O MOVIMENTO DA FÉ

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Uma Analise feita pelo carismático americano D. R. McCornell, em seu livro “A Different Gospel”, edição de 1988, conduz-nos infelizmente a conclusão de que o chamado Movimento da fé prega outro evangelho. Ele diz que os sistemas teológicos que sincretizam corpos estranhos as crenças bíblicas colocando em risco a sã doutrina, podem e devem ser anatemizados, conforme Gálatas 1:6 a 9,  e pode afirmar que o Movimento da Fé se enquadra perfeitamente dentro desse anátema por três razões:

1)   Sua Origem

2)   Suas doutrinas heréticas

3)   Suas praticas de culto

 

 

A ORIGEM DO MOVIMENTO DA FÉ

 

Os mestres da fé não são como se crê procedentes de um caloroso avivamento do fenômeno de cura divina. Existem realmente duas correntes de cura divina na historia americana:

a)   A corrente de Santificação Pentecostal

b)  A corrente do Novo Pensamento, do qual se originou a ciência cristã

 

O movimento da fé procede do ultimo e não do primeiro, ele tem sido erroneamente colocado dentro da corrente da santificação pentecostal, porque os pesquisadores do assunto acham que se Keneth Hagin foi um reavivalista carismático de cura, também o movimento da fé é um movimento carismático novo. Bruce Narron até tem razão quando afirma que Hagin pode ser classificado como um reavivalista carismático de cura, porem Hagin não é, como se supõe, o pai do movimento da fé. Hagin plagiou cada palavra do corpo da sua teologia do Sr E. W. Kenyon, e tanto Hagin como Kenteh Copeland são netos e filhos espirituais de E. W. Kenyon. Foi este e não Hagin quem formulou cada doutrina principal do atual Movimento da Fé. Hagin incorporou fragmentos teológicos de seu passado no pentecostalismo clássico e reavivamento de cura divina, criando a teologia que lhe tem dado fama e riqueza. Mas as entranhas do Movimento da Fé, suas cinco doutrinas principais, quais sejam, conhecimento de Revelação, Identificação, Fé, Cura e Prosperidade, foram todas colhidas dos escritos de E. W. Kenyon.

Para atender as exigências históricas do movimento da fé, devemos começar pelo seu verdadeiro patriarca, E. W. Kenyon. O delineamento de Barron do movimento da fé, como estando dentro da linha do pentecostalismo clássico e reavivamento de cura é, portanto falso, visto como Kenyon jamais pertenceu a qualquer um dos dois. O reavivamento de cura que surgiu depois da II grande guerra, não teve inicio senão em 1946, bem depois de Kenyon que morreu em 1948. Quando ainda saudável, Kenyon manteve relações amistosas com muitos pentecostais clássicos, freqüentando e ate ministrando em seus círculos, porem rejeitava definitivamente a ênfase da teologia pentecostal do batismo no Espírito Santo, como sendo uma segunda benção do qual o falar em línguas estranhas é a maior evidencia. Kenyon jamais falou em línguas estranhas e quando pregava cura divina e prosperidade, fazia isso como u7m não pentecostal. Por essa razão a origem histórica do movimento da fé deve repousar em algum outro ponto da vida de Kenyon e não no seu envolvimento com pentecostais.

 

As raízes da teologia de Kenyon devem ser buscadas no seu passado de cultos metafísicos, especialmente no Novo Pensamento/Ciência Cristã. A educação de Kenyon o expôs a uma grande variedade de ideologias não cristãs. Em 1891 ele freqüentava a Escola de Oratória de Emerson, uma instituição descrita por seus próprios historiadores como sendo permeada de metafísica do Novo Pensamento e cujo fundador, Charles Emerson, faleceu como membro atuante da “Primeira Igreja de Cristo Cientista” em Boston. Quando residia em Boston, Kenyon também assistia aos serviços de Minol J. Savage, proeminente pregador, autor e líder unitarista. Os amigos de Kenyon afirmavam que ele era bem entrosado com a metafísica, com os escritos de Ralph Waldo Emerson e com o transcendentalismo da Nova Inglaterra. Seus amigos ainda afirmavam que Kenyon confessava abertamente a influencia da metafísica em sua teologia. John Kemington dizia ter sido Kenyon muito apegado aos conceitos da ciência cristã e que ele admitia francamente ter retirado sua água desse poço. Também certa vez Kenyon falou para Ern Baxter que havia muita coisa a ser aproveitada de Mary Baker e que ele, obviamente fora muito influenciado por ela.

