“O famoso historiador Will Durant predisse, na decada de 1950 que a ultima maior confrontação da historia ocidental não se feriria entre a democracia e o comunismo, mas entre o ocidente de mentalidade cristã e as religiões do oriente” (Compreendendo a Nova Era – Russel Chandler – Editora Bompastor - Pagina 290)
O espiritualismo nunca saiu fora de moda, o movimento Nova Era apenas o popularizou de tal forma, que milhares de livros foram escritos nessas ultimas décadas, disseminando uma nova religião que é uma dos braços mais potentes do universalismo, religião mundial que terá enorme influência para o estabelecimento de uma nova ordem universal e um novo mundo utópico sem fronteiras.
Essa tendência pode ser vista no modo relativo de ver a divindade, um renomado espiritualista de nossos tempos declarou “devo render minha homenagem à Força da Criação, identificada sob várias designações, tais como Deus, Alá, Yahweh, Ser Divino e a Grande Luz. Acredito que todas essas designações sejam o Poder, a Origem, a Origem de Tudo”.(1) uma divindade genérica, já apoiada por sociedades secretas, como a maçonaria, já está sendo agora promovida por espiritualistas em todo o mundo. Isso está em franca contradição com passagens bíblicas como João 17:3 e Romanos 16:13.
O movimento espiritualista, principalmente teosófico e ate mesmo de certa forma a filosofia perene, são forças espirituais que trabalham para a descontrução do cristianismo histórico, diversos fatores contribuem para isso, há uma influencia operando de modo ubíquo no mundo e pretende ser um revisionismo do cristianismo, negando os elementos históricos, os fatos e as evidencias, adotando como práxis, uma interpretação alegorizada das Escrituras a fim de chegar ao propósito final, fundir todas as religiões em uma só. Alvin Boyd Kuhn, famoso teosofo norteamericano escreveu: “De muitas regiões do campo religioso, ecoa hoje o apelo de uma nova era na interpretação da bíblia. Existem dados substanciais para asseverar que estamos observando o alvorecer de um novo dia no conhecimento das escrituras, que realmente anuncia a clara promessa de uma nova tendência religiosa” (2)
A esperança e a luta por trás dessa desconstrução do cristianismo está uma forte oposição ao fundamentalismo bíblico, há um processo de oposição contra a interpretação literal das Escrituras e contra todas as igrejas cristãs que se firmam em verdades absolutas, entre elas apresentar Cristo como o Filho de Deus e único salvador da humanidade e uma exegese bíblica pautada na realidade de que ela é a Palavra de Deus. (João 14:6 II Timoteo 3:16)
Para dar força a essas tendências anticristãs o apelativo é “sinais e maravilhas” o mundo paranormal trabalha para alcançar uma síntese universal, a religião da experiência mística, a manifestação do sobrenatural como um meio de validar esse desconstrucionismo, observe a experiência da Van Praagh, como um exemplo:
“A aparição da mão divina foi tudo o que eu precisava para me convencer da existência de Deus. Fora uma demonstração e tanto porque, afinal de contas, somente Deus poderia manifestar-se em pleno ar” (3)
A base pelo qual a experiência espiritual desempenha um papel fundamental no espiritualismo pode ser vista ainda na contibuidade das aparições luminosas:
“Quando me sentei ali, na Sexta-Feira Santa, foi provavelmente a primeira vez, desde aquela experiência com a mão luminosa, que senti a presença de Deus. Encontrava-me na pequena capela, olhando fixamente para aquela maravilhosa peça de arte adornada com flores. Por mais ou menos vinte minutos, permaneci ali, apenas olhando – e por todo esse tempo estive consciente da presença de Deus, ao meu redor. Claro que não se tratava de uma figura literalmente ao meu lado, mas uma sensação de imensa tranqüilidade e paz dentro de mim. Foi exatamente a mesma sensação que tive aos oito anos. Novamente, senti que aquela era a prova pela qual tanto procurava, a prova de que Deus era um ser vivo. Sabia que não era nada palpável, era muito maior, era algo no meu íntimo. Falou direto ao meu coração – não através de palavras, mas do sentimento de todo o inacreditável amor que Deus tinha por mim e do qual eu fazia parte. Compreendi que a sensação da presença de Deus não estava apenas no seminário ou na Igreja, mas em toda parte e em tudo. Deus é ilimitado. Finalmente, eu tinha uma resposta e sabia que esta era a razão de estar ali no seminário. Precisava ganhar esse sentido da presença de Deus. Daquele Não podia mais acreditar numa mitologia centrada
