O Batismo na História Cristã: Imersão, Aspersão e Mudanças Práticas

0 comentários


 


 

 

 

1. Introdução: O Batismo como Sacramento Divino

O batismo, instituído por Jesus Cristo, tem sua fundamentação bíblica no evento do batismo de Jesus no rio Jordão (Mateus 3:13–17; Marcos 1:9–11; Lucas 3:21–22). Os Evangelhos descrevem que Jesus "saiu da água" (ἀνέβη, anébē), indicando claramente uma imersão. Esse ato não só legitimou o batismo como sacramento, mas também estabeleceu um modelo para os cristãos.

2. A Prática Original: Imersão como Norma

A imersão era o método predominante nos primeiros séculos do cristianismo, conforme atestam:

  • Linguagem bíblica: O termo grego baptizō (βαπτίζω) significa "mergulhar" ou "imergir", distinto de rhantizō (aspergir) e cheō (derramar) (cf. Levítico 14:15–16 na Septuaginta).
  • Testemunhos patrísticos:
    • Tertuliano (séc. II–III): Associou o batismo a um "sepultamento" na água (Sobre o Batismo 7).
    • Ambrósio de Milão (séc. IV): Comparou a imersão à morte e ressurreição de Cristo (De Sacramentis).
    • João Crisóstomo (séc. IV): Descreveu o batismo como um "sepulcro" onde o "velho homem" é submerso (Homilias sobre João).
    • Basílio, o Grande (séc. IV): Reforçou a ideia de que o batismo imita o sepultamento de Cristo (Sobre o Espírito Santo).

3. A Introdução da Aspersão: Contexto e Controvérsias

A transição para a aspersão ocorreu gradualmente, motivada por exceções práticas e influências externas:

  • Primeiros casos documentados:
    • Novaciano (séc. III): Foi aspergido em seu leito de morte, mas sua ordenação clerical foi contestada (Eusébio, História Eclesiástica).
    • Cipriano de Cartago (séc. III): Permitiu a aspersão apenas em casos de necessidade extrema (Epístola 75).
  • Mudança institucional:
    • Concílio de Ravena (1311) oficializou a aspersão como alternativa, marcando um afastamento da prática original.
    • Tomás de Aquino (séc. XIII) admitiu a aspersão, mas reconheceu a imersão como forma "mais segura" (Suma Teológica).

4. Fatores que Influenciaram a Mudança

  • Conveniência prática: Doenças, falta de água ou clima frio levaram à flexibilização.
  • Sincretismo religioso: A arte das catacumbas, com símbolos pagãos misturados a motivos cristãos, reflete uma fé já em processo de adaptação cultural.
  • Influência teológica tardia: A ascensão do pedobatismo (batismo infantil) e a teologia sacramental medieval priorizaram a eficácia do rito sobre a forma.

5. Conclusão: Lições para a Igreja Contemporânea

A história do batismo revela dois princípios cruciais:

1.     Fidelidade às origens: A imersão não era apenas um método, mas uma representação teológica da morte e ressurreição com Cristo (Romanos 6:3–4).

2.     Discernimento nas adaptações: Mudanças práticas devem ser avaliadas à luz da Escritura e da tradição primitiva, evitando que conveniências suplantem significados doutrinários.

Reflexão final:

"O batismo é mais que um ritual; é um ato de obediência que liga o crente à narrativa redentora de Cristo. Sua forma histórica desafia a igreja a preservar não apenas a tradição, mas a essência do evangelho."


Fontes citadas:

  • Bíblia Sagrada (evangelhos sinóticos, Romanos).
  • Escritos patrísticos (Tertuliano, Ambrósio, Crisóstomo, Basílio).
  • Documentos eclesiásticos (Concílio de Ravena, Eusébio).

Este artigo sintetiza seu texto original, destacando a trajetória do batismo com clareza e rigor histórico. Se desejar ajustes ou ênfases adicionais, posso refiná-lo!

 



A Perversão dos Cultos idólatras dos Cananeus.

0 comentários

 

A Perversão dos Cultos idólatras dos Cananeus.

 

O Perigo Extremo da Idolatria



Os cultos cananeus na época do Antigo Testamento eram diversos e freqüentemente considerados "pervertidos" sob a perspectiva das leis e valores israelitas, principalmente devido a práticas como sacrifícios de crianças e prostituição ritual. Devemos entender que a idolatria nas formas mais diversificadas, levam o homem ao sacrifício humano.  Nossa sociedade ė idolatra, portanto é uma sociedade que sacrifica 73 milhões de crianças a cada ano através do aborto. Ha uma raiz idólatra que influencia esse genocídio. O poder, o orgulho, a promiscuidade sexual, a avareza, o empoderamento ideológico, etc.

 

Os cultos mais notórios incluem:


Sacrifício de crianças: Oferecer crianças como sacrifício a divindades como Moloque era uma prática considerada abominável.

Prostituição cultual: A prostituição ritual, especialmente em cultos de fertilidade associados a Baal e Astarote (ou Aserá), envolvia relações sexuais em templos como um meio de promover a fertilidade da terra.



Adoração de Baal: Baal, uma das principais divindades cananeias, era adorado através de vários rituais, incluindo a queima de incenso e, em alguns casos, sacrifícios humanos. Os cultos a Baal eram freqüentemente realizados em lugares altos e envolviam festividades ao ar livre.



Adoração de Astarote/Aserá: Esta deusa, associada à fertilidade e à maternidade, era adorada com símbolos como o poste de Aserá, que os israelitas foram instruídos a destruir.



Baal-Peor: Em Peor, os moabitas adoravam essa divindade, possivelmente com cultos sexuais e ofertas de comida aos mortos.



Os cultos ao falo, órgão reprodutor masculino tem suas raízes nos rituais de fertilidade e se associavam a prática de prostituição sexual. Um remanescente simbólico dos cultos fälicos  possivelmente são os obeliscos. Sobre a associação dos obeliscos com símbolos fálicos, há interpretações modernas e esotéricas que os consideram como representações fálicas, devido à sua forma alongada e pontiaguda. Essa visão é comum em estudos de simbolismo ocultista e em críticas à presença de obeliscos em centros de poder, como a Praça de São Pedro no Vaticano, onde o obelisco é interpretado como um símbolo fálico ligado a antigos cultos pagãos. No entanto, no contexto original egípcio, o obelisco não era explicitamente um símbolo fálico, mas sim um emblema solar e espiritual.  O culto ao falo, no entanto, era uma representação do pênis, era comum em diversas culturas antigas, sendo venerado como um símbolo de fertilidade, prosperidade e proteção contra o mal. Os egípcios faziam procissões em louvor e veneração ao falo de Osíris,  ou seja, o culto fálico era conhecido e praticado pelos egípcios, o que de fato é uma evidência de que tem associações com os obeliscos.



A religião cananeia era politeísta e seus deuses exigiam adoração de várias formas, algumas das quais envolviam atos sexuais e queima de crianças vivas[3]. A prática da idolatria pelos cananeus afetou a moral do povo de Israel, levando-os a abandonar a Deus para seguir falsos deuses.

 

Paulo afirma em I Coríntios 10:20 que a idolatria está associada com a adoração aos demônios, entendemos que isso é uma contaminação espiritual abominável com conseqüências devastadoras na vida de seus praticantes. Hoje em dia, não existe uma resistência contra a idolatria, pelo contrario, essa pratica tem se infiltrado de diversas formas na cristandade. As Escrituras apresentam um juízo extremamente severo aos idolatras, justamente porque é uma pratica espiritual que está associada ao culto e veneração dos demônios.

---

 

C. J. Jacinto



Bibilografia

https://www.diegon.org/como-a-idolatria-cananeia-afetou-a-moral-do-povo/
https://www.servodecristo.org.br/post/a-idolatria-e-o-esquecimento-de-deus-exodo-32-1-8
https://classebiblica.org/deuses-de-canaa
https://biblechat.ai/pt/arquivo-de-perguntas/antigo-testamento/pentateuco/praticas-religiosas-crencas-canaanitas/
https://revistaopera.operamundi.uol.com.br/2020/05/09/a-homossexualidade-e-o-fetiche-de-canaa/
https://www.gotquestions.org/Portugues/Baal-e-Asera.html


 

 

A Infiltração da Espiritualidade Contemplativa no Evangelicalismo

0 comentários

: Uma Análise Crítica


 

Introdução

A espiritualidade contemplativa, com raízes no misticismo católico, tem se infiltrado sorrateiramente em denominações evangélicas e movimentos cristãos contemporâneos. Sob o disfarce de termos como "formação espiritual""disciplinas antigas" e "crescimento interior", práticas questionáveis têm sido introduzidas sem o devido escrutínio bíblico. Este artigo examina essa influência, suas origens e os perigos que representa para a fé evangélica.

Creio que a abertura para um misticismo neoplatônico com roupagens cristãs é um dos processos necessários para a religião globalista e iluminista que se estabelecerá para  a futura vinda do anticristo. O misticismo se encaixa nos padrões de outra tendência chamada de “Filosofia Perene” que é uma visão abrangente e inclusiva de todas as praticas místicas de todas as religiões.


1. O Que é a Oração Contemplativa?

A oração contemplativa, também conhecida como "oração centrante", é uma prática que busca "esvaziar a mente" para alcançar um estado de silêncio interior, onde supostamente se experimenta a presença de Deus.

·         Origem: Derivada do misticismo católico medieval (e.g., Thomas Merton, Teresa de Ávila) e influenciada por filosofias orientais (meditação transcendental, budismo zen).

·         Métodos: Repetição de mantras, respiração controlada, busca por "silêncio sagrado".

·         Objetivo declarado: Aprofundar supostamente uma intimidade com Deus através de experiências espirituais, a maioria delas enraizada no neoplatonismo e no espiritualismo (Experiencias psíquicas)

·         Problema: Substitui a meditação bíblica (Sl 1:2; Js 1:8) por técnicas que desengajam a mente, contrariando o mandamento de amar a Deus com todo o entendimento (Mt 22:37).


2. A Infiltração no Evangelicalismo

A espiritualidade contemplativa não chegou às igrejas evangélicas de forma aberta, mas através de:

A. Formação Espiritual em Seminários e Livros

·         Autores promovidos: Henri Nouwen, Richard Foster (†"Celebração da Disciplina"), Dallas Willard.

·         Instituições influentes: Seminário Fuller, IHOP (Mike Bickle), Bethel Church (Bill Johnson).

·         Exemplo: O livro "Espiritualidade Emocionalmente Saudável" (Peter Scazzero) introduz conceitos contemplativos sem alertar sobre suas origens.

·         O engajamento no Brasil se deu principalmente por meio de editoras cristãs que publicaram livros dos autores acima citados, a falta de discernimento é uma prova evidente por causa do sucesso que esses autores tem em nossa nação.

B. Megaigrejas e Lideranças Influentes

·         Rick Warren (Saddleback Church) promove práticas contemplativas em seus materiais.

·         Bill Johnson (Bethel) e Mike Bickle (IHOP) incorporam elementos místicos em seus ensinos.

C. Denominações Tradicionais

·         Aliança Cristã e Missionária (C&MA), fundada por A.B. Simpson, tem raízes no misticismo cristão.

·         Lighthouse Trails Research lista a C&MA entre as 50 principais organizações que promovem o contemplativismo.


3. Os Perigos do Misticismo na Fé Cristã

O misticismo cristão é uma contradição teológica, pois:

A. Substitui a Revelação Bíblica por Experiências Subjetivas

·         A verdade bíblica é objetiva (Jo 17:17; 2 Tm 3:16), enquanto o misticismo busca "ouvir a Deus" fora das Escrituras.

·         João MacArthur adverte: "O misticismo deriva sua autoridade de dentro, não da Palavra de Deus."

B. Promove o Panteísmo e o Panenteísmo

·         Muitos autores contemplativos (e.g., Richard Rohr) ensinam que "Deus está em tudo", uma visão herética.

·         A Bíblia, porém, distingue claramente Criador da criação (Rm 1:25).

C. Desvia o Foco da Cruz para Práticas Ocultistas

·         O evangelho é sobre Cristo crucificado (1 Co 2:2), não sobre técnicas de meditação.

·         2 Coríntios 11:3-4 adverte contra "outro Jesus" e "outro espírito".


4. Como Identificar e Resistir a Essa Influência

1.     Examine os materiais de estudo: Verifique se citam autores contemplativos (Merton, Rohr, Nouwen).

2.     Rejeite técnicas de "esvaziamento mental": A meditação cristã é ativa (Sl 119:15), não passiva.

3.     Priorize a pregação expositiva: A fé vem pelo ouvir a Palavra (Rm 10:17), não por experiências místicas.

4.     Denuncie o erro com amor: Sigam o exemplo de Paulo em 1 Timóteo 4:1 e 2 Pedro 2:1.

“Muitas infiltrações da Nova Era não são tão óbvias. A ciência quântica tem sido amplamente cooptada por professores da Nova Era, criando ligações diretas com o misticismo da Nova Era. No entanto, o livro de Leonard Sweet, "The Quantum Leap" (O Salto Quântico), o qualifica para palestrar em nossas faculdades e conferências evangélicas. A Oração Contemplativa, que está oculta por uma palavra-código chamada "formação espiritual", tem afinidades óbvias com a Nova Era, que são revestidas com um verniz de misticismo monástico católico, que séculos atrás monges católicos (padres do deserto) aprenderam técnicas contemplativas do Oriente e as adaptaram ao misticismo monástico católico. Recentemente, a Igreja Bethel de Bill Johnson lançou a ideia de recapturar diretamente coisas da Nova Era que eles afirmam que a Nova Era havia roubado da igreja. Uau! Podemos adivinhar para onde essa infiltração irá?”( https://www.4truthministry.org/)


Conclusão

A espiritualidade contemplativa não é um avivamento, mas uma infiltração de filosofias estranhas ao cristianismo bíblico. Enquanto muitos buscam "experiências profundas", abandonam a simplicidade do evangelho (2 Co 11:3).

A verdadeira espiritualidade não está em técnicas, mas em conhecer a Cristo (Fp 3:10) através de Sua Palavra. Que a igreja volte a pregar "sola Scriptura" e rejeite todo vento de doutrina (Ef 4:14).

"Examinai tudo. Retende o bem." (1 Tessalonicenses 5:21)