As razões de ter Kenyon incorporado pensamentos metafísicos a sua teologia não estão muito claras, mas tudo indica terem sido seus motivos de boa fé. É que sentido o poder e a manifestação do sobrenatural nos cultos metafísicos e a falta dos mesmos nos cultos tradicionais. Kenyon achou por bem fazer uma síntese do pensamento metafísico com a doutrina evangélica, pensando tão somente em ajudar as igrejas tradicionais a oferecer aos seus membros o elemento sobrenatural, evitando assim, o esvaziamento dos cultos. Como podemos concluir o Movimento da Fé é uma perfeita mistura de fundamentalismo bíblico e do Novo Pensamento metafísico.

 

Doutrinas Heréticas

 

O movimento da fé prega outro evangelho, portanto é uma teologia herética. Historicamente o termo heresia é mais reservado aos que fogem da ortodoxia cristã, especialmente em relação as doutrinas de Deus, Jesus Cristo, revelação e salvação. As heresias do movimento da fé se manifestam principalmente nos seguintes pontos:

a)    Visão deista de Deus – Que deve dançar conforme os desejos dos homens, manipulando as leis espirituais do universo.

b)   Visão demoníaca de cristo – que, cheio da natureza satânica, precisava nascer de novo no inferno.

c)     Sua visão gnóstica da revelação – que exige a negação dos desejos físicos, classificando os cristãos de acordo com o seu progresso em tal sentido.

d)   Sua visão metafísica da salvação – que deifica o homem espiritualizando a redenção, que é colocada mais no inferno do que na cruz do Calvário, subvertendo, portanto, a crença bíblica mais importante de que a morte física de Cristo e o seu derramamento de sangue são suficientes para redimir todo o pecado.

Obs: Estas quatro heresias podem ser verificadas no sincretismo do pensamento metafísico de Kenyon com a doutrina bíblica.

Praticas de Culto

1)   Confissão positiva – muitos consideram-na uma pratica saudável, enfatizando os benefícios psicológicos do pensamento e do linguajar positivos. O que não tem levado em conta é que os primeiros a usar o P.M.A – Os metafísicos do Novo Pensamento , atribuíram tal poder aos princípios cósmicos e deidades ocultistas (Não a Jesus)

Embora a bíblia enfatize a importância de uma mente pura e um linguajar santo (II Coríntios 7:1 e Efésios 5:19), em nenhuma parte ela ensina que alguém possa alterar a realidade física através da mente e nem encoraja a confissão verbal do Nome e Verbos Divinos no sentido de manipular a vontade de Deus, pelo contrario, ela até condena tal pratica.

 Quando Jesus afirmou que a boca fala do que está cheio o coração (Mateus 12:34),  provavelmente quis apenas censurar a maldade dos fariseus, mas também nos prevenir contra a ganância pelos bens materiais e a falta de paciência nas aflições conforme lemos em Lucas 12:34 e João 16:33.

2)   Negação sensorial – Como os cultos metafísicos, o movimento da fé ensina  seus membros a negar a realidade sensorial, principalmente quando esta indica sintomas de moléstias. Tal pratica tem levado muitos membros a morte, em ambos os movimentos. Mary Baker Eddy, que tanto influenciou o movimento da Fé, morreu quase aos 90 anos de idade, apesar de pregado durante 44 anos que Deus é tudo. Tudo é vida e,  portanto a doença e a morte não existem.

3)    Rejeição implícita á Ciência Médica – Muitas mortes poderiam ser evitadas mediante um pronto atendimento medico. Embora os mestres da fé não proíbam explicitamente o uso da ciência medica, sua rejeição a medicina é implícita mostrando seu próprio exemplo, os mestres da fé insistem em que seus membros podem e devem crescer na fé, ao ponto de não mais necessitarem da ciência medica. E só os imaturos na fé, sentindo o peso da culpa, procuram os cuidados médicos, quando estão enfermos.

4)   Prosperidade – Esta pratica que se tem tornado tanto o cartão de crédito como o Santo Graal do Movimento da Fé, também deve ser atribuída aos cultos metafísicos. A doutrina da prosperidade instila nos mestres da Fé a fome de bens materiais, contrariando textualmente o conselho de Jesus em Mateus 6:19 a 21 e Marcos 8:36. Os mestres da fé propalam nos cultos a teoria egocêntrica de que é preciso dar para receber, dar o que se pode e até o que não se pode dar, a fim de provar a fé em Jesus. Esta pratica tem acarretado fortunas para os mestres da fé, que são geralmente os ministros carismáticos e tele-evangelistas.

 

UM APELO AOS MEMBROS DAS IGREJAS BIBLICAS.

 

 

Embora muitos tenham propalado que os mestres da fé estão se moderando ultimamente, isso não corresponde a verdade. No Brasil, estamos sempre atrasados em relação aos Estados Unidos, os mestres da Fé estão em plena colheita abundante e milhões de dólares estão carreados para seus depósitos particulares. Há pouco tempo tivemos no país o escândalo de uma igreja, cujo fundador zombava dos crentes, em seus momentos de lazer, usando a expressão joncosa : “Ou dá ou desce”

Talvez a retórica tenha sido um pouco moderada e alguns jargões alterados, contudo o movimento teológico do Movimento da Fé tem gerado controvérsias que ainda não foram nem serão resolvidas. Até que seus mestres abandonem as praticas ocultista, reconstruindo radicalmente a sua teologia sobre fundamento bíblico mais solido.

Que se cuidem as igrejas evangélicas tradicionais e pentecostais clássicas. Mesmo que os atuais mestres da fé mudassem para melhor, |logo em seguida iriam aparecer outros novos profetas, com a ultima revelação dada por Deus, arrebatando muitos crentes desavisados para suas fileiras. E os crentes evangélicos e pentecostais clássicos que não conhecerem bem as doutrinas bíblicas e não forem corretos em seu modo de viver e freqüência ás igrejas, facilmente hão de ser levados ao redor por outro vento de doutrinas (Efésios 4:24)

 

Glossário

Ciência Cristã – (Que nem é ciência e nem cristã) é o movimento religioso criado por Mary Baker Eddy, em Boston, USA, em 1876. tal movimento fundado com o nome de Associação Ciência Cristã, pregava a eficácia dos poderes da mente sobre o corpo, desprezando e proibindo explicitamente toda e qualquer assistência medica optando pelo mesmerismo (Hipnose) através do qual a Sra Eddy teria sido curada de um mal na espinha pelo mesmerista Dr Phineas Quimby. Este movimento nega a existência da dor física, da moléstia e da morte, embora sua fundadora tenha falecido em 1910, com quase 90 anos de idade. Como toda a religião sincretista e herética, a ciência da mente contém um grande numero de símbolos que forma um glossário enorme, impossível de se conter num estudo pequeno como este.

Quimby – Pai de todos os movimentos do Novo Pensamento, como a ciência da mente seguida por outros construtores dessa filosofia, como Ralph Waldo Emerson, o grande divulgador do PMA (Positive Mind Affirmation) conhecido aqui no Brasil como Confissão Positiva, a crença de que através da mente, quando pensamentos positivos são enfatizados, pode-se obter a cura de qualquer mal físico ou mental.

Metafísica – É um corpo de conhecimentos racionais em que se procura determinar as regras fundamentais do pensamento, que nos dá a chave do conhecimento do real, tal como este verdadeiramente é, especulação em torno dos primeiros princípios e das causas primeiras do ser, conforme definição do Dicionário Aurélio. Introdução ao ocultismo.

Transcendentalismo – Filosofia idealista que em geral enfatiza o lado espiritual do que o natural das coisas e pessoas. Importado do hinduísmo teve como seu principal seguidor e divulgador nos Estados Unidos o parapsicólogo Ralph Waldo Emerson, o qual como todos os seguidores do movimento, era unitarista em matéria de fé.

Unitarismo – Filosofia que prega a existência de um só Deus, único e pessoal. Negando que Jesus seja Deus, como o Pai. E que o Espírito Santo seja uma pessoa distinta do Pai e do Filho, sendo apenas uma força que emana de Deus.

Gnosticismo – Filosofia que procurava manipular os cristãos do primeiro século, torcendo o significado das Sagradas Escrituras, afirmando que Jesus não veio em carne, mas que era apenas uma aparência de homem carnal (docetismo) Uma vez que a matéria é má e só o espírito é bom. Esta filosofia perniciosa, tão combatida pelos apóstolos Paulo e João, ainda hje constitui serio perigo para o cristianismo, uma vez que tem conseguido penetrar em muitos movimentos cristãos, pregando a existência de crentes mais santos e iluminados do que outros, como se Deus fizesse acepção de pessoas.

Negação Sensorial - Comumente pregada e exigida nos movimentos do Novo Pensamento, é a negação da dor física da moléstia e de tudo o que não seja enquadrado dentro do pensamento positivo.

Ocultismo- Artes divinatórias ou ciências ocultas. Ciência dos fenômenos que parecem não poder ser explicados pelas leis naturais (Dicionário Aurélio)

Deísmo – Conhecimento de Deus adquirido através da razão e não da revelação. É a chamada religião natural, em contraste com a religião sobrenatural.

Mesmerismo- Doutrina de Franz Anton Mesmer, medico alemão (1873-1915) segundo a qual todo o ser vivo seria dotado de um fluido magnético capaz de transmitir a outros indivíduos, estabelecendo-se, assim, influencias psicossomáticas recíprocas, inclusive de efeito curativo, magnetismo animal.

 

Mary Schultze

Esse artigo foi publicado em forma de apostila e distribuído pelo CPR (Centro de Pesquisas Religiosas)

 

 

Porque o pensamento Crítico é Perigoso

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Por que o pensamento crítico é perigoso

“O intelecto é a potencia mais elevada da alma (M Eckhart)

 

O pensamento crítico é um sistema de julgamentos que é usado para analisar coisas e informações, interpretar fenômenos, avaliar eventos, bem como tirar conclusões objetivas. É fácil para você determinar conexões entre idéias, perceber inconsistências na argumentação de seu parceiro? Se sim, você pensa criticamente.

O pensamento crítico é, portanto, um processo cognitivo racional e reflexivo, e que implica em analisar com cuidado a realidade separada de nossos sentimentos e opiniões pessoais.

 

“Os pássaros nascidos em gaiolas acreditam que voar é uma doença.” (Aleandro Jodorowsky)

Ser critico e racional é ser bereano, buscar viver os fatos e não se deixar enganar ou ser levado por ventos de doutrinas (sejam elas políticas ou religiosas)

A capacidade de pensar criticamente é uma habilidade importante. Uma pessoa com pensamento crítico desenvolvido possui uma série de habilidades - observação e capacidade de justificar sua opinião, foco no estudo de informações e capacidade de aplicar habilidades analíticas em várias situações.

A capacidade de pensar criticamente pode ser útil em qualquer área de nossas vidas - em crianças, adolescentes e adultos. Uma pessoa que tem essa mentalidade é capaz de:

1-    Compreender as relações lógicas e de causa e efeito entre diferentes idéias e conceitos;

2-    Analisar rapidamente os julgamentos dos outros e avaliá-los;

3-    Projetar com competência seus próprios argumentos e transmiti-los aos outros;

4-    Notar inconsistências e erros comuns de lógica e raciocínio;

5-    Perceber a importância e relevância das idéias para o contexto geral;

6-    Avaliar reflexivamente seus próprios pontos de vista e crenças.

 

“O pensamento é a grandeza do homem” (B Pascal)

 

A grandeza do pensar é uma benção dada por Deus, raciocinar com lógica também é um chamado divino pois devemos “Ter os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”(Hebreus 5:14) No texto de hebreus, a palavra discernir é διάκρισιν
(diakrisin) e é uma aptidão de distinguir as coisas verdadeiras das coisas falsas.  Em Lucas 1: 3 e 4 O autor deste evangelho teve muito zelo e cuidado para se informar com muito cuidado de todas as informações para dar certeza daquilo que ele ia transmitir aos outros.

 O pensamento critico avalia e preza por um raciocínio lógico, homens desse calibre não emprestam o cérebro para o espírito do erro, sua consciência e fala não são instrumentos do diabo e nem de falsos profetas e homens enganadores. Ele verifica fatos e pensa, talvez o pensar por si mesmo seja uma tarefa muito difícil em um mundo confuso, pois ter essa virtude e aptidão exige  leitura, pesquisas, raciocínio e isso exige tempo e esforço.

É claro que isso é considerado perigoso, tanto em ambientes de ditaduras como em totalitarismos, no religioso ou no político.

Questionar não é incredulidade, verificar fatos é um meio de fortalecer as convicções. Hoje em dia, existe uma massa social de manobra, pessoas que entram num estado hipnótico, pois cedem o próprio coração ao discurso enganador, pior é que se tornam escravos, pois cedem à lógica na defesa da retórica do absurdo, sofrem dissonância cognitiva, quando apóiam para si mesmos, o que condenam para os outros. A facilidade em acusar algo que na verdade está na pauta que defendem é um sinal de desequilíbrio psicológico, é sinal de uma patologia espiritual terrível.

 

Descemos a um ponto tal que a reafirmação do óbvio é o primeiro dever dos homens inteligentes. (George Orwell)


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C. J. Jacinto