na culpa e no castigo.” (4) A ênfase dada sobre um sentimento agradável, algo que é chamado por alguns como “experiência numinosa” constitui-se no âmago da natureza paranormal. Quase sempre um espiritualista vive de suas experiências e não de uma fé histórica, o que norteia a vida de um espiritualista são suas experiências místicas, o encontro com o paranormal, a abertura para um mundo espiritual colorido, cheio de coisas agradáveis, inclusive no desenvolvimento de uma crença em uma divindade centrada no amor sem justiça, daí relega-se a um conceito medieval, primitivo, mitológico e antiquado a crença no inferno literal, o juízo divino e o castigo como punição severa contra os impenitentes. Como exemplo, cito o conhecido Dr Brian Weiss, em um de seus livros ele faz uma dura critica sobre as religiões e acusa-as de manipularem a verdade sobre a natureza de Deus, para ele, Deus é o símbolo definitivo da paz, do amor e da compaixão, mas é só isso, o conceito de um Deus justo que pune a iniquidade, o Deus Cristão é rejeitado, “se existe apenas um Deus e uma religião, que é o amor, porque deveríamos nossas tradições religiosas? Porque não mudar e experimentar as outras?”(5) De fato, essas doutrinas já foram praticamente abandonadas nas igrejas modernas, verdades fundamentais das Escrituras sobrevivem ainda em raros púlpitos onde ainda se prega a bíblia, na sua maioria, as que são chamadas igrejas bíblicas e fundamentalistas. O que vimos e ouvimos hoje é a teologia de uma divindade sem justiça e sem severidade, uma divindade que não se encaixa aos padrões de Romanos 11:22! Um Deus utilitarista ou uma divindade fraca que é totalmente “amor” mas que não é severa, justa e santa. Um Deus pelo qual não interessa servi-lhe, mas que se ajuste para servir aos interesses humanos. Essa divindade especulativa que emerge do esoterismo não é o Deus da Biblia, não é o Senhor de Abraão e nem o Pai de Jesus Cristo, é apenas um artifício especulativo que se desenvolveu dentro do espiritualismo esotérico e que se encaixa muito fácil ao conceito de uma religião de síntese.
O que norteia o pensamento espiritualista rumo ao universalismo e a futura “super-religião mundial”? A divindade interna, em algumas tradições o “Eu Superior” ou a “centelha divina” escondida na alma humana. Trata-se da mentira da antiga serpente, aquele brilho no discurso contra absolutos estabelecidos no Eden, pois Eva e Adão deveriam interpretar a proibição e a conseqüência da rebelião e da desobediência de modos literais e não simbólicos. A alegorização foi feita pela antiga serpente “certamente não morrereis” e a mentira mais antiga que saiu do diabo ainda ecoa hoje: “sereis como Deus” Van Praagh admite a crença em Deus, não o revelado nas Escrituras, mas aquele conceito de divindade que estava lá no começo da era cristã, embutido em crenças gnósticas:
“Para começar, eu acredito em Deus. De fato, acredito que todos nós somos Deus. O que isso significa? Eu acredito que fomos feitos à semelhança de Deus. Não estou falando de características humanas, mas de qualidades espirituais. Podemos parecer diferentes, exteriormente, mas nosso íntimo é absolutamente o mesmo. Quando nos tornamos conscientes da presença espiritual, começamos a ver a Luz Divina dentro de cada pessoa e, com esse saber, começamos a nos dar conta de que somos todos uma única coisa, a mesma coisa. Todos fomos feitos da Chama de Deus. Mesmo a mais baixa das criaturas, rastejando pelo chão, é feita dessa mesma matéria-prima. Mesmo os que parecem cruéis, perversos, são feitos da Chama Divina. As pessoas cruéis são talvez as mais distantes do que é Deus. Deus é perfeição em tudo. Deus é criatividade em todas as coisas. Cada um de nós é perfeito, se procurarmos apenas nossa parte divina. No entanto, a maioria de nós se apega ao ego ou à nossa parte humana, e assim raramente se aproxima da verdade de quem somos” (6) Essa declaração é a repetição da mentira satânica em Genesis 3, é uma falsa doutrina tão antiga, mas parece que nunca saiu fora da religião que o diabo criou lá dentro do Eden, e sobreviveu depois de muitos milênios e continua seduzindo com a mesma eficácia que na queda. Tais doutrinas falsas possuem a rigor, o mesmo efeito nas advertências que Paulo descreveu:”Palavras que são perversão para os ouvintes” (II Timóteo 2:14) por isso também serve esta: “E desviarão os ouvidos da verdade, voltando ás fabulas” (II Timóteo 4:3)
Assim não é admirável que autores como Alvin Boyd Kuhn lamente que o efeito do cristianismo histórico foi tirar a crença da divindade do homem, aquela centelha divina, o suposto “EU superior” da consciência humana. E de fato é isso mesmo, e sabemos que o cristão bíblico será um empecilho para uma religião humanista universal que voltará a dar ênfase a essa falsa doutrina.
Helena Petrovna Blavatski e seus seguidores acusam o ocidente cristão de responsáveis por suprimirem os ensinamentos dos mistérios antigos, outros afirmam que a renascença pôs fim ao homem clarividente, que tinha percepção do mundo espiritual a sua volta (Contato com espíritos malignos disfarçados de duendes, fadas, desencarnados, mestres ascensionados etc.)
Infelizmente em nossos dias, houve um renascimento, um “avivamento” do espiritualismo e do paganismo, o gnosticismo tem emergido com muita força em nosso dias e se infiltrado até mesmo nas igrejas cristãs, Dave Doverton afirma: “Em algumas denominações cristãs de hoje, observamos características semelhantes ao gnosticismo valentiniano. As formas exteriores são cristãs, abaixo da superfície, porém, encontra-se um sistema de crenças gnósticas” (7)
Para concluir, a religião universal ecumênica e completamente inclusiva é uma propaganda ideológica e utópica necessária para conduzir todo o mundo para um centro: o próprio homem e a glorificação das criaturas, nesse caso, a elevação do homem do pecado o filho da perdição. Kuhn afirma isso com muita convicção:
“Hoje , o mundo enfrenta a necessidade de efetuar algo como um novo ecletismo. Uma religião nova e universal é possivelmente a solução, baseada na associação cada vez mais próxima dos povos da terra e na dissolução das barreiras de separação e preconceito que fizeram com que os homens considerassem outras religiões ‘pagãs’. Como o crescimento da irmandade e do amor move a humanidade para essa segunda revelação e trabalha sua influencia inevitável no consciente da humanidade, uma amalgamação das religiões deve ocorrer”(8) Todos os que se oporem a essa nova religião mundial de síntese de opostos, serão considerados como inimigos do bem comum e da nova sociedade humanista que florescerá debaixo desse “dialogo inter-religioso” para dar as boas vindas ao filho da perdição. Chegará o tempo em que as nações serão seduzidas pela feitiçaria (Apocalipse 16:23) Desde a decada de 1960, uma contracultura com a disseminação de psicodelicos e doutrinas esotéricas orientais, se espalhou por todo o mundo, no começo da decada de 1980, um livro escrito por Marilyn Ferguson, A Conspiração A quariana, anunciou a mudança de paradigmas, desde então a expectativa nunca morreu: “A contracultura não está morta, ela jamais foi mais importante e significativa. Todas as premissas praticamente não quetionadas sobre as quais nossa tradição euro-americana cristã e racionalista tem se baseado estão cada vez mais destituídas de seu conteudo vital” (9) O que significa essa declaração? sob os efeitos da influencia da Nova Era, um relativismo e uma abertura para o paranormal se infiltrou em todas as camadas da sociedade, igrejas emergentes e prostradas ao pós-modernismo estão cada vez mais sendo menos bíblicas, houve uma mudança drástica na teologia, na musica, no comportamento, essa perda de “conteudo vital” significa a perda de identidade escrituristica, as doutrinas fundamentais não são mais pregadas com convicção, paixão e coragem, cristãos modernos não estão engajados nos fundamentos, o utilitarismo desenvolveu um ídolo que é adorado hoje como se fosse o Deus revelado nas Escrituras. Essa perda de identidade e conteúdo vital, será a base do engajamento para uma rejeição completa do cristianismo bíblico, usando como argumento o falso cristianismo que se estabeleceu, como um meio de provar que a fé cristã bíblica faliu, a crença no exclusivismo cristão é um equivoco, cada pastor e pregador que deixou os fundamentos, que optou pelo relativismo e manobrou as questões doutrinarias para um ajuste de modo que venha satisfazer “gregos e troianos” será responsável pela multidão de enganados que serão levados ao inferno por conta desse engano. Falar o que convém a sã doutrina (Tito 2:1) mesmo que pessoas não gostem, mesmo que a maioria procure outro lugar para ouvir seus mestres apostatas preferidos, verdadeiros lideres cristãos, mais do que nunca precisam abraçar os fundamentos da fé cristã, pregar a tempo e fora de tempo.
Notas Bibliograficas:
(1) James van praagh Conversando com os Espiritos Editora Sextante - Pagina 8
(2) Um Renascimento para o Cristianismo Alvin Boyd Kunh – Editora Nova Era – Pagina 15
(3) James van praagh Conversando com os Espiritos Editora Sextante – Pagina 13
(4) Idem Pagina 20
(5) A Divina Sabedoria dos Mestres – Brian Weiss – Editora Sextante Pagina- 207
(6) James van praagh Conversando com os Espiritos Editora Sextante Pagina 25
(7) Bruxaria Global – Tecnicas de Espiritualidade Pagã e a Resposta Cristã – Editora Cultura Cristã Pagina 76
(8) Um Renascimento para o Cristianismo Alvin Boyd Kunh – Editora Nova Era – Pagina 298
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