A SUPREMA NECESSIDADE DO CRISTÃO


 

                              A SUPREMA NECESSIDADE DO CRISTÃO

 

 

No Livro “O Desaparecimento de Deus” A. Mohler adverte sobre uma das causas da decadência espiritual e do secularismo seguido do racionalismo que avança na sociedade pós-moderna: “Uma falta de coragem teológica, uma perda devastadora de convicções bíblicas e doutrinarias”.  Embora concorde com Mohler, a falta de coragem e de convicções realmente estejam presentes na igreja moderna, a negligencia de muitos pregadores causam isso, o medo do desprezo impulsiona os pregadores para mensagens dosadas com humanismo e utilitarismo materialista, fogem da regra áurea estabelecia pelo grande teólogo C. Hodge: “temos que interpretar as Palavras das Escrituras em seu verdadeiro sentido estabelecido” então a crise se estabelece por causa de outro fator: a disposição cuidadosa e paciente de estudar as escrituras, que exige esforço, disponibilidade e sacrifício.  Pregadores não podem apresentar esclarecimentos enquanto promovem obscuridade teológica, nem mesmo podem oferecer remédio para as almas alheias enquanto sofrem de enfermidade espiritual crônica. Leonard Ravenhill certa vez escreveu: “Se Jesus viesse hoje ele não limparia o templo, ele limparia o púlpito”. A W Tozer estabelece outra causa, a vida piedosa, o relacionamento com Deus em oração é outra causa, Tozer escreveu: “Qualquer sermão que não nasce da oração, não é uma mensagem de Deus, não importa como aprendeu o pregador. A ortodoxia cristã é sustentada por essas colunas. Um pregador nunca deve seguir o caminho do sucesso, mas do sofrimento, não da aprovação e aplausos dos homens, mas ser selado pela aprovação divina, não importa o custo, o preço é alto para quem quer receber poder do alto. Vou citar novamente Mohler, ele teve uma percepção aguçada ao declarar: “Uma mudança sutil, visível no inicio do século 20, tornou-se um grande divisor no final desse século. A mudança da pregação expositiva para abordagens centradas no ser humano tem transformado um debate sobre o lugar da Bíblia na pregação e na natureza da pregação em si” Essa mudança tem vários fatores, foi um lance muito esperto do diabo, diluir a pregação, multiplicar as palavras, misturando com ela, erros, fantasias, dribles vocais, truques psicológicos, e jogando as Escrituras para um segundo plano, colocando a ênfase da pregação nas opiniões e flutuações verbais sem sentido, para que no fim da pregação não se entenda nada porque não pregou nada sobre o texto, contexto, imediato e distante das Escrituras. Leonard Ravenhill disse: “O livro santo de Deus, a Bíblia Sagrada, sofre agora mais de seus expositores do que de seus opositores” Ravenhill disse mais: “Homens superficiais em oração são superficiais em pregação, ou seja, somente a pura oratória” e ainda: “De fato, os homens que se exaltam nos púlpitos, geralmente se perdem em sua própria eloqüência”

 As palavras soltas conectadas uma com a outra sem contudo ter um fim justo e puramente espiritual, pregar de modo expositivo ou temático. Não se alcançou o fim ultimo de um sermão, nas palavras de Gene Edward Veith Jr. : “Que o sermão do pregador seja utilizado pelo Espirito Santo para criar fé em nossos corações” ou melhor, o sermão do pregador é a ferramenta que o Espírito Santo vai usar para produzir conhecimento espiritual puro, discernimento bíblico, convicções profundas e fé em nossos corações.  O desastre é iminente onde pregadores bíblicos estão ausentes, ali haverá um púlpito que não prega a verdade, mas sacrifica ela. Charles Ryrie afirmou: “Confusão sobre salvação significa desastre, pois a mensagem do Evangelho é uma questão de vida eterna”.  Ravenhill adverte: “Essa geração de pregadores responderá por essa geração de pecadores” Tozer também admoesta: “Os púlpitos modernos precisam de mais profetas e menos palhaços”.  Onde estão os pregadores bíblicos? Pregar é trabalhar com as Palavras santas no tempo, e o alvo desse trabalho são resultados eternos. Como disse Gene Edward Veith Jr: “O Cristão fala com Deus em oração e Deus fala com o cristão pela Palavra”  C. Mackintosh escreveu: “Pregar o Evangelho é realmente desdobrar o coração a Deus a Pessoa e obra de Cristo e tudo isso pela energia do Espírito Santo”  Richard Sibbes também escreveu: “A pregação é a carruagem que carrega o Evangelho de Cristo pelo mundo afora”. Aqui está um grande fato, o diabo quer cegar o entendimento dos incrédulos para que o evangelho glorioso não seja ouvido (II Corintios 4:4 I Timoteo 1:11) e assim como o instrumento do Espirito Santo é o verdadeiro profeta, o instrumento do diabo é o falso profeta.

Precisamos estar cientes do fato de que as grandezas de Deus não podem ser proclamadas com poder se o coração não estiver totalmente consagrado ao estudo das Escrituras. Em tempos de apostasia, é um desafio escolher o caminho correto, pois isso implica sacrifício e impopularidade, John Stott alertou: “A popularidade está para os falsos profetas assim como a perseguição está para os verdadeiros”

A necessidade urgente é um avivamento que venha pela fome espiritual pelas Escrituras e uma satisfação que venha por alimento solido, puramente bíblico, pois Cristo ensinou que a santificação verdadeira vem pela verdade da Palavra (João 17:17) a igreja que permanece fiel ao Senhor é imaculada, purificada pelo processo de lavagem bíblica “Para a santificar purificando-a com a lavagem da água pela Palavra” (Efésios 5:26).  Sermões bíblicos e pregadores bíblicos! eles promovem iluminação espiritual, Charles bridges disse a respeito do poder do estudo  das Escrituras: “Todo texto bíblico a respeito do qual se ora, abre uma mina de riquezas insondáveis com uma luz lá do alto, mais brilhante e plena” Thomas Cartwright também afirmou: “como um fogo que quando agitado dá mais luz, a Palavra quando soprada pela pregação, inflama mais o ouvinte do que quando lida”

A Suprema necessidade do cristão nesses dias difíceis é um retorno para as veredas antigas, onde se restaure a visão séria de um Deus Soberano que pune o pecado e estará presente no juízo final para julgar todos os homens e a proclamação do Evangelho, as boas novas de que Cristo e a sua obra consumada e perfeita oferece a salvação dessa condenação eterna mediante a expiação pelo sangue, na cruz. Deve ser buscado um clamor por arrependimento e conversão, seguida de uma vida transformada pela regeneração e a disposição de viver o custo do discipulado. Você amado leitor deve procurar uma igreja com pregadores que estejam dispostos a pregar sempre sobre essas verdades.

 

Autor: C. J. Jacinto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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