, rogando que perdoasse os que estavam lhe apedrejando, pois tinha uma percepção clara do julgamento que os judeus furiosos iriam enfrentar frente ao Senhor da glória, no caminho de Damasco, Paulo um autoritário e corajoso fariseu cai por terra diante da presença de Cristo, e João na Ilha de Patmos cai prostrado diante daquele que tem uma gloria radiante e uma autoridade infinita.
Alguns anos atrás, ouvi o testemunho de um pastor carismático que afirmava que Cristo o visitou em sua cama á noite, contou isso de forma natural, como se Cristo fosse uma entidade qualquer, na verdade “aparições de Cristo” são comuns no espiritualismo e no esoterismo, trata-se de um “Jesus” que é apenas um mestre ascensionado, um espírito evoluído, um anjo, um ser diminuído a criatura, uma visita formal, essa redução de autoridade de Sua presença, de uma gloria de impacto profundo e duradouro está ausente, esse conceito de um cristo diminuído a simples criatura ou nivelado com qualquer divindade mitológica, está presente em muitos sermões modernos e é a crença de muitos cristãos de Hoje.
Porem é fato, Ele é Rei dos reis e Senhor dos Senhores. O cristo triunfante, mesmo sendo o bendito Salvador, mesmo morrendo pelos nossos pecados, e sendo a prova do amor de Deus Pai ao mundo (João 3:16) ainda assim, devemos entender que Cristo também tem uma espada aguda para ferir as nações, Ele as regerá com vara de ferro e é Ele que pisa o lagar da ira de Deus (Apocalipse 19:15)
Maranata!
O Senhor Jesus em breve vem.
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