Transformação cultural ou Guerra Contra a Fé Cristã?
Vivemos em uma era de profundas transformações culturais, onde conceitos como identidade, sexualidade e verdade têm sido redefinidos. Para compreender essas mudanças, é essencial analisar as raízes históricas e filosóficas que moldaram a sociedade contemporânea. Carl Trueman, em suas obras "The Rise and Triumph of the Modern Self" e "Strange New World", oferece uma análise abrangente sobre como pensadores e ativistas redefiniram a identidade e desencadearam a revolução sexual.
A reengenharia social procura destruir os valores judaicos cristãos, minar as bases e os fundamentos da civilização ocidental, há uma guerra cultural em processo, usa-se um neologismo, conhecido como “progressismo” esse termo é um paradoxo, esconde algo que deve ser comprrendido dentro do viés ideológico como revolução cultural, e que numa perspectiva cristã, se encaixa perfeitamente no tipo de imoralidade e decadência moral que Paulo descreve em Romanos 1. Nossa sociedade está sendo atacada de todos os lados, o objetivo é destruir todos os fundamentos que ergueram a nossa civilização: os valores judaico cristãos.
1. O Surgimento do Individualismo Expressivo
O conceito de "individualismo expressivo" sustenta que cada pessoa possui um núcleo único de sentimentos e intuições que devem ser expressos para a realização da individualidade. Essa ideia ganhou força com pensadores como Jean-Jacques Rousseau, que argumentava que a sociedade corrompe a autenticidade do indivíduo. Posteriormente, poetas românticos como William Wordsworth e Percy Bysshe Shelley disseminaram essas ideias, enfatizando a importância da expressão dos sentimentos internos como forma de autenticidade.
Essa perspectiva apóia-se no relativismo, a verdade não é mais absoluta, ela é reduzida a cada pessoa em particular, cada um tem a sua própria verdade, é a noção da síntese, opostos devem ser tolerados, a verdade do outro, não importa o quão equivocada esteja, é a verdade dele, e deve ser completamente respeitada, em simples palavra, seria o fim da fé bíblica como ela é, o fim da pratica de evangelismo e a pregação publica da fé cristã, pois a verdade do pagão é tão “verdadeira’ quanto a verdade de um cristão bíblico.
Essa visão, do individualismo expressivo, apresenta outros problemas, contrasta com a perspectiva bíblica, que reconhece a natureza pecaminosa do coração humano:
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9)
A Bíblia nos chama a não confiar cegamente em nossos sentimentos, mas a buscar a verdade revelada por Deus.
A verdade não é relativa. o individualismo é a doutrina da serpente satânica, foi ela quem sugeriu a independência e uma verdade relativa e alternativa a verdade divina. O diabo que engana todo o mundo (Apocalipse 12:9) usa a mesma estratégia hoje em dia, usando seus instrumentos, para enganar os homens que pode existir duas verdades, ainda que antagônicas, invariavelmente podem ser alternadas, abandona-se uma para satisfazer os caprichos pessoas de outra, Eva caiu nessa armadilha ideológica e diabólica, ao aceitar o relativismo, foi a primeira a experimentar um individualismo expressivo (Leia Genesis 3)
2. A Revolução Sexual e a Politização da Identidade
A revolução sexual do século XX não foi apenas uma mudança nos comportamentos, mas uma reconfiguração da identidade humana. Sigmund Freud desempenhou um papel crucial ao sexualizar a psicologia, propondo que a sexualidade está no cerne da identidade humana. Wilhelm Reich e Herbert Marcuse, influenciados por Freud e Marx, politizaram a sexualidade, argumentando que a liberdade sexual era essencial para a libertação social.
Essa transformação levou à ideia de que a identidade sexual deve ser reconhecida e afirmada pela sociedade. Qualquer discordância é vista como opressão ou violência. Essa perspectiva desafia a visão cristã de que a identidade é encontrada em Cristo e não em desejos ou sentimentos:
"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim." (Gálatas 2:20)
O que se propõe na verdade é uma justificativa para todo o tipos de relações sexuais condenado pelas escrituras, lemos em Judas 1:7 que transpor os limites, promovendo a promiscuidade e lascívia, recorre em juízo divino, as tendências progressistas modernas são somente querem destruir a sociedade atual, querem induzi-la a uma ruína catastrófica. “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia; assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue á fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” (Judas 1:6 e 7 ACF)
Essa “revolução sexual” promovida em Sodoma e Gomorra é um exemplo claro de que essas tendências perniciosas sempre existirem e são sempre defendidas pelos homens que vivem sob as trevas e os instintos do homem caído.
3. A Imaginação Social e a Reconfiguração Cultural
Charles Taylor introduziu o conceito de "imaginação social", referindo-se à maneira como as pessoas percebem coletivamente o mundo. Na cultura contemporânea, essa imaginação tem sido moldada por narrativas que promovem a autonomia individual e a rejeição de normas tradicionais. A mídia, a educação e o entretenimento desempenham papéis significativos na disseminação dessas ideias, promovendo uma visão de mundo onde a autodefinição é suprema.
Essa reconfiguração cultural desafia os cristãos a viverem de acordo com os princípios bíblicos, mesmo quando contrários às normas sociais prevalentes:
"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente." (Romanos 12:2)
A dinâmica por trás da desconstrução é processada por todos os meios, frente a uma enorme multidão de cristãos analfabetos funcionais que não possuem a mínima capacidade de perceber esse processo desconstrutivo, a maioria perceberá as conseqüências dessa devassidão promovida pela desconstrução progressista, muito tarde, a maioria não suportará as pressões e terá que se conformar com este mundo, por pura segurança pessoal.
4. O Papel da Igreja em um Mundo Pós-Cristão
Diante dessas transformações, a igreja é chamada a ser uma comunidade contracultural que testemunha a verdade do evangelho. Carl Trueman destaca a importância de fortalecer as comunidades cristãs, enfatizando a doutrina, a adoração e a vida em comunhão. Assim como a igreja primitiva floresceu em um ambiente hostil, os cristãos hoje são chamados a viver com fidelidade e coragem.
Essa fidelidade será fruto de um engajamento que virá com uma pregação voltada para as Escrituras, um compromisso com o Evangelho, um retorno a um cristianismo enraizado nos fundamentos da fé cristã. A superficialidade promovida hoje nos púlpitos, o culto aos sentimentos e a ignorância quanto aos fatos atuais que estão transformando o mundo, serão fatores que só darão mais força para os agentes demoníacos que estão lutando com ferocidade e militância para que esses terríveis mudanças sejam implantadas definitivamente em nossa sociedade.
"Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte." (Mateus 5:14)
Conclusão
A compreensão das raízes históricas e filosóficas das mudanças culturais atuais é essencial para que os cristãos possam responder com sabedoria e graça. As obras de Carl Trueman oferecem uma análise profunda dessas transformações, equipando os crentes para viverem com fidelidade em um mundo que freqüentemente rejeita os valores bíblicos.
"Não podemos nos colocar numa ladeira escorregadia de concessões, para ver caindo ao lado dessas concessões, verdades fundamentais da fé cristã" (C. J. Jacinto)
Inspirado em outro artigo que pode ser lido aqui:
https://www.ressourceschretiennes.com/article/comprendre-notre-nouveau-monde-%C3%A9trange
Recomendo a leitura do livro:
Guerra Cultural – Como a pós-modernidade criou uma narrativa de desconstrução do ocidente
Autor: Stephen R. C. Hicks – Avis Rara Editora.
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C. J. Jacinto