Em Romanos 10:3 Paulo faz uma acusação contra os judeus, ele afirma que eles não conheceram a justiça de Deus, procuraram estabelecer a justiça própria e rejeitaram a justiça de Deus. No contexto, ainda temos outra acusação, tinham zelo sem entendimento. A questão fundamental, o problema essencial era a ignorância espiritual dos judeus. Eles tinham os instrumentos necessários para um conhecimento verdadeiro, a lei os profetas e os salmos, doutores da lei e escribas, mestres, um templo, sacerdotes, rituais e uma herança religiosa milenar, mas não conheciam (agnoountes: ignorantes) a justiça de Deus. Em Romanos 10:2 nos é dito que o zelo deles era sem entendimento (Sem epignosis), ou seja, sem um conhecimento sóbrio dos fundamentos da verdade do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Pois todo o Antigo Testamento apontava para o Verbo Divino que se fez carne. Enquanto o mundo pagão não tinha o caminho do conhecimento, os judeus ignoravam a fonte do conhecimento verdadeiro que é Cristo a justiça de Deus e onde estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (I Corintios 1:3 e Colossenses 2:3) Os pagãos seguiam o caminho dos mistérios eleusinos, cultuavam deusas agrícolas (Deméter e Perséfone) tomavam uma bebida supostamente psicodélica para receber o conhecimento dos mistérios místicos. Alguns até admitem que o maior dos filósofos gregos, segundo alguns estudiosos até mesmo Platão bebeu do “ciceone” e se envolveu no misticismo pagão de Eleusis para receber conhecimento místico e espiritual dessas experiências dos mistérios das religiões pagãs. Mas os judeus tinham o caminho do Cristo de Deus, tinham o mapa profético do Filho de Deus, e, no entanto submergiram numa ignorância espiritual; zelo sem entendimento. Muitos hoje em dia sofrem do mesmo problema grave, possuem todo um aparato religioso, seguem rigorosamente um calendário litúrgico, possuem doutores da lei, fazem interpretações factuais das Escrituras, tendem a possuir pompa e muito fanatismo centrado em doutrinas humanas, mas a pessoa de Cristo é ignorada, não há um relacionamento pessoal e nem mesmo um reconhecimento da obra consumada realizada na cruz. Um substrato enorme de tradição obscurece o centro do Evangelho, e não se enganem, pois o diabo usa muito a religião e suas sofisticações primorosas, pois com essa parafernália consegue cegar o entendimento humano, para que a glória do evangelho que é Cristo não resplandeça sobre os homens. Nada pode ser tão ruim quanto possuir o nome de um vivo (Cristão), mas espiritualmente perecer na morte espiritual e não enxergar a própria condição de miséria.
C. J. Jacinto